quarta-feira, 31 de julho de 2013

Um Amador

Viver da pena seria uma realização, uma vez que o ato de escrever, para mim, não é árduo de forma alguma: para muito longe de um labor, seria um prazer duplo saber que teria muito mais tempo para o amado escrever (afinal, viveria do redigir!) e, melhor ainda, seria pago por isto! Porém ainda muito mais distante se encontra este humilde amador que vos fala: sim, de certa forma eu vivo da minha Letra, mas tudo voltado a um cientificismo rotineiro e, de certa forma, frio - elaboração de aulas, redação de petições, desenvolvimento de um artigo... E nisso, infelizmente, pouco se cria.

No fim, creio ser mesmo esta a Poesia da coisa toda: ama-se, segue-se amando e, num belo dia, a gente para e se dá ao luxo de olhar para trás para ver se houve uma história rica e interessante para se contar e inspirar alguém a segui-la... A continuidade da coisa, a tal "jornada" que, dizem, seria bem mais importante do que a chegada em si. Assim, quando vi, no último dia 20 de julho, o tal "Dia do Escritor", no fundo, senti-me lisonjeado, como se eu também estivesse sendo laureado... Bom, se ainda não tenho o fim, guardo o segundo ato em vias de se concretizar, a qualquer momento, com o 'gran finalle' do eterno escritor amador agora tido como profissional...

O sol
da madrugada
a pino
na lâmpada
no alto
do quarto:
poesia que não dorme,
poeta que se acaba,
poema que não se consuma...

(Dilberto L. Rosa, 2004)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ROCK IT!

Ainda me lembro de quando um amigo me lembrava, no dia 13 de julho de 1994, no nosso último ano de colegial: "Hoje é dia do rock, cara: 40 anos!"... A partir daí, conversamos bastante sobre nossa paixão pelo Rock "original" em comum: eu, que já adorava Elvis, Bill Halley, Chuck Berry e Beatles, e ele, que me apresentou a Jerry Lee Lewis. Posso dizer que, naquele ano, nasci para o rock! Tudo bem, já curtia alguns conjuntos nacionais (insisto em chamar de "conjuntos musicais", por achar que banda é coisa antiga e integra muito mais músicos do que os costumeiros 4 ou 5 dos astros atuais), como Blitz, Ultraje, Legião... Mas só aí dava-me ao luxo de buscar as outras vertentes e ir mais fundo num gênero que ainda não me era tão caro (meu negócio então era mais Bossa Nova, Chico Buarque e a Velha Guarda da MPB) e hoje, na minha ampla galeria de favoritos, facilmente incluo Queen, U2, Raul, The Clash...

Mas como qualquer lista sempre deixará algo de fora, a presente em nada pretende ser definitiva, apenas elencando grandes nomes e clássicas canções que fizeram a História do gênero, deixando de lado apenas aqueles que fugiam um pouco do estilo "tradicional/pop" que define o ritmo até hoje - e, por isso, ficaram de fora nomes que adoro, mas que misturavam muitos gêneros e estilos, como Secos e Molhados, Os Mutantes, Los Hermanos... Quando penso em rock,impossível não pensar em Chuck Berry, Carl Perkins, Roy Orbison, The Animals, Creedence Clearwater Revival, Guns'n'Roses, Cássia Eller, Rita Lee, Pitty... Mas numa apertada lista de 25 nomes, seria impossível reunir todo mundo!

Pois quem nunca tocou uma guitarra imaginária que atire a primeira pedra - e eu, que sempre fui "das antigas", já toquei muito "piano imaginário" imitando o ídolo Jerry Lee Lewis... E, como o dia do rock deste ano, quase 20 anos depois daquela minha "iniciação", caiu na data do retorno dos Morcegos ao mundo virtual, falando de Cinema com a volta do último filho de Krypton (primeira postagem desta temporada: veja aqui), só agora trago à baila uma singela listinha de meus "25 maiores clássicos do rock", entre cantores e "bandas", canções ou discos inesquecíveis, que listei na fanpage dos Morcegos no Facebook (siga-nos: 'link' ao lado), naquela solitária noite de sábado, último dia 13, mas que quase ninguém viu (ou "curtiu"): então, aumenta que isso aí é rock'n roll - clique nos 'links' e viaje no tempo com esta escalada deste ritmo amado desde os seus primórdios até os dias atuais!



