sábado, 24 de junho de 2006

SEMANA ESPECIAL CHICO BUARQUE



Ao longo de cerca de 40 anos de carreira, Chico Buarque gravou aproximadamente 35 discos, fora álbuns especiais em outras línguas (como o italiano, por exemplo, tendo vivido dias difíceis em Roma na época do auto-exílio), quase 10 DVDs e inúmeras coletâneas. Difícil dizer qual teria sido o melhor disco, tamanha a constância da qualidade de todos os seus trabalhos: além de ser impossível definir uma "melhor música", mais ainda seria dizer qual dos seus discos teria reunido mais "clássicos"... Teria sido Chico Buarque vol. 4, com pérolas como Cara a Cara e Essa moça tá diferente? Ou talvez Chico Buarque (78), com Cálice e Apesar de você? Ou ainda Chico Buarque de Hollanda (66), com a fineza de sambas antológicos do esplêndido início de carreira, como A Rita, Olê, Olá e Pedro, Pedreiro? Realmente não é tarefa fácil para ninguém, que dirá para um fã ardoroso de sua obra completa como este pobre escritor que vos fala... Por isso, tentando reduzir o "multiverso" deste tão fantástico compositor, minimizemos todos estes clássicos à também já clássica compilação Chico Buarque, 50 Anos, onde, se não foi possível todos os maiores títulos de suas quase 400 canções, pelo menos o hercúleo trabalho do crítico Tárik de Sousa foi, dentre todas as coletâneas, a que mais se aproximou da perfeição!

Ainda que a coleção de gravações originais dos 5 CDs não traga material extra, como fotos ou letras das músicas (o que seria mais do que merecido para uma legião de adoradores da poesia do mestre carioca), Chico Buarque, 50 Anos traz em seu bojo, além de perfeições absolutas como Samba e Amor, Atrá da Porta, Cotidiano, Você vai me seguir, Bye, Bye, Brasil, O Meu Guri, Geni e o Zepelim, Flor da Idade, A Banda, Até o fim, dentre outras tantas, uma divisão das canções (feitas desde 1966 até 1994, ano de lançamento dos discos, que já tiveram inúmeros relançamentos) de acordo com os vários temas abordados pelo eclético compositor. Assim temos o disco O Amante, área em que foi um mestre tanto no pessoal como no profissional; O Trovador, com 12 composições do Chico tal como nos tempos áureos do Pré-Romantismo; O Cronista, uma das grandes características de sua obra, baseada que sempre foi num eterno narrar de estórias, cheias de jogos de narrativas temporais (como a que o querido blogueiro de plantão ouve ao fundo neste 'blog', Vai Passar); O Malandro, cujo hino, sem dúvida, é Vai Trabalhar, Vagabundo, composto para o filme homônimo de Hugo Carvana; e O Político, arte maior do mestre, impossível lembrar alguma canção "despolitizada" de seu repertório, especialmente ao longo dos negros anos da Ditadura...

"Descobri" Chico Buarque por volta dos 13 para 15 anos, garimpando LPs nas casas de amigos e de parentes. Ouvi esta coletânea, pela primeira vez, quando com ela minha amada Jandira presenteou-me de aniversário, já na era dos CDs - nem preciso dizer qual é a minha coleção favorita! Mas é curioso como o universo orquestralmente grandioso das gravações de Chico (especialmente as dos anos 70, como a maior de todas, Construção) parece tão reduzido e esterilizado na tão alardeadamente superior qualidade de um 'compact disc'... Não concordam?

 

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