terça-feira, 30 de maio de 2006

Dando continuidade à SEMANA ESPECIAL "Rumo ao Hexa", hoje, na ROTATÓRIA, o jornalista esportivo Tiago Peçanha, do site Zona Esportiva, tece um interessante panorama sobre uma gostosa polêmica: o "Quadrado Mágico" - que técnico não gostaria de ter à sua disposição tantos astros para jogar na sua Seleção, hein?! E você: é contra ou a favor de ver Gaúcho, Adriano, Ronaldo (ou Robinho) e Kaká? É "ofensivo" demais para você ou dá para agüentar?...


ROTATÓRIA

E nem todos querem o quadrado mágico!
Escrito por Tiago Peçanha de Oliveira (02-05-2006)

Há alguns meses atrás, o povo clamava para que Parreira fosse ofensivo pela primeira vez na vida e colocasse Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano. Diziam que o Brasil tinha que jogar pra frente, procurando sempre o gol, se possível fazendo vários gols, ou seja, independente do adversário, o que interessava era jogar com uma formação super ofensiva.

Para a alegria e espanto de todos, o nosso comandante comprou a idéia e resolveu testar os quatro craques jogando juntos no time titular. No primeiro teste de verdade, o quarteto negou fogo. A partida contra a Argentina, em Buenos Aires, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, parecia ser a derrocada desse sistema que parecia perfeito na teoria, mas na prática não tinha funcionado. O placar de 3x1 para os nossos hermanos foi traumático e por pouco a nossa "tática perfeita" não teve um fim melancólico.

A Copa das Confederações seria o teste decisivo. Nesse contexto, nem todos os brasileiros confiavam tanto mais na tática das quatro estrelas. A derrota para os nossos rivais deixou marcas profundas nos admiradores do futebol pentacampeão mundial. A competição entre nações de todo o mundo começou e o Brasil não jogou bem na primeira fase. Conseguimos uma classificação suada, depois de um empate igualmente suado diante do Japão de Zico. A primeira fase foi superada e a tática não empolgava. Nas semi-finais, contra a Alemanha, o time mostrou-se mais uma vez desequilibrado defensivamente e tomou dois gols do fraco ataque germânico. Mas mesmo assim a tática prosseguia sem sofrer grandes alterações. Talvez Parreira quisesse provar para todos que jogar com 4 atacantes é impossível no futebol atual, em que os atletas cada vez mais são exigidos para marcar. Porém, quando pouca gente ainda defendia o quadrado, ele finalmente funcionou.

E não podia ter funcionado em uma circunstância melhor. Final Brasil e Argentina: de um lado a equipe pentacampeã mundial, com um elenco cheio de estrelas, mas que não conseguiam jogar entre si; de outro, a Argentina, também com muitas estrelas, só que estrelas teoricamente mais entrosadas e acostumadas com o esquema tático do treinador José Pekerman. Por essa diferença, sob o aspecto tático, poderíamos dizer que os argentinos largavam na frente nesse embate, mas o que se viu, em terras germânicas, foi um grande massacre. Com grandes atuações de Adriano, Cicinho, Kaká e cia, o Brasil goleou por 4 a 1 o esquadrão da Argentina e sagrou-se campeão da Copa das Confederações. Além do placar elástico, o que se viu na partida final foi um show de futebol da seleção canarinho. Talvez tenha sido a melhor partida da seleção, desde a conquista do penta, em 2002. Como resultado, a tática foi aclamada por torcedores e jornalistas, os mesmo que andavam com dúvidas a respeito da mesma, e o técnico Parreira foi obrigado a permanecer até hoje com o quarteto fantástico.

Passou-se um ano, desde a conquista na Alemanha e parece que novamente o brasileiro não está totalmente confiante com a tática da seleção. Não bastasse o show dado contra a Argentina, na final da Copa das Confederações, a formação vencedora deu à nossa seleção o primeiro lugar nas Eliminatórias da América do Sul. Entretanto, talvez por falta de assunto, ou até mesmo por mania de ser "do contra", começamos a colocar deeitos na possível presença do quarteto para a Copa do Mundo. A questão, mais abordada do que nunca na última edição da revista Placar, era: "Quem rouba a bola nesse time?"

A presença de apenas um volante de ofício e a recuperação de Edmílson, no Barcelona, fizeram alguns refletirem mais sobre o quarteto e sobre a possível retirada de um dos vértices desse quadrado para a entrada do volante do Barça. Será que de fato essa seria a melhor solução? O jogador que provavelmente seria sacado para a entrada de mais um volante seria Adriano. Assim o Brasil jogaria com dois volantes, três meias (não se esqueçam de Zé Roberto!) e um atacante. Teoricamente o time estaria mais equilibrado, no entanto já vimos que no futebol nem sempre a teoria funciona na prática. Será que Ronaldo conseguiria jogar sem um outro jogador do seu lado? Ronaldinho Gaúcho conseguiria jogar como um segundo atacante? Os volantes Edmílson e Émerson seriam eficazes no apoio? Penso, sinceramente, que usando o quarteto poderíamos arranjar algum esquema de marcação, no qual Adriano e Ronaldo pudessem auxiliar, mesmo que dicretamente, nessa tarefa. O craque milanês Kaká também pode ajudar muito o sistema defensivo. O meia exerce essa função no Milan e não seria demais também exercer no time de Parreira. Zé Roberto é outro que sabe e pode marcar muito bem. Com as estrelas ajudando na marcação, nas horas em que o Brasil roubasse a bola, todos esses poderiam servir muito mais pra seleção do que outro marcador.

Pra finalizar, lanço mão de uma frase muito correta do futebol: "Em time que tá ganhando não se mexe". Acorda Parreira!

