sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


Infelizmente, algumas vezes na vida se deve, unicamente, sobreviver. Certas sequências exigem cenas de drama intenso, onde o protagonista, em meio a uma desenfreada correria de afazeres e problemas, amarga orgulhos feridos e densas fraquezas humanas, padecendo ainda de várias escoriações pelo corpo, advindas das cenas de ação (feitas sem o auxílio de dublês): viver, com firmeza no controle do destino, parece luxo! Mas, como o espetáculo não pode parar, que a sobrevivência forçada desta passagem do livro sirva de crescimento para o personagem, que, a 24 quadros por segundo (ou 48, como quer o mais novo arrasa-quarteirão da fantasia do momento, que, infelizmente, ainda não vi), tem que se adaptar para o maior número possível de mídias que surgirem com a chegada do novo ano...

E que venham os "novos projetos", porque, por ora, digo não e adeus aos insuportáveis "alunos de fim de ano"  E meu ponto extra do questionário? E a nota do trabalho: o senhor arredonda? O senhor me reprovou por meio ponto: me ajude, por favor...– e aos abusivos (e alguns absurdos) descasos, excessos de trabalho e faltas de respeito de outros tantos... Mas, enquanto Deus e alguns amigos permitirem, bato o ponto juridicamente, desejoso de dias mais justos para maranhenses ávidos por novos horizontes...

Pois, se eu não me perdoo por muitas coisas neste belo ano-cão, a família já perdoou a loucura desembestada de acabar esquecendo até do Natal, sem tempo de ofertar um mimo sequer – embora a filha ainda se agarre com as pernas em meu tronco a cada hora que ameaço descer de casa rumo a uma simples padaria: sumi, de verdade... Mas antes de virar barata, encolhi humanamente, e, agora, corro para descansar um pouco antes da alvorada do meu primeiro 13, número que bem me acompanha desde sempre...

Será que agora poderei, enfim, surgir efusivamente nos céus ludovicenses, com uma bandeira listrada (mas com uma estrela só, que a bandeira é a maranhense, fazendo favor: ufanista e bairrista, a seu dispor, Tio Sam!) e com um sorriso hollywoodiano na face, a "voltar" triunfantemente, depois de tantos percalços?! Decerto que já "voltei" inúmeras vezes (neste ano mesmo: escritório), mas ainda devo a muita gente (especialmente a mim) aquele final de Superman II, com direito àquela maravilhosa marcha do Mestre John Williams de fundo, com o devido autocontrole ao dizer "Desculpe ter estado fora tanto tempo... Jamais os abandonarei de novo"... Bem, com a devida retificação em relação ao pronome oblíquo para um mais apropriado "me"...

Acho que não planejarei mais nada e só vou dormir um pouco antes de o novo ano bater à porta: sei que nada muda, na realidade, mas o povo adora o lance da "nova dimensão", especialmente depois da chatice cinematográfica do tal fim do mundo que atribuíram aos pobres maias! E, para eu mudar qualquer coisa mínima, terei que, pelo menos, descansar antes... Então, aos amigos que me esqueceram  aquele abraço –, aos colegas das causas perdidas, aos fieis e compreensivos blogueiros de plantão remanescentes (Morcegos abandonados; blogues amigos, idem), aos adoráveis entrões destruidores de sonhos infantis e à minha querida e sempre zelosa mãezinha: vou desligar rapidinho os celulares, ok? Só o tempo do cochilo... Mas não sem antes lhes desejar um ano de muitas sequências cheias de drama intenso e de cenas arriscadas de ação, que esta vida shakesperiana há tempos que foi adaptada para o Cinema: resta a nós apenas dirigir e editar tudo um pouco a fim de não deixar a coisa toda perecer num filme de quinta categoria...

Até ano que vem...


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MPB, Música Popular Brasileira... O que antes era símbolo de qualidade, de ícones atemporais de gênios de letra e música, entre as décadas de 70 e 80, resultou numa sigla esvaziada, às vezes forçosamente lembrada como "Nova MPB" ou coisas que o valham, ao tratar, atualmente, alguns segmentos de uma geração apenas boa (Nando Reis, Arnaldo Antunes, Zaca Baleiro, Lenine), razoável (Marcelo Jeneci, Criolo) ou mesmo bem fraca ("Seu" Jorge), à sombra de deuses olímpicos como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Paulinho da Viola - este o último setentão da praça e do grupo desde o último novembro (Chico é o "caçula", com 66).

Ainda me lembro de como éramos os reis da interpretação de texto, a minha geração e a anterior à minha, graças às pesquisas forçadas para saber mais sobre as "Mulheres de Atenas" ou entender melhor as nuances de "Sampa": aquela Poesia tão rica e perfeitamente casada com a grande Música daquele pessoal nos tornava tão mal acostumados que, mesmo diante de boas coisas que vieram depois, tudo, com o tempo, foi-se tornando, pra mim, tão fraco... Ao ponto de eu já me encontrar um tanto quanto sorumbático diante do outono iminente desses amigos emepebistas que parecem querer levar, em breve, com eles, os segredos da fórmula alquímica de criar ouro...

Tudo bem que alguns deles já se reinventaram tanto ou forçaram demais ao seguir na estrada que os trabalhos atuais já não guardam a mesma genialidade de outrora... Mas, ainda assim, todos eles em franca atividade só demonstram o quanto de criatividade que sempre carregaram nas veias, bem diferente da "salada 'cool'" que andam a gravar por aí os novos nomes da nossa Música - que, de brasileira, parece estar com a carona generalizada da tal "world music"!

Afinal, por onde andam os "afro-sambas" de Vinícius e Baden ou os "samba-rock" de Gil? Quem continuará esses "bons velhinhos" de hoje? Chico sucedeu Noel, Paulinho sucedeu Cartola... Mas quem continuará a essência dessa brasilidade criativa de nossas canções? Não, não quero saber de "hip-hops" ou de "raps": não sou xenófobo, ouço de tudo, mas isso é importado e seus condutores não trazem nada de novo - como dira o poeta: "Eu quero um samba feito só pra mim..."

Que eu fique, então, com o Príncipe do Samba, um dos últimos deuses olímpicos da MPB, a respeito da minha ranzinzice nostálgica por aquela boa Música tão representativa de um Brasil eternamente genial: "Se um dia meu coração for consultado, para saber se estou errado, será difícil negar..." E viva o 2012 da MPB 70 (parabéns, Caetano, Gil, Milton, Paulinho...)!

 

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