1. E tudo começou com eles: 13 de julho de 1954 - Rock around the clock - Bill Haley and his Comets



2. 'The Killer' Jerry Lee Lewis: uma fera inovadora dos pianos... 
3. Falando em piano, esse paradoxo (gay, evangélico, roqueiro, pastor) chamado Little Richard


4. Entre clássicos do blues/rockabilly e inesquecíveis baladas românticas, o Rei Elvis Presley não poderia ser lembrado só com uma canção... Segue disco completo com seus maiores clássicos!
5. O mesmo se diga sobre a melhor "banda" de todos os tempos: os maiores 'top hits' dos Beatles estão aí...

6. Difícil escolher uma só desses caras, mas gosto muito da levada do início deles: Rolling Stones - Paint It Black
7. E o que seria do rock sem as baladas 'surf anos 60' dos Beach Boys? Wouldn't it be nice?
8. Rock é mutação constante... David Bowie - Starman
9. Por aqui, apesar de Gonzaga e de Cely, o rock "começou" mesmo com eles (Roberto e Erasmo): "iê-iê-iê" 'rules' - Roberto Carlos (LP de 1966)
11. Força viva em versão feminina: Janis Joplin's Greatest Hits - Full Album
12. Rock... Até onde a estrada levar: Steppenwolf - Born To Be Wild
13. Simples e diretos: The Ramones - Blitzkrieg Bop ("Hey Ho! Let's Go!")
14. Jim Morrison... Aqueles sintetizadores... Viagens incríveis... Simplesmente The Doors...
15. Pais do heavy metal e polêmicos: Black Sabath (com Ozzy Osbourne- Paranoid
16. Misturou tudo, tanto na vida pessoal como no seu rock legitimamente brasileiro, truncado de estilos e ritmos... "Toca Rauuuuul": Raul Seixas - Krig ha, bandolo! 1973 (álbum completo)
17. Esses caras eram mesmo divinos, numa eterna escada para o céu: Led Zeppellin - Kashmir
18. Mamma mia, let me go... Simplesmente geniais: Queen - Greatest Hits [Full Album]
19. Apenas mais um tijolo no muro? Absolutamente, não: mais um incrível disco-conceito do Pink Floyd - The Wall - Full Album
20. Eles mudaram, adicionaram ritmos... E continuaram geniais em seu melhor disco: The Clash - London Calling 1979 (Full Album)
21. Como, pra mim, é impossível escolher um grupo do famoso "rock anos 80" brasileiro, aqui vai uma mescla com alguns dos meus favoritos: Blitz, Ultraje, Legião Urbana, Barão Vermelho, Capital Inicial, Ira... Rock Nacional anos 80
22. Irlandeses rock/pop insuperáveis... Disco maior, recheado de clássicos 'top hits': U2 - The Joshua Tree
23. Disco igualmente recheado de 'hits' desses ingleses feras: Dire Straits - Brothers In Arms - (album completo)
24. Espírito jovem demais: Kurt foi-se muito cedo... Nirvana - Smells Like Teen Spirit
25. Rock novo: esse rapaz, Jack White, vai longe... Esta já é um clássico moderno, do tempo da dupla com a bateirista Meg White: The White Stripes - Seven Nation Army

sábado, 13 de julho de 2013

Superman Begins...
(& Os Morcegos Come Back Again...)

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Homem de Aço
***


Um ano depois do meu nascimento, em 1978, o Cinema pós-Star Wars discutia a possibilidade de levar um super-herói às telas sem parecer ridículo ou exagerado como no estilo humorístico camp da série televisiva Batman, dos anos 60, e o mundo duvidava que um homem poderia voar... O resto é História (e das boas): Superman - O Filme virou clássico instantâneo com sua mistura de narrativa épica, romance, humor inteligente e ação com então inovadores efeitos visuais! Infelizmente, com o passar do tempo e as confusões dos produtores (que, dentre outras bobagens, demitiram o ótimo diretor Donner com Superman II quase pronto!), continuações fracas e saturadas de comédia levaram o homem de aço a virar piada pronta no Cinema e dificultar (e muito!) a continuidade da sua carreira na telona – feito possível novamente somente com Batman, de 1989, quando eu então tinha 12 anos e me maravilhava com a primeira vez em que via um herói querido dos gibis na grande sala escura...