(Fonte: Zona Esportiva)

domingo, 28 de maio de 2006

Peço desculpas aos parentes por aparecer mais tarde que o de costume: é que estava no batizado de meu sobrinho na cidade balneária de São José de Ribamar! Mas nada que comprometesse este nosso grande encontro em frente à TV, a torcer pelo Brasil em mais uma Copa do Mundo - pelo menos deu tempo para fazer a pipoca! Participando desta peleja, rumo ao hexa: Marco Santos, Lelinha, Luiz Henrique, Micha, Júnio, Advi e Makoto.



Reunião da Família Morcegos


"Quem não gosta de samba bom sujeito não é/ Ou é ruim da cabeça ou doente do pé...", já diria Caymmi - e o que dizer do Futebol, o artigo mais cultural de nosso País, mais que a caipirinha e a mulata somados (ambos são como espécies de acompanhantes de luxo)?! Minha história com o esporte bretão é antiga, embora um tanto complicada... Posso dizer que minha infância foi um pouco sofrida, graças a uma não tão acentuada habilidade com a bola nos pés... Tanto que, depois de muitas escalações tristes na zaga ou no gol, acabei por optar pelo vôlei no esporte da escola! Mas nada que me tirasse o interesse pelas peladas com os primos e amigos perebas nas praias de São Luís, nos fins de semana! Há quanto tempo...

A primeira Copa a que assisti foi a da Espanha, com o "escrete mágico", aquele com Zico, Sócrates, Júnior... Aquele time dos sonhos que acabou sendo um banho de água gelada tão grande como a tragédia de 50, já que o clima de "já ganhou" era nas mesmas proporções, dado que tinhamos a melhor seleção desde a de 58... Mas nada que me fizesse sofrer, afinal, tinha apenas 5 anos! O sofrimento mesmo viria com a de 86 (nem tanto assim, já que quem chorou mesmo foi meu primo!), com aqueles fatídicos pênaltis de Sócrates e de Zico, empalidecimento injusto para uma seleção de ouro comandada por um Telê que só teria sua merecida recompensa alguns anos depois com o bi mundial pelo São Paulo... E o que dizer de 90? Maldita água argentina...

1994 foi, enfim, um divisor de águas na minha vida: não só despachou para trás os últimos anos de inocência de minha vida, uma vez que terminava naquele ano o segudo grau, com todo aquele clima de despedida, como também poria por terra mais de duas décadas de falta de fé no nosso maior orgulho nacional! Mãos dadas, Romário na sua melhor fase e um time na raça a erguer sob palavrões de um Dunga possuído a tão sonhada "taça" (o feio troféu Fifa) - e olha que nós quase não éramos classificados pela primeira vez na história dos mundiais...

Digo divisor de águas porque foi com aquela Copa que a minha maneira de torcer mudou: não éramos mais vira-latas marginais no mundo, sem um produto de expotação - tínhamos nossos super-heróis, nossos Capitães Brasil, que lutavam pela Pátria amada como um exército dos sonhos, a defender nossos ideais de um Brasil livre, justo e solidário... Bom, nem tanto! Mas o Futebol está aí para isso: para transformar vidas de meninos e devolver a meninice para homens que, como eu, adoram sofrer diante da telinha com cada lance mágico e inspirado de um Futebol-arte que insiste em sobreviver...

E ainda hoje acompanho todos os jogos (mesmo aqueles cansativos jogos do Japão e da Coréia, cheio de sono...) e vibro bastante, ainda que sem nenhuma superstição de costume ou ritual de bebedeira ou de pipoca! Assisto tudo mesmo a seco, sem exageros ou badulaques (nem camisa verde a amarelo)! Mas tem que ter raça! Senão, esmoreço, tal como fiz em 98, naquela final sem explicação para mim até hoje, com a França... Se houver ainda algum dia outro daqueles jogos, juro que torcerei pelo adversário!

E, encerrando, em homenagem ao querido primo Júnio (que adora este quadro), encerro esta minha participação nesta dileta reunião com o fim da seção Retrospectiva deste ano - ano que vem tem mais! Abraço a todos e... Vamos para mais um caneco?

RETROSPECTIVA


Muitos foram os textos que escrevi em homenagem ao maior espetáculo da Terra, publicados neste espaço virtual (como as três Vertebrais que escrevi sobre o Futebol), mas só agora lanço meu primeiro poema sobre o esporte bretão...


Futebol

A bola é redonda, tem dois lados
e rola pra lá e pra cá
entre o pé descalço, de calos e joanetes
do time de meninos que não estuda
nem tem futuro,
e a chuteira dourada
do time dos garotos-propaganda
multimilionários e sem passado...
De juiz, um frustrado sem mãe
e sem talento para jogar...
De técnico, todos nós em rouco uníssono...
E, na reserva, milhões de garotos em fumaça de ilusão...
Na arquibancada, um poeta apático e silencioso
que nunca foi muito de jogar,
mas que se perde na ilusão apoplética
de uma bicicleta de cor negra de um diamante bruto e imortal,
nas pernas tortas de um cafuzo que se acaba como um menino sem juízo
e num rei absoluto com tantos súditos e tantos corações...

O mundo é uma bola
e meu coração rola pra lá e pra cá
esperando apenas o momento mágico de ser chutado a gol como bola de meia
certeiro no cantinho onde a coruja dorme, indefensável para qualquer goal keeper perdido no tempo dos últimos segundos dos 45 do segundo tempo...

