quarta-feira, 24 de junho de 2009

É São João!

É São João! É tempo de festa com o dinheiro público! Anarriê: é a quadrilha do Senado pra você! É, minha senhora, é assim porque o Coronel Bigode, que já sujou tanto, disse que não foi eleito presidente pra limpar lixeira – afinal, como vaticinou o delegado barbudo, o "velhinho" não pode ser tratado como um homem comum: verdade; senão, já estaria preso em Pedrinhas, em Bangu ou na cadeia do arraiá, junto com sua ‘famiglia’ toda! Olha a chuva! É mentira... Olha a bandalheira do ato secreto! É verdade...

É São João! É Santo Antônio, São Pedro: são três estrelas a brilhar no céu, como diria a bela canção do grande percussionista maranhense Papete! E no Maranhão o arraial é mais bonito! Tudo bem que não haja aquelas barraquinhas lúdicas do Sul-Sudeste, mas não há, oh, gente, oh, não, festa como essa do Maranhão: acima de qualquer bom baião ou quadrilha (estilizada ou de pé no chão), aqui tem Bumba-meu-boi, cheio de lendas, belezas e sotaques, tem Tambor de Crioula, tem Cacuriá e muita coisa boa pra experimentar (arroz de cuxá, mingau de milho/canjica, camarão seco e vatapá)!

É São João! E não há cantor que mais tenha sido a cara do Nordeste, com seu tropicalista jeito de trajar, quase uma Carmen Miranda em jaquetões e chapéus de couro! Com simplicidade e muito talento, compôs e cantou o legítimo baião longe dos modismos e se perpetua até hoje com clássicos geniais como A vida do viajante, Á-bê-cê do sertão, O xote das meninas, Olha pro céu, Respeita Januário, Riacho do Navio, Sabiá... Mas foi mesmo com Asa Branca, verdadeiro Hino Nordestino, tal como Aquarela do Brasil está para um segundo Hino Nacional, que o "Velho Lua", Luiz Gonzaga, imortalizou-se – apesar de já ter nos deixado há 20 anos...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

PARATODOS

Estive com o poeta popular Patativa do Assaré (1909/2002) quando em Fortaleza (foto): bom papo, nem parece que fez cem anos em março! Falamos do nosso sofrido Vasco e das mazelas de nosso não menos sofrido povo nordestino – ele mesmo um autodidata, que frequentou a escola por menos de um ano, mas que soube superar e aprender nos livros, nos jornais e nas revistas a dominar a Língua para expressar tão bem suas poesias com a voz dos cordéis! Parabéns ao eterno Patativa ('trailler' do documentário "Patativa do Assaré - Ave Poesia" na galeria ao lado)!

E o Rei Roberto completou 50 anos de irregular perfeição com sua voz precisa e suas imortais canções... E seu irmão camarada, de fé e de idade, o bom roqueiro Erasmo Carlos, completou 68 anos neste mês! Difícil saber o que realmente é dele nos pactos de sangue das canções “assinadas em parceria” com Roberto, mas o certo é que o “Tremendão”, mesmo com o visual cansado de guerra, agita bem até hoje, acendendo a 120...150...200 km por hora!

Mas o mês de junho ainda é mesmo dele, do Poeta maior de nossa Música: Francisco Buarque de Holanda – que, no próximo dia 19 completará 65 anos!



Ele é muito mais do que o amante dos olhos de ardósia e conhecedor da alma feminina ("Olhos nos Olhos", "Folhetim") ou a voz das questões político-sociais ("Apesar de Você", "Cálice"): Chico Buarque ainda é o mestre maior do cancionário nacional, o único que se pode realmente chamar de poeta musical, verdadeiro Stanley Kubrick da MPB, com a perfeita decupação em verdadeiros "atos teatrais" (bem visível nos três atos de "O Guri" e "Olê, Olá") nas suas canções!