Os frios anos 90 da minha adolescência cinematográfica vieram e um sem número de bobagens foram feitas em cima de personagens tão bacanas (Tartarugas Ninjas, Justiceiro, Juiz Dredd, as próprias continuações de Batman...)! A redenção? No final da década, um então jovem diretor com poucos (porém ótimos) trabalhos no currículo e uma mais "realista" adaptação de personagens para os novos tempos: X-Men, em 2000, de Bryan Singer, provou, novamente, que Cinema de entretenimento de qualidade e personagens de HQs podiam, sim, andar de mãos dadas novamente – e, o melhor, serem rentáveis! De lá pra cá, uma enxurrada de super-seres invadiram a telona e sedimentaram não só o nascimento de novos estúdios, como a própria Marvel Entertainment (hoje da Disney), divisão estúdio da famosa editora para levar ao Cinema os seus famosos personagens, como também o o surgimento de um subgênero: os "filmes de heróis de Quadrinhos"! E tome Homem-Aranha (uma trilogia razoável e um fraco 'reboot'), Hulk (também em duas versões), Quarteto Fantástico (prefiro não comentar...) e os adoráveis novos e estrondosos sucessos de Homem de Ferro, Vingadores...

Mas nem só de Stan Lee viveu o Cinema de Entretenimento dos anos 2000: a minha fase adulta viu também renascer das cinzas personagens sérios em adaptações maduras e de excelente qualidade – vide a reformulação do Homem-Morcego, com sua ótima trilogia iniciada com Batman Begins, e, em que pesem as inúmeras críticas feitas, a bela "cine-homenagem" Superman - O Retorno, de Bryan Singer (sim: ele ataca de novo!). E foram justamente estes ótimos filmes dos "Melhores do Mundo" que serviram de termômetro entre os "estilos" das duas maiores editoras de personagens adaptados: as adaptações da DC (Warner) eram mais sérias e adultas (à exceção do recente e péssimo Lanterna Verde), enquanto as da Marvel (Fox/Columbia/Marvel) seriam mais "diversão pura" e tipicamente joviais.

Sim, admito, eu gostei de Superman - O Retorno (leia minhas impressões em antigo 'post' aqui): àquela altura do campeonato, ver novamente meu primeiro ídolo das HQs adaptado para a tela grande, já na casa dos meus quase 30 anos e com direito à música-tema de John Williams revisitada em uma espécie de "continuação" dos dois primeiros (e melhores) filmes com o imortal Christopher Reeve, foi, sem dúvida, emocionante! Tudo bem que o estilo "homenagem excessiva" àqueles clássicos acabaram por engessar o filme como um todo (bem como o fraco "substituto" de Reeve, Brandon Routh, igualmente travado), num argumento fraquinho e numa história que funcionava sem maiores margens para continuações (filho do Super-Homem?!) e que acabaram por prejudicar o resultado final, amargando prejuízos... Mas ver na telona todo aquele romantismo heroico do Azulão de décadas atrás não só foi inevitavelmente tocante como abriu margem para discussões sobre o maior herói das HQs: assim como haviam feito com Batman um ano antes, já não seria hora de "atualizar" o personagem para algo novo?

Pois que parece ser mesmo este o mote da produção mais aguardada do ano: Homem de Aço, que estreou ontem em todo o País (com pré-estreias lotadas em vários cinemas brasileiros nos últimos dois fins de semana), vem a ser o "reinício" que o super-personagem merecia e que tantos aguardavam depois do sucesso da visão moderna de Christopher Nolan/David Goyer para a festejada recente trilogia do Homem-Morcego – dupla que, não por acaso, reúne-se novamente (agora, somente na produção/roteiro) neste novo filme do Superman com a mesma finalidade: repaginar, "realisticamente" e com qualidade (tanto artística quanto lucrativa), mais um super-herói... No caso, o primeiro (e, para muitos, o maior) de todos eles!