(Dilberto Lima Rosa)

(poema publicado no 'post' do dia 24 de janeiro de 2006)

quarta-feira, 24 de maio de 2006

SEMANA ESPECIAL RUMO AO HEXA


Finalmente os Morcegos entram no espírito da Copa do Mundo, a despeito dos rumos que nossa Pátria Vira-lata vem tomando... Mas é no rumo bonito da ginga de um Ronaldinho Gaúcho que queremos ver embalados nossos sonhos infantis, quando todos nós, garotos de um dia no passado, já vibramos muito com aquele Futebol com "F" maiúsculo, aquele da arte, aquele de Telê, aquele ainda resistente na década de 80 e que parece que volta sempre que vemos um Robinho ou um Kaká ou um... E nada melhor para entrar no clima que pôr no ar a clássica "Pra Frente, Brasil", do grande compositor de marchinhas Miguel Gustavo, que, nos anos 80, sempre tocava, como um samba estilizado, como abertura das partidas de futebol na Globo e que, infelizmente, à época, acabou tornando-se hino do "desenvolvimento nacional" em plena ditadura militar... E melhor ainda é relembrar o ano de 1989, quando o meu Vascão arrebentava como Campeão Brasileiro (e ainda Campeão do Torneio de Metz [Metz, FRA] e Tricampeão do Torneio Ramón de Carranza [Cádiz, ESP]!): tempos de estréia do craque Bebeto (que, ao lado de Romário, carregaram a Copa de 94) e de um monte de sonhos de um então garoto de 12 anos de idade que ainda levaria 5 anos para ver a Seleção Canarinho voltar para o ninho com a taça na mão... E que venha o urubu na Copa do Brasil - depois do Hexa!!!

Hoje, na ROTATÓRIA, um pouco daquela época, contada pelo 'site' NetVasco, e que vale a pena sentir de novo, às vésperas do maior torneio de Futebol do Planeta...

ROTATÓRIA


A contratacao de Bebeto e o campeonato brasileiro de 1989
Com o dinheiro arrecadado com a venda de Romário, Geovani e varios outros jogadores para o exterior, o Vasco tirou de maneira espetacular Bebeto do Flamengo, com quem o jogador estava em litígio, ao depositar na federação a quantia equivalente ao seu passe. Com Bebeto e outros reforços, o Vasco sagrou-se em 1989 campeão brasileiro pela segunda vez, derrotando o São Paulo na final em pleno Morumbi por 1 a 0, gol de Sorato.

Vasco campeão brasileiro de 1989

O Vasco, por ter uma campanha melhor que a do São Paulo, só precisava de uma vitória ou dois empates em dois jogos para ganhar o título. Com esta vitória, o Vasco sagrou-se campeão (16 de dezembro) sem a necessidade de disputar o segundo jogo.

(Fonte: Netvasco)

domingo, 21 de maio de 2006

Uma das seções mais populares destes poucos mais de dois anos de Morcegos foi, sem dúvida, a Ligeirinhas! Iniciada em novembro de 2004, este quadro nasceu da dificuldade de arranjar tempo para manter longos textos semanalmente (à época, as já conhecidas colunas Vertebral dominavam o meu espaço virtual), o que me levou a fazer pequenos textos carregados de humor e com ritmo escrachado sobre as principais notícias de então - mais ou menos com o mesmo ritmo dos desenhos Looney Tunes, de sou fã absoluto!

Recentemente voltei a editar novas Ligeirinhas (fevereiro deste ano) embora, já há algum tempo, não teça alguns dribles por aqui... Por isso, para matar saudades dos melhores momentos desta seção, escalei um 'medley' com croniquetas de diferentes épocas (já que, em média, eram publicados três textos por seção) para a RETROSPECTIVA de hoje...

RETROSPECTIVA
Seções/Ligeirinhas



LIGEIRINHAS

Intervenção na Rede TV - Urgente! Já que televisão é uma concessão pública, o Governo deveria fazer alguma coisa contra esse canal: a única coisa que presta é o Pânico na TV! Pelo amor de Deus - Luísa Fel e Lucianta Gimenez já são demais, mas só com a cadeira elétrica se faria justiça quando se trata de Clodovil ou de João Cléber! Meu Deus, como é que dá para agüentar um cara (??) que passa quatro horas no ar fazendo arranjos de flores e se elogiando o tempo inteiro? E o outro - "pára, pára, pára!": depois de "apresentar" um programa inteiro só de "pegadinhas" em que ninguém mais acreditava, o ex-humorista resolveu investir pesado no erotismo barato dos escancaradamente armados "testes de fidelidade" e outras baboseiras afins (como os "bombásticos segredos" de uma vida inteira contados por certas pessoas que escolheram justo o programa do insuportável apresentador para revelá-los!). Que saudade das inúmeras reprises do Jerry Lewis no "TV Magia" e da Marília Gabriela no "De Frente com Gaby"...


Arrocha o Meio! Todos aprendemos na escola que o Maranhão e o Piauí se localizam no Meio-norte (tendo mesmo o Estado do Maranhão parte da Amazônia legal). Assim, neste pequeno "rego" (não será grande?) entre o Pará, o Ceará e a Bahia, estamos sujeitos aos piores tipos de influência musical já existentes de todos os tempos - e olha que chamar "Calipso", "Forró" (ou o que chamam hoje de forró) e o mais recente e esdrúxulo "estilo", o "Arrocha", de "música" já é forçar bastante! O pior é que o mal gosto tomou mesmo conta das rádios de São Luís e parece que, por um bom tempo, as porcarias vão continuar troando e ecoando por aí - Socorro!


Santa Presepada! Recomendo a todos os programas na TV da Igreja Universal do Reino de Deus, especialmente os inúmeros apresentados em diferentes canais ao longo da programação local. Calma, pessoal, eu não "me converti", apenas gostaria de compartilhar um dos melhores programas de humor que já vi: é tanta loucura que só morrendo de rir para acompanhar! E tome nomes esdrúxulos como "Corrente dos 318", "Sessão de Descarrego", "O Jejum das Causas Impossíveis", "Corredor da Fogueira Santa de Israel", e assim vai, sempre correntes cheias de rococós, com simbolismos completamente deturpados da Bíblia. Já pude acompanhar, pela TV, toda a igreja de guarda-chuvas aberto "porque iriam chover bênçãos" e uma gama de não sei quantos pastores fazendo um corredor, com uma imensa manta a cobrir a passagem, para que os fiéis passassem por baixo para que recebessem a glória... E a cada corrente o "cenário" do altar (ou seria palco?) muda, conforme o tema - já assisti a uma réplica do Monte Sinai feita de papelão e uma imensa cama onde um pastor e sua esposa falavam sobre as bênçãos conjugais! Mas o pior mesmo são as intensas e maciças "correntes dos empresários", a pregar que Deus quer abastança e que as dificuldades financeiras são coisas do Demônio - afinal, Jesus não era pobre? E não era Cristo mesmo que dizia que o Reino de Deus não pertencia a este mundo? Chega de espetáculo - a fé não é um show pirotécnico! E chega de pessoas alimentando este desrespeito a Deus e às igrejas evangélicas - basta de caminhos fáceis e de milagres pagos!