E, mais do que o versátil compositor e dos flertes com o Cinema e o Teatro ("Ópera do Malandro", "Gota d'Água" e "Roda Viva", canção inesquecivelmente "contracenada" com o MPB-4 no vídeo acima, da época dos grandes festivais), o cada vez mais maduro e profundo escritor ("Budapeste" mostra bem o que digo) vive hoje numa profícua colheita deliciosa e alternada entre um livro e um disco sempre com qualidade!

Meu caro Chico, muito te admiro, meu chapéu te tiro, muito humildemente: a ti, que já amaste de todas as maneiras que há de amar, pelas rodas vivas de tantas obras inesquecíveis, tantas de minhas “canções favoritas” (“Construção”, “Cotidiano”, “O que será”, “Acorda, Amor”, “Homenagem ao Malandro”, “vai Trabalhar, Vagabundo”, "Geni e O Zepelim”, “Samba e Amor”, “Cara a Cara”, “Almanaque”, “Futuros Amantes”, “Com açúcar, com afeto”, “Iracema”, “A Ostra e O Vento”...) e pelas tantas piruetas que ainda hás de dar, bravo, bravo! Agora falando sério: meus parabéns, meu caro amigo!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

"You're just too good to be true

Can't take my eyes off you."

”Sonham os andróides com ovelhas elétricas?”: até as máquinas se apaixonam e desejam a "vida em cor-de-rosa"...

Como diriam os poetas, “A gente vai levando essa gema/ Mesmo com o nada feito, com a sala escura/ Com um nó no peito, com a cara dura/ Não tem mais jeito, a gente não tem cura”... E a gente leva, mesmo, mesmo sem saber pra onde, muito menos pra quê... Felizes são os que choram hoje por amor, porque amam, seja como for... É como diria o Poetinha, “Porque a vida só se dá pra quem se deu/ Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu, ai”... E é assim que deve ser... Pois os poetas é que sabem das coisas... E viva os poetas e as poetisas, de carteirinha ou não, que abraçam a causa do amor em suas vidas como o mote maior, como a razão de tudo... Não aqueles que amam em cada esquina, não: esses vivem a dizer que se enganaram na rua anterior, mas nem sabem se perder... Quem ama se perde sabendo exatamente onde (e com quem) pisa! E tantos foram os poetas que já falaram de amor em suas canções desde que o mundo é mundo e que no lugar do coração era o baço! Amor de trovador, amor em preto em branco, "amor 'I Love you'”, ‘mon amour’, "chuchu", e todos os paramentos sérios e tresloucados que a este sentimento é gentilmente dispensado...
   

Não consigo parar de te olhar: Cena do filme Dez coisas que odeio em você
”Amor é vida; é ter constantemente/ Alma, sentidos, coração – abertos/ Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos,/ D’altas virtudes, ’té capaz de crimes!”: cada amor é um ‘show’ particular...

O Português é a melhor língua, especialmente se for para dizer sobre amor... Desde os nossos desacorrentados da Era do Rádio, passando pela melancólica felicidade da Bossa Nova, até o ‘pop’ dos descolados anos 70 e 80... Mas, 'I don’t know' (“I don’t knooooowww...”, como diria aquele ‘beatle’ sobre o fato de existir algo no jeito de ela saber, sorrir e se mexer...), lembrei-me destas três belas canções sobre o amor em Inglês, que também dizem tanto... E, neste dia 12 que já chega, embora um dia dos namorados inventado comercialmente, diferente daquele em Inglês e em fevereiro, o que importa é celebrar o amor que se quer, o amor pelo que se luta, aquilo pelo que se acredita, não importa o que sobre de nós ao final... Pois, como diria aquele poeta razoável, Dilberto L. Rosa, “O animal que somos nós dois/ nos devora e nos afaga/ na eternidade dúplice e dialética/ que digere, lentamente, nosso amor”...
   

”Everybody finds somebody someplace/ There's no tellin' where love may appear”: todo mundo ama alguém um dia... Todo mundo se apaixona por alguém de algum jeito... E ninguém sabe a hora nem o lugar em que isso pode acontecer de verdade...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ééééééguaaa!

Recomendamos a leitura do 'site' "A Usurpadora", do movimento "Xô, Sarney".