E não é que eles conseguiram novamente?! Com uma ajudinha da direção concisa (finalmente: acredite se puder!) de Jack Snyder (300, Sucker Puncher, Watchmen) – claro que controlado pelas mãos firmes do produtor/roteirista Nolan, novo midas das adaptações na Warner. Mas atenção, nem tudo é totalmente "novo" neste recomeço: inúmeros ótimos conceitos já utilizados nos filmes de Richard Donner foram "recauchutados", mas permanecem – com o "S" não sendo uma letra do nosso alfabeto, mas, sim, representando a família de El, em Krypton (com o acréscimo tolo e desnecessário de que agora significa "esperança"...); a tecnologia dos cristais foi substituída por uma rica chave/'pen-drive', de um tipo similar ao carbono, que conecta tudo oriundo do planeta natal e serve de elo de comunicação com Jor-El (que continua sua comunicação com o filho, só que agora numa forma mais espectral e consciente do que uma mágica gravação do passado); o herói segue novamente para o Norte (mas agora sem uma "Fortaleza da Solidão" propriamente dita) para lá descobrir-se o Super-Homem, com uma busca pessoal bem mais profunda e evidenciada que o já mostrado, o que enriquece bastante a história.

Como não poderia deixar de ser, tudo começa em Krypton, que, aparentemente nos seus últimos dias (novamente o núcleo do planeta está instável; agora, porém, a razão seria a exploração desmedida dos seus recursos naturais), após milênios de glória e pujança, vive uma era decadente, um conselho governante ultrapassado e um grupo militar, capitaneado pelo General Zod, que tenta dar um golpe de Estado a fim de tomar o Poder à força. Em meio a tudo isso, Jor-El (Russel Crowe: perfeito) e Lara-El "rebelam-se" contra o sistema vigente de nascimentos programados em incubadeiras e com destinos pré-ordenados (lembrando o clássico literário Admirável Mundo Novo, cujo conceito principal também é largamente lembrado em várias HQs do gênero) e geram o primeiro filho natural do planeta em séculos de "nova ordem" – que, em razão dos turbulentos acontecimentos, é rapidamente enviado para a Terra (onde naves kryptonianas já teriam aportado milênios atrás, outro bom conceito dos Quadrinhos), mais precisamente em Smallville, onde, criado por Jonathan e Martha Kent (Kevin Costner e Diane Lane, excelentes), tem o devido aprendizado sobre humanidade e controle de todos os poderes que vai desenvolvendo desde a infância, até que, depois de descobrir sobre quem é na realidade, assume-se como um salvador do mundo contra a iminente ameaça alienígena do grupo de Zod (que, preso na Zona Fantasma após julgamento por seus crimes, sobreviveu à destruição de Krypton).

Nem é necessário dizer o que todos já sabem (mesmo a grande massa que não acompanha Quadrinhos, mas que cresceu revendo na Sessão da Tarde aqueles clássicos do Super-Homem): assim como Clark Kent desenvolveu superpoderes na Terra (por causa do Sol amarelo e da baixa gravidade daqui em comparação a Krypton), Zod e sua trupe militarista também fica poderosa por aqui e, agora, com naves avançadas e bem mais gente do que o trio de Superman II, não fica difícil imaginar que os novos tempos trariam ação vertiginosa e muita (eu disse muita...) destruição para este Homem de Aço!