A Popova da Sharapova: Anna Shorina e suas amigas russas de sobrenomes de duplo sentido, medalhistas de ouro no nado sincronizado, depois de usar um samba na apresentação em Atenas e ganhar das brasileiras, vieram aprender a sambar no Rio de Janeiro... Mês que vem nossas meninas seguem pra lá para aprender a nadar!


"Pega ele aí, pega ele aí... Pra quê? Pra passar batom...": alguém aí viu o Luís Caldas nas imagens de um dos 'shows' do Festival de Verão de Salvador, ou só eu consegui graças aos meus dotes supramediúnicos?!


(Dilberto Lima Rosa, 'blog' Morcegos: 'posts' dos meses de novembro e dezembro de 2004, e de fevereiro de 2005, no Weblogger, e de fevereiro de 2006, no Blogspot)

quinta-feira, 18 de maio de 2006



Devagar e Sempre

Por minha visão bolorenta
E por meus ouvidos sujos
Acompanho a morte em minha volta
Tomar conta de tudo
Enquanto tomo conta do nada...

Enquanto isso
O mato cresce à margem da estrada de terra
Por onde acabei de passar
E os insetos por lá
Dão início a uma muda revolução...


(Dilberto Lima Rosa, À beira do derradeiro solstício..., agosto de 2005)

segunda-feira, 15 de maio de 2006



Na semana passada basicamente o que se discutia era apenas a lista dos convocados que o culto e sóbrio (ainda que turrão, como todo técnico) Parreira divulgaria nesta segunda, dia 15 - já se brincava até sobre a certeza da reeleição de Lula caso o Brasil se sagrasse hexacampeão, numa clara e irônica alusão ao fascínio que a Copa causa aos brasileiros em época de eleição, desde os plúmbeos tempos da ditadura da década de 70...

Entretanto, diante de um final de semana onde o povo brasileiro assistiu atônito a perda de centenas dos filhos deste solo de uma mãe nada gentilmente desamparada pelos seus governantes, que prezam unicamente as próximas eleições ao invés de zelar pelas próximas gerações, o brilhantismo da Pátria de Chuteiras, basicamente o único orgulho de uma nação eternamente com seu espírito de vira-lata relembrado em cada mazela de seu dia-a-dia, foi ofuscado pela realidade nua e crua de que, enquanto o Estado só se mostra realmente organizado na hora nefasta de oprimir com as cobranças de impostos extorsivos e quase sem retorno social, o crime se organiza na velocidade da tecnologia dos celulares mais modernos de dentro dos sistemas carcerários mais antigos...

Em ano de eleições, quando tantos relembram com voz rouca que é preciso saber escolher seus representantes e todo aquele blá-blá-blá só esquecido com uma grande jogada de Ronaldinho Gaúcho ou com a esperança dos futuros feriados ininterruptos que a sagrada Copa do Mundo poderá proporcionar caso a Seleção avance em direção às finais, é de se lembrar que, assim como Lula pôs por terra a vã sensação de que um salvador da Pátria conseguiria resolver todos os problemas de uma Nação secularmente regida pela corrupção, não será com a sua retirada que o País respirará o novo ar da plenitude da Política honesta e produtiva - há de ser ensinado ao mesmo povo que gasta seus parcos trocados com bandeiras e adereços em verde e amarelo que patriotismo tem de ser entendido como algo perpétuo, porém muito maior que o sofisma do "ame-o ou deixe-o" e muito mais abrangente que o universo político que fez uma inteira massa "pintadinha", estúpida e manipulável, um certo tempo atrás, vestir-se de preto, sem saber depois que rumo tomar...

"Cortem-lhe a cabeça"! E a barba, coloquem de molho: o Brasil continuará em berço esplêndido, modorrentamente aguardando o dia de acordar como o tão prometido País do Futuro! E o povo, contando os dias para o maior torneio de futebol do Planeta e discutindo o "sexo dos deuses" ("seria Ronaldinho Gaúcho o novo Pelé?"), deverá saber, além de "votar certo", seguir os eleitos com a bola no pé até o final dos quatro anos do segundo tempo, sem esquecer que o acontecido no último final de semana bem que poderia ter sido evitado se se pudesse banir com um cartão vermelho o maldito jeitinho brasileiro de empurrar para debaixo do tapete verdinho a sujeira da corrupção, que se alastra do membro do PCC até os grandes da "Justiça" que seguem com mimos e celulares sempre prontinhos para tocar na hora errada, sem esquecer a infame barriga de chope da decisão política que nunca chega e que empurra tudo para depois do carnaval, da Copa, enfim, depois de o circo e vários estados deste País pegarem fogo... E logo a "barriguinha", tão orgulhosamente mostrada entre os atletas de final de semana, que, além de não jogarem nada, já se esqueceram em quem votaram nas últimas eleições?

E agora, nesta "segunda de eleitos" especiais, as televisões enfim se lembraram que devem usar seus espaços com algo mais que as suas cretinas programações e discutir assuntos de relevância nacional, como concessionárias de serviço público que são, e, quase unanimemente, tal como o número de convocados dos times espanhóis (bons tempos que os times cariocas definiam o 'scretch' canarinho...), exibiam em seus canais programas sobre o tema "atual" da insegurança nacional...

