domingo, 29 de julho de 2007



Encerrando o Pan e finalmente encarando o terceiro lugar atrás dos cubanos, é curioso que, enquanto fazíamos de um povo sofrido nas mãos de um barbudo demagogo (qualquer semelhança...) o nosso maior vilão, esquecíamo-nos de jogadores brasileiros ainda mais sofridos em mais que vitoriosas medalhas de prata ou de bronze, ainda que infinitamente distantes de ao menos um lugar olímpico ao sol... Mas a vibração foi boa, mesmo assim, e fez de julho um anacronicamente infantil "mês de férias" para todos que trabalhávamos com a TV ligada no escritório, discutindo a marra das jogadoras cubanas de vôlei, o sexo (e a grandeza) da Ednancy e as pinturas de jogadas das mulheres da nossa Seleção de Futebol – Dunga, raspa o cabelo da Marta e de metade do time, joga-as na grande área e salva nossa Seleção: ninguém vai notar muita diferença, a não ser no Futebol...



E eu não disse que a vaia ao Presidente tinha sido certa, mas no lugar certo – afinal, vaia nunca é certa: é dissonante e sempre sem precisão... E é covarde, como um antigo professor amigo meu dizia, especialmente contra um adversário que joga limpo e que veio jogar bola na sua rua a seu convite... Mas termina sendo uma boa anarquia quando um Nordeste eleitoreiro vaia seu algoz-outrora-herói... O mesmo Nordeste que por décadas fez, de diabólicos coronéis prostitutos de poder, santos eternos (Coronel?! Agora só falta um...) e que, finalmente aos poucos, começa a querer mudar... E vaia de volta ao nosso próprio povo, que chora com hino na hora do pódio e esquece a Pátria pra depois, consertando depois de a casa cair e gritando só depois da queda... Que a dor saiba fazer reagir...



E hoje faço minha estréia no Miscelânea S/A, re-inaugurando este mais-que-nobre espaço virtual coletivo: com uma nova turma, capitaneada pela sobrinha-afilhada Jackie, a cada dia um novo talento abordará um tema diferente. E, a partir de hoje, todo domingo estarei miscelaneando por lá com um poema diferente (até que se complete o meu livro de poemas À beira do derradeiro solstício, seguindo com novos livros meus, na íntegra e em primeira mão, publicando por lá até D. Jackie mandar) e, por aqui, voando com os Morcegos pelas Artes mais diversas... Hoje, iniciando com o primeiro poema deste meu livro... Coincidentemente, bem apropriado para o nosso tempo atual...

SOBRETUDO


Que sobre poesia
Sobre tudo
Sobretudo
Sobre todos
Sobre o mundo
Ou sobre nada
Sobre o mundo
Sobrem todos
Sobre tudo
Sobre a poesia
Sobre a vida
– E que soçobre a esperança
Sobre o caos...

(Dilberto L. Rosa, À beira do derradeiro solstício, 2006)

domingo, 15 de julho de 2007

Foto de Drika – junho de 2007


Viva o Rio das Maravilhas, dos Esportes e dos Sonhos! Viva o Pã, Deus dos pastos, com suas artimanhas, sua flauta e sua vontade de multiplicar as vaias no lugar certo – a terra do Governo Paralelo! E dos jogos superfaturados! Porque o Pan não multiplica, é pão e circo pra inglês ver – ou, melhor dizendo, para Alemão não ver, nem chacina, nem barbárie, nem lugares marcados ao largo da favela! Viva os desportistas com espírito de quenianos, que vencem sem apoio ou sem tênis importados! Viva o Sol que nunca apaga e o solzinho amigo que deveria ter um fuzil na mão, pra qualquer eventualidade! Viva o País que não tem alma esportiva e que nunca entenderá esporte algum além do Futebol! E viva o Cristo, maravilha de todos os Mundos, que só pode abençoar de braços abertos, ao longe, no horizonte...


Blog dos Malvados


E viva o Live Earth! O Gore inventou, a Madonna rebolou, a Xuxa dublou... E o mundo não se acabou!



Viva os setentistas!


Viva o Cinema do Rio com a cara do Brasil: parabéns aos 70 anos de Hugo Carvana e Reginaldo Faria, passados de mansinho em junho último! Viva o malandro imortalizado por Carvana em filmes inesquecíveis dos anos 70 como Vai trabalhar, vagabundo e Se segura, malandro (como ator e diretor), e Quando o carnaval chegar (como ator), apoteose