Sim, é de se torcer a boca em certos momentos no (pior) "estilo Michael Bay" (famoso produtor, diretor da trilogia Transformers e conhecido por ser barulhento e de ação exagerada e confusa) – e tudo concentrado nos pouco mais de 50 minutos finais, mais ou menos como se deu com seu "filme-irmão", Batman Begins, na igualmente longa e barulhenta sequência final em Narrows e no duelo no trem de Gotham, com todas aquelas explosões e multidões desenfreadas (com a diferença, é claro, de que ali havia um diretor bem melhor, Nolan, que agora só produz e "dita" a história). Mas não é o fato de haver algumas sequências deste porte que Homem de Aço sai comprometido: sim, ao contrário dos fãs mais puristas (eu mesmo, um ardoroso admirador de Reeve e Donner desde a infância, como já disse), posso afirmar que gostei da ação do filme! Afinal, quem não aguardou ansiosamente por ver o Super-Homem realizando em live-action todas aquelas incríveis peripécias das HQs?! E só em não terem ocorrido aquelas firulentas cenas em câmera lenta, típicas do diretor Snyder (aborrecidíssimas, especialmente em Watchmen), já me dou por satisfeito... Pois os tempos são outros – e uma das maiores reclamações em relação a Superman Returns foi justamente esta: a falta de "porrada"... Problema mais que "resolvido", portanto!

Outra grande mudança foi o "romance": Lois agora descobre que Clark é o Super-Homem não em meio a voos romantizados e com direito a musiquinha idílica de fundo – a moça, como boa jornalista investigativa que sempre foi, sai à caça de uma grande matéria sobre um estranho achado arqueológico nos confins do planeta, no que passa a seguir um certo "salvador fantasma", um sem-nome que, ao longo de vários empregos e em vários lugares diferentes, salva pessoas e desaparece misteriosamente, até descobrir (e ser salva) por este sujeito, agora já ciente de quem é e de sua responsabilidade junto ao planeta que o acolheu. E desse companheirismo cheio de cumplicidade nasce a paixão em meio ao caos... Assim, a cumplicidade com a plateia sobre a paixão do herói está novamente garantida!

E é justamente nesta "jornada de descobrimento" de Clark que reside o grande mérito do filme (e, em particular, do roteiro): assim como vimos a transformação de Bruce Wayne em Batman, acompanhando o homem por trás da construção do mito e na evolução para a "força da vingança" que é o Homem-Morcego contra o crime, vemos agora o amadurecimento de Clark Kent no aprofundar de sua humanidade terrestre – e isso desde a infância em Smallville, com as preciosas lições de seus pais adotivos, até o conviver no dia-a-dia das fraquezas humanas, em diferentes ocupações, num anonimato de busca e de vários salvamentos, por meio de bem-vindas e inúmeras idas e vindas no tempo, com vários 'flashbacks' típicos das HQs, num belo e humano dinamismo em narrativa fragmentada já na primeira hora de projeção. Sem dúvida, uma bela construção do personagem!

A propósito, o inglês (!) Henry Cavill se sai bem como um Clark Kent/Karl-El/Super-Homem introspectivo destes tempos modernos – a propósito, o interessante roteiro ressalta que esses "três" ainda não estão bem definidos, restando ao personagem ser alguém em torno da fusão dos mesmos, buscando-se a si mesmo pelo mundo que o acolheu (e que o acolherá como seu salvador: referências nada sutis a Jesus Cristo não faltam... "33 anos"?!). Faltou, entretanto, um ator à altura do vilão General Zod: ao contrário do que a maioria dos críticos propagou, eu esperava mais do ator Michael Shannon, no personagem que já foi do genial Terence Stamp... Também esperava um maior desenvolvimento dos personagens secundários – soa muito forçado ver, no finalzinho, uma catástrofe em Metrópolis só para Perry White (agora negro, na "pele" de Lawrence Fishburne) posar de herói junto a integrantes do Planeta Diário (cadê o Jimmy Olsen?!). E o que dizer do tal "códex", o artefato tecnológico de maior interesse para Zod no afã de instituir por aqui uma "Nova Krypton"? Enquanto capricharam na busca pessoal do herói, faltou desenvolvimento nas subtramas do roteiro, viu, Sr. Goyer? Sem esquecer que faltou uma trilha sonora mais bela e contundente: se Hans Zimmer foi econômico na trilogia recente do Batman, ao menos marcou o Cruzado Encapuzado com temas muito interessantes – o mesmo não se podendo dizer dos acordes ora intimistas, ora elevados, porém todos sem jamais se tornarem marcantes em Man of Steel.