E eu, que fui assaltado à mão armada há pouco mais de duas semanas, tendo meu celular roubado para servir mais adiante a grupos criminosos que seguirão a se comunicar, bem ao contrário da Polícia (para quem nem pude comunicar a ocorrência por causa de uma absurda greve estadual!), depois de um estafante dia de trabalho e estudo, ligo a televisão ao chegar a casa e descubro que o meu Brasil está unido, ainda que por alguns instantes apenas, em torno de algo a mais que o esporte bretão ? estão discutindo o jogo "Crime Organizado" 181 X 0 "Sociedade Apática"... E digo "quase unanimemente" porque, rolando os canais, pude encontrar a Globo a exibir mais um enlatado boboca na Tela Quente, Um Monge à Prova de Balas... Tudo de que o Brasil precisa! Além, é claro, do Futebol...

sábado, 13 de maio de 2006

Hoje é meu aniversário! Hoje não ligo para ninguém, não visito ninguém... Mas também não fico aguardando homenagens, muito pelo contrário... Mais das vezes fico envergonhado com as palavras mais rasgadas de afeto pela ocasião... Adoro a sensação de envelhecer, ao contrário de muita gente... Reflito sobre mais um ano e agradeço muito a Deus por tudo que recebi - e peço luz para aprender com o que perdi... E sigo! E é só! Porque hoje é meu aniversário e não cabe aqui falar de mim! Deixem que falem a meu respeito! Especialmente que amanhã é dia das mães e a mim cabe mesmo é fazer homenagens, onde me sinto bem melhor, especialmente a esta grande mulher... E a melhor forma que encontrei de unir estas datas comemorativas foi adiantar um pouquinho a RETROSPECTIVA de amanhã e, pela ocasião especial, torná-la mais especial ainda: repito duas publicações marcantes do ano passado - o primeiro, o do dia 13 de maio, quando meu irmão teceu-me uma bela homenagem (toda o 'post' está republicado na íntegra; por isso, lá, ainda estou completando 28 anos... ); o segundo, em homenagem às mães, saúdo D. Dilena com um poema de minha autoria e abraço todos estes seres mais que abençoados...

RETROSPECTIVA
Datas Especiais/Homenagens




Não, este "superbebê" da foto não sou eu: fico devendo a foto do pequeno Dilberto, ainda não consegui um scanner que me valesse...

Há exatos 28 anos (quase exatos, nasci à noite, às 23:30) eu nascia, e comemoro este aniversário juntamente com as superstições da sexta-feira 13 (nasci numa!), com os remendos aos séculos de preconceito racial com os irmãos negros (dia da libertação da escravatura, para quem não se lembra das aulas de História!), com as procissões católicas da Nossa Senhora de Fátima e com o aniversário mais que especial de uma grande cantora que admiro muito: Abelim Maria da Cunha, nome verdadeiro de Angela Maria, a eterna Sapoti (que nasceu no dia 13 de maio de 1929, em Conceição de Macabu, distrito de Macaé-RJ). A ela, os meus parabéns!

Mas hoje não falo de mim: deixo que os amigos o façam... E, meu irmão Dilemberto, o famoso Lima Garotinho, fez para mim uma bela homenagem em forma de poema (havia outro, mas, numa dessas manhãs de bebedeira, quando ele escreve os seus arroubos, deve tê-lo perdido...). Obrigado a Deus e aos companheiros de trajetória, e sigamos em mais um ano de estrada...

Mano

O núbil de agora,
um novo de antiguidades
Cultura de pernas
e longas estradas virgens...

Diria - um moxa...
...para cicatrizar a incultura!
Um eterno ermitão
na fuga do mau som.
Um lânguido de ações
mas um terremoto
quando as toma.

Berço esplêndido do saber,
olhos de caça,
como águia,
à presa do erro das frases tortas...

Mano velho
de idade nova,
de florestas em opções,
de única mulher:
Cante tua voz,
que ela ecoe
num absurdo de sons
apagando a ignorância...


Lima Garotinho


(Dilberto Lima Rosa, Morcegos/Weblogger - post do dia 13 de maio de 2005)




Diante das mães, parecemos crianças; qualquer homenagem que se faça se faz sem graça, infantilmente, como se não houvesse palavras para descrevê-las em sua plenitude (ou mesmo porque voltamos ao passado e ficamos abobalhadamente envergonhados diante daquela senhora que tudo sabe de nós...). À minha adorada mãe Dilena (também mãe de meu único irmão Dilemberto, o famoso Lima Garotinho), o meu sincero e infantil obrigado, em todos os clichês inimagináveis de carinho e devoção (e em meu "poeminha" à Vinícius, como se criança eu ainda fosse...); Às minhas avós, D. Raquel (mãe de minha mãe) e D. Marieta; a D. Salustiana e a D. Helena (avó e mãe de minha noiva Jandira, que será, com certeza, uma grande mãe...); à D. Concita (carinhosa mãe de minha cunhada Ofélia); às tias Laucira, Jandira, Alzira, Eliana, Janir, Letízia; à finada D. Maria (eternamente simpática mãe de Lígia); às primas e amigas que já são mães - como a queridíssima Léo (mãe da linda Alice), que, por acaso aniversaria hoje - e a todas as mães dos amigos que tanto já me receberam com afeto, atenção e bons lanches e almoços... A todas as mães, próximas e distantes, mulheres maiores com a dádiva divina de gestar e parir... Meus mais sinceros parabéns...

Em Homenagem a D. Dilena

Mãe de todos os clichês
Da Rainha do lar à Santa no altar
Mãe Maravilha
Busco poesia
Ao te exaltar,
Aos brados,
A beleza além da concretude
De tua vida reta
De teu porte impecável...

Eu, que de ti herdei
Os olhos, a boca e o cabelo,
Sigo como um espelho
A te imitar a arte da perfeição
De teus valores corretos
Diante do incerto
De minha vida

A bênção, senhora,
Tu que acompanhas ao longe
Os meus versos infantis,
Releva a tosca lembrancinha
Que fiz e que a ti oferto,
Eterna fonte em meio ao deserto
De meus pensamentos...