Maranhense, que é zilado, que não espia, mas maroca, e não sente agonia, só arrelia, parece que não se manca nunca: com a coisa toda escangalhada, parece que a vida política do Estado nem é com ele... Mesmo com a alta dose da qualhiragem e da bandalheira entre o público e o privado na bagaceira governamental e com os pequenos por aí brocados de esperança, ninguém parece ficar injuriado! E, mesmo com coronel, além de dono do mar e do Maranhão, a se amostrar com castelo fora do País e com direito a auxílio-moradia, “hem-hem” que neguinho toma uma atitude...! Assim não dá!

O negócio é que ainda não desceu goela abaixo a situação toda: tomando no tapetão o voto da maioria dos maranhenses, Rosengana, a Guerreira Maldita e Donatária-Mor da Política do pão, circo e bumba-meu-boi nem bem fez sua festinha de aniversário no primeiro dia de junho, já deixou os tambores da cidade macumbeira de Codó tocando para sua cirurgia em São Paulo transcorrer bem (será que o Encourado a leva ou a traz de volta dessa vez?)... Mas não larga o osso, nem se afasta do Poder sem antes deixar sua corja muito bem instalada, ainda que sem política pública nenhuma à vista... Pra variar...

Mas é mês de São João, Santo Antônio, São Pedro (e São Marçal, santo não reconhecido pela Igreja, mas que, por aqui, é lembrado, vez que a festa junina vai até dia 30 e ainda se escorre, lavando dinheiro pela Vale do Rio Doce nos meses de julho e agosto, sempre que os bigodes estão no poder...) e tenhamos fé, que a fé não costuma faiá! Apelemos então para os santos, búzios e cartas: da sarna nesta terra, só Jesus mesmo para nos salvar...

Então... Entregue-se a Jesus!

Não, estes bons e laicos morcegos não se converteram nem abriram uma paradisíaca igreja dos tostões dos últimos dias: falo do mais famoso refrigerante do Maranhão, o Guaraná Jesus, nosso “sonho cor-de-rosa”, devido à sua exótica cor.

Maranhense pede Jesus no bar e turista, quando chega, é logo convidado a experimentar e se apaixonar pelo doce, suave e colorido gostinho (que tem essências de 'tutti-frutti', cravo e canela) – tanto que famosos “importam” o produto para seus Estados de origem, depois que fazem algum ‘show’ por aqui (até hoje, a imbecil da Xuxa, por exemplo, compra caixas para sua mansão de mesma cor, desde o tempo de sua amizade colorida maranhense!)... Sem dúvida, um “Orgulho maranhense”, uma vez que o produto só é distribuído aqui e em pouquíssimas cidades do Tocantins e de Goiás, onde a Companhia Maranhense de Refrigerantes atua: "Para a Coca-cola permitir que a sua licenciada fabricasse uma bebida concorrente, impôs uma série de restrições", afirma o neto do criador do refrigerante, o farmacêutico Jesus Norberto Gomes, ateu, excomungado e preso como comunista na Era Vargas, e que criou o guaraná por acidente, tentando sintetizar um remédio numa máquina de gaseificação!

Com a mesma fórmula há 80 anos e, dizem, exatos 17 ingredientes, o Guaraná Jesus encanta gerações desde 1920 (antes mesmo, portanto, de a Coca-Cola entrar no País), e sempre só no boca-a-boca: só recentemente o produto teve alguma publicidade, quando de uma eleição para a mudança da “estampa” das latinhas, campanha que “coroava” a aquisição do produto pela “demoníaca” Coca-Cola... Apesar de não ser 100% natural, o refrigerante é um dos poucos que não agridem o organismo (leia matéria sobre produtos cancerígenos em refrigerantes aqui) e foi recentemente eleito como a melhor bebida pela revista Seleções Reader’s Digest, na categoria “100 Mais Brasil: Delícias”.

E é só: viva o Mará! Um dia, ainda, se Deus quiser, sem sarna pra se coçar!
 

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