De deixar claro, entretanto, que, embora algumas comparações sejam inevitáveis (especialmente nesta irritantemente esquemática era de 'memes' em redes sociais: "Quem foi o melhor isso ou aquilo"...), não tem como se projetar o filme atual para o passado e Superman - O Filme segue imbatível como a melhor adaptação de um personagem de Quadrinhos já feita, bem como um clássico excelente, inesquecível e atemporal. Homem de Aço é um novo filme, com seus próprios méritos e bem mais acertos que erros, sem nenhuma pretensão de "apagar" o que foi feito, até porque ninguém substitui Christopher Reeve (tampouco Marlon Brando)! Tudo bem que um pouco de humor fez falta: afinal, até em Batman havia o alívio cômico com o mordomo Alfred... Mas seriedade e melancolia também fazem parte do universo do Azulão.

No mais, entre mortos e feridos, em Smallville ou em Metrópolis (o Super não está mais tão preocupado com as massas, diante de tanta destruição sem nenhuma 'mea culpa'?!), parece que se salvaram todos: Snyder jamais foi um diretor de atores e quem já era bom assim continuou nas suas atuações respectivas (Costner, Amy, Crowe); à parte os tais exageros de destruição (bastante comuns nas HQs do herói), o trio Snyder/Nolan/Goyer controlaram bem uma adaptação de Quadrinhos muito boa (lembrando muitas passagens do personagem ao longo destes 75 anos de existência, como Superman Terra Um e Legado das Estrelas, bem como as histórias da fase pós-Crise nas Infinitas Terras, com John Byrne); a relação madura e de companheirismo entre Lois e Clark é digna de nota; a roupa, mesmo com seus "fru-frus" (odeio aquela malha cheia de "escamas" granuladas, que hoje domina o figurino dos heróis nas telas), atualizou o fim do "cuecão" vermelho; e o filme abre bem o caminho para continuações ainda melhores...

O inimigo futuro? Fica, aqui, uma dica: como ficam claras várias referências à LexCorp ao longo deste primeiro filme, o Lex Luthor dos dias atuais, um megaempresário e filantropo de fachada de negócios escusos, que já foi até Presidente num arco de histórias do herói, tem tudo para ser o grande vilão da sequência, a questionar os riscos daquele ser superpoderoso para a cidade e para o mundo depois de tanta destruição, a fim de evitar problemas para os seus crimes e falcatruas... Se bem que, se tudo correr como anda prevendo o próprio estúdio dos medalhões, o próximo Super-Homem será ao lado (ou contra) o próprio Batman (um renovado, diferente de Bale na trilogia de Nolan), a preparar o campo para um futuro encontro cinematográfico da Liga da Justiça...

Enfim, chego aos meus pouco mais de 36 anos sabendo (ou pelo menos procurando saber) adaptar-me aos difíceis dias contemporâneos de duras descobertas e luta contínua por dias mais firmes, acompanhando a evolução desses heróis que, embora já estivessem aí muito antes de eu nascer, cresceram comigo e se modificaram junto, buscando sempre o melhor... E, tal como na vida, se às vezes os editores das HQs erram em meio a tantas sagas e reinícios, mortes e ressuscitamentos, da mesma forma os grandes estúdios de Cinema, que já descobriram o milionário veio dos super-heróis desde 1978, muitas vezes ainda pecam pelo excesso ou por ainda tratar seus espectadores como crianças tolas – mas, pelo menos no caso da Warner ("dona" da DC Comics e de seus personagens), os últimos filmes vêm com uma dose mais realista e de qualidade (embora Homem de Aço acabe por "explicar" demais certos conceitos, como a vilania "programada" de Zod ou a necessidade de Clark não re revelar ao mundo)!

E, depois de tanto falar sobre a Nona Arte (Quadrinhos) e suas derivações, nada melhor do que estufar o peito num voo de longo alcance e gritar aos ventos que os Morcegos estão de volta, a fim de viver intensamente este seu nono ano de existência...

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Collant escuro, mas não é o Batman... Então, cadê o famoso cachinho?

segunda-feira, 8 de julho de 2013

We are coming soon...



 

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