Jovem e bela morena
Das longas madeixas
Do retrato em branco e preto
Senhora do cenho fechado
E da alma aberta
Diante do cerne da questão
Fala e ensina aos quatro ventos
O que é ser mulher de plantão
E mãe, a todo sempre,
Diuturnamente...

Luto em converter
Este fraco poema
(A curvar a poesia em tua deferência)
Mulher, acima de todas as mães)
Em homenagem à Dona Dilena
- Que se quebrem todas as penas
Por sobre os papéis mais ásperos
Que a vida te deu
Na mais sincera e pungente
Poesia
Que é o viver
Ser
Filho teu

Dilberto Lima Rosa

(Dilberto Lima Rosa, Morcegos/Weblogger - post do dia 08 de maio de 2005)

quarta-feira, 10 de maio de 2006

E hoje, na ROTATÓRIA, vamos rir com um verdadeiro "caso sério" do Rio: Arnaldo Jabor, diretamente de seu quadro na CBN, esquentou o mingau, refogou o tutu e foi atrás de um certo garotinho que não quer mais comer...

ROTATÓRIA
Os Dissabores do Jabor



Amigos ouvintes, hoje não vou falar com vocês, não. Eu vou falar com um garotinho, lá do Rio de Janeiro, que fica fazendo malcriação e não quer comer! Olha aqui, garotinho, você é um menino muito manhoso! Come. Toma aqui, garotinho, toma uma colherzinha de mingau! Não quer? Ah... Quer tutu, né? De tutu você gosta, né? Mas não pode, garotinho, principalmente o tutu do povo... Meu filho,come... Você assim vai ficar magrinho. Come, bolinha...

Engraçado! Você manda sua Rosinha entregar R$ 330.000.000,00, ou seja, U$ 160.000.000,00! Você manda sua Rosinha entregar esses 160 milhões de dólares sem licitação, sem contratos, sem nada, para meia dúzia de ONGs corruptas que não existem, sem endereço, tudo laranja, e quando descobrem sua travessura você fica magoadinho e resolve não comer! Ah, Garotinho, pára com isso, come!

Em vez de ficar fazendo manha, manda devolver os 160 milhões de dólares do povo, que foram entregues a ladrões, os mesmos que depois iam financiar a sua campanha, hein, e outros mumunhas que todos sabemos, não é? Devolve o dinheiro, Garotinho! Não adianta devolver os 600 mil reais que você já recebeu por conta, nem negar o aviãozinho a jato do traficante que você alugou... Não adianta! Tem que devolver os 160 milhões de dólares! Essa grana dava pra fazer uns 15 bons hospitais no Rio. Essa grana é 20 vezes mais do que a Rosinha investiu em equipamentos pra saúde. Anda, garotinho, come!

Essa manha não adianta! Você pensa que os moços do PMDB vão querer você depois dessa malcriação? Olha que os moços brigam com você! Ah, já sei! Já sei que você quer fazer regime e ficar magrinho, sem bochechinha, não é? E ainda por cima, bancar a vítima política?! Oh, meu filho, pensa que o povo é bobo? Come, garotinho, e manda sua senhora devolver um dos maiores desvios de verba da história brasileira (160 milhões de dólares)! Vamos logo! Não adianta fazer manha, não! Come e devolve esse dinheiro, Garotinho!!!

(Arnaldo Jabor, http://radioclick.globo.com/cbn/comentarios/arnaldojabor.asp)

domingo, 7 de maio de 2006

Depois de minha breve lista de interesses atuais (e não de pedidos, como quiseram alguns) diante de mais um aniversário, os Morcegos seguem, ao longo deste mês de maio, com mais uma RETROSPECTIVA, hoje passeando sobre os 'posts' de Cinema, com uma rasgada homenagem a este que talvez tenha sido o mais completo artista da Sétima Arte - Stanley Kubrick... Curiosamente, esta crônica nunca foi publicada neste humilde espaço virtual, mas ficou muito conhecida nos diletos 'blogs' do amigo Luiz Henrique.

RETROSPECTIVA
CINEMA



Minhas Memórias Kubrickianas
Por Dilberto Lima Rosa

Lembro-me ainda da primeira vez que assisti a um filme de Stanley Kubrick, ainda que nem mesmo soubesse, à época, de quem se tratava (e ainda que já houvesse visto Spartacus quase por inteiro, quando ainda bem menino): O Iluminado, de 1980, que vi em vídeo, à noite. Nem é necessário dizer o quanto isso fora uma má idéia, em vista da idade que eu tinha, por volta dos treze, e que aquele desfile de terror psicológico se tornaria bem mais assustador naquela hora... Baseado num romance de Stephen King, este filme acabou se mostrando um bom exemplo de uma adaptação melhor que a obra original, já que focou mais o lento enlouquecimento do personagem interpretado magistralmente por Jack Nicholson do que o garotinho personagem título do livro...

Apesar de ainda dar os primeiros passos no universo cinematográfico naqueles idos da década de 90, não me ligando ainda em associar uma obra ao seu diretor (o que é um pecado tão grande como ler um livro sem saber o escritor), segui vendo as várias produções que eram despejadas nas locadoras, até o lançamento do então último trabalho de Kubrick, Full Metal Jacket-Nascido para Matar (87), um verdadeiro libelo contra a estupidez da Guerra do Vietnã - foi quando passei a notar uma forma diferente, um jeito pungente de filmar, apesar de este bom filme de guerra não guardar nenhum paralelo com sua obra anterior, O Iluminado (a que, coincidentemente, assisti antes).

Depois de ver quase todos os filmes de uma locadora do bairro, descobri, quase por acaso, 2001-Uma Odisséia no Espaço (68), obra um pouco mais antiga, porém famosíssima tanto na Literatura quanto no Cinema, mas que nunca havia visto por completo, a não ser por alguns trechos nos Corujões da vida. E lá estava ele outra vez, Kubrick, numa revolucionária produção inglesa (como a maioria de seus trabalhos, já que adotou a Inglaterra como seu refúgio do mundo real), tanto nos estonteantes efeitos especiais como na brilhante e poética narrativa, que traçava um elo entre o homem e as fronteiras do desconhecido, desde os tempos das cavernas até o futuro da corrida espacial, ao mesmo tempo em que já discutia um tema tão atual quanto a inteligência artificial, tudo alinhavado com as inesquecíveis valsas de Johan Sebastian Strauss e feito em plena década de 60... Definitivamente eu estava crescendo no meu entender o Cinema, e, com certeza, aquele diretor estava me ajudando bastante...

Depois se seguiram em minhas retinas obras geniais da Sétima Arte, coincidentemante, a filmografia completa de Kubrick (além, é claro, das já citadas, à única exceção de Lolita, a que nunca tive o prazer de assistir!): Glória Feita de Sangue (que vi, num festival exibido no canal por assinatura Telecine, na casa de meu amigo Sérgio Roonie, juntamente com outros bons trabalhos do início da carreira do diretor, como O Grande Golpe, um excepcional 'thriller' policial, O Último Beijo e A morte passou por perto, os três se constituindo em bons exemplos do quanto o Mestre ainda ampliaria sua perfeição minimalista...), com um impecável Kirk Douglas, outro grande trabalho sobre a loucura da guerra, sendo que, neste, o foco seria sobre a Segunda Guerra Mundial; Spartacus, um dos maiores épicos já produzidos, novamente com Kirk Douglas (e um grande elenco, que incluía Sir. Lawrence Olivier, Peter Ustinov e Tony Curtis), mostrando a versatilidade de Kubrick com outros gêneros, como a Aventura e o Romance; Dr. Fantástico ou Como deixei de me preocupar e passei a amar a bomba, sua única Comédia, sátira mordaz contra os bastidores da Guerra Fria, com um genial Peter Sellers em papel duplo; Laranja Mecânica, obra-prima absoluta e um de meus filmes favoritos, tão bom quanto o brilhante livro de Ficção-científica de Anthony Burguess, a coroar Alex, vivido por um genial Malcolm MacDowell, como um dos maiores personagens do Cinema, na brilhante sátira sobre a sociedade, o Estado e a violência; Barry Lindon, excepcional trabalho de fotografia (muitas cenas são como verdadeiras pinturas) que narra as venturas e desventuras de um anti-herói (Ryan O'Neal) no século XVIII...

Cada vez com um maior período de tempo entre um filme e outro, Stanley Kubrick ficou mais de dez anos entre Nascido para Matar e o seu derradeiro trabalho, De Olhos Bem Fechados (99), com o ex-casal Tom Cruise e Nicole Kidman, tamanho o seu preciosismo e suas cada vez mais exigentes manias de perfeccionismo, que acabaram lhe custando o fato de ter morrido, em 99, sem ver o seu último filme nos cinemas... Tanta genialidade foi acumulada durante a mais perfeita, consistente e coerente carreira cinematográfica de todos os tempos, apesar de ter experimentado os mais variados gêneros e formas de narrativa (ainda que sempre embasado no seu costumeiro "estilo épico" de três atos para contar uma estória) - qualidades reservadas para muito poucos neste mundo de arte cada vez mais sem poesia; obrigatoriedade para todos os que querem crescer no entender, ver e sentir a verdadeira Arte do Cinema...

(Dilberto Lima Rosa, 2005)

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Eu nasci há 10.000 anos atrás...




É mês de aniversário! Não mais do blog, mas do dono do blog: eu, Dilberto L. Rosa, completarei 29 anos no próximo dia 13...

Como em muitos blogs é comum vermos listas dos presentes desejados, resolvi "chupinhar" a idéia, mais para mostrar aos fiéis visitantes os meus atuais interesses de consumo que para pedir presentes para os amigos - se bem que, se alguém se compadecer e quiser ofertar a este humilde escritor o Box de DVDs O Poderoso Chefão, eu não terei do que me queixar...




Como minha filmoteca ainda é pequena (35 títulos em DVD e 30 em VHS, com a maioria mofando por falta de VCR), os maiores interesses atuais estão nos chamados boxes: Ghostbusters (2 Discos, com os dois filmes, mais centenas de extras), O Poderoso Chefão (5 discos, com os três filmes, mais horas de cenas adicionais) , ...E o vento levou (4DVDs), TV Pirata(DVD duplo com o inesquecível humorístico global), afora muitos outros títulos (O Professor Aloprado, Errado pra Cachorro e Mensageiro Trapalhão, todos da Coleção Jerry Lewis; as edições especiais de La Strada e La Dolce Vitta, do gênio Fellini; O pecado mora ao lado, do mestre Billy Wilder; e X-Men 1.5 completariam a lista cinematográfica).



E apesar de andar completamente sem tempo, estou sempre comprando livros e ando de olho nos seguintes lançamentos: Araca de Hermínio Bello de Carvalho, Chico Buarque Letra e Música, Almanaque dos Anos 80 de Luiz André Alzer e Mariana Claudino.

E, pra não dizer que não falei de música, ando bastante interessado em algumas trilhas sonoras, como as dos filmes O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel, Blade Runner - O caçador de Andróides e Os Irmãos Cara de Pau (obra-prima absoluta de John Landis, sobre a qual, em breve, tecerei rasgadas homenagens...).



Afora alguns outros mimos que não me vêm à mente no momento...

terça-feira, 2 de maio de 2006

Hoje é um dia especial para uma pessoa especial, um verdadeiro amigo da Sétima Arte que as correntes virtuais me trouxeram graças a este dileto espaço virtual que há pouco completou 2 anos: hoje é o Luiz Henrique quem faz aniversário, e a ele os meus mais sinceros parabéns, com desejos de muita saúde, paz e bênçãos de Deus para continuar seguindo por muito tempo com este seu bom caráter, ótimo coração e esta sua cabeça certa de muitos talentos e qualidades múltiplas - afinal, além do Under Pressure, onde ele costumeiramente tece suas ótimas, porém desacorrentadas homenagens cinematográficas (com notas normalmente acima da média do que muitos filmes mereceriam, ré, ré!), ele escreve para vários blogs (em especial para o Culture Rangers, onde, no dia 8, ele tecerá análises sobre meu poema Florbela - quanta honra, nunca tive uma "obra" analisada...) e, mesmo diante de todas as adversidades (como as muitas por que infelizmente tem passado ultimamente...), ainda consegue forças para erguer a pena e dedilhar excelentes crônicas, tal como o fez na que muito honrosamente apresento hoje nesta ROTATÓRIA ESPECIAL de hoje - a qual agradeço de coração a dedicatória carinhosa ao casal Rosa (a Jandira aproveita pra também mandar lembranças)!

Parabéns, amigo: lutadores sempre nos trazem grandes exemplos de vida e de amor à arte, e você é um lutador cem por cento!

ROTATÓRIA ESPECIAL
A Lente do Artista


O Amor Convexo
(ou Crônica de hospital #1)


Perguntaram-me qual é a semelhança entre o Coelho da Páscoa e o amor. Não sabia a resposta, mas ela logo veio: não importa, nenhum dos dois existe mesmo.

Piadinha corrente essa, principalmente nessa época de festas de páscoa. Mas, quando a escutei, algumas semanas atrás, fiquei roxo de rir, pois para mim ela fazia sentido. Daí, deitado no leito de um hospital sem nada de mais útil para fazer, resolvi pensar, pensar e ponderar. Até onde essa piadinha é verdade?

Não, meus amigos, não pensem que eu vou discutir a existência do coelho de olhos vermelhos, pêlo branquinho e de pulo bem leve. O que me intriga, o que acabou por consumir todo o tempo que fiquei aqui, deitado com um vidro de soro pendurado ao lado da minha cama, é justamente a existência do amor. Que bicho é esse? Ele tem garras? Ele faz com que a nossa pele fique pinicando quando chegamos perto dele? Ele se parece com uma girafa desengonçada? Pois bem, gastei todo o meu tempo pensando sobre ele. Afinal, que raio de coisa é essa chamada amor?

Eu nunca acreditei nessas coisas. Pra mim, existia paixão e coisa e tal, atração entre homem e mulher, ou entre mulher e mulher, homem e homem, mulher-barbada e anão-de-circo. Existe gosto para tudo nesse mundinho de Deus. Mas amor é um exagero. Daí, passei a pensar o quanto nossos pais deviam se gostar para nos fabricar, digamos assim. (claro que existem exceções - mães solteiras estão aí para provar). Sempre havia imaginado que as pessoas só ficavam juntas e cometiam casamento (para mim, qualquer coisa que precise de juiz e testemunhas é crime) porque sentiam apenas atração entre elas. Pois bem. O hospital me fez pensar melhor.

Um caso hipotético: como não quero cair no clichê de fazer a típica historinha entre homem e mulher apaixonados, vou fazer uma diferente, inspirada pela montanha Brokeback, que eu revi dia desses no cinema. Um caso típico de amor entre dois iguais (senhoras puritanas, não se choquem - é um caso apenas hipotético, para ilustrar o que quero dizer. Não me prendam!). Eram dois. Um morava no interior, outro na capital. Conheceram-se durante uma festa de uma amiga em comum. E foi aquela coisa bem brega, tipo "amor à primeira vista". Sentaram e conversaram, até que a coisa aconteceu. E ali o rapaz do interior notou que estava apaixonado. Oh, surpresa geral! Quem iria imaginar uma coisa dessas? O que ele não esperava é que o coleguinha da capital parecia estar correspondendo. Pronto, foi aquela coisa que todo mundo que já se apaixonou pelo menos uma vez na vida sabe como é. Ligações, mensagens de texto no celular, suspiros e "ohs" por todo lado. Avoados, os dois. E de repente, um sugere ao outro o fato de namorar. Escândalo na sociedade! Ninguém iria tolerar isso. Até que o amigo enamorado da capital diz: "- Dane-se o resto! Eu gosto de você, você gosta de mim, eu te amo e você também me ama. Dane-se o resto!". Vendo por esse lado, o outro topou e hoje eles só não casaram porque a legislação não permite. Enfim, essas coisas...

Diante de tal caso, passei a crer que o amor não escolhe a quem afetar. E que ele existe, mas de uma maneira diferente do que os parnasianos e românticos do século XIX pensavam, por exemplo. Não é aquela coisa de se matar por causa da amada; o amor também acaba, assim como o dinheiro no fim do mês e as músicas do Engenheiros do Havaii (muitos ainda acreditam que as musicas deles não têm fim, a ciência ainda tenta provar o contrário). "Ainda que eu falasse a língua dos homens, que falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria". Isso é a melhor definição do amor que existe. Mesmo sem perceber, a gente ama alguém, ama alguma coisa, e isso nos dá condições de viver. Então, o amor nada mais é do que o combustível que alimenta a nossa alma e que nos faz querer acordar no dia seguinte. É o nosso motivo, é o nosso propósito.

Talvez isso explique os bilhetinhos apaixonados, as mensagens açucaradas no orkut, os carinhos e o fato de que saber que amamos e somos amados por alguém dá um novo sentido a nossa vida. Casais exemplares existem aos montes: Romeu e Julieta, Albert Einstein e Mileva Maric, Adão e Eva, Dilberto e Jandira, entre tantos outros que estão sempre aí para nos mostrar que o amor existe, sim, senhor, e que um dia ou outro ainda seremos enganados por ele, e que isso pode afetar a nossa vida toda.

Ah, voltando, sabe qual é a semelhança entre o coelho da Páscoa e o amor? Eu já respondo: o Coelho da Páscoa existe para quem acredita nele. O amor também...

(Luiz Henrique Oliveira, abril de 2006)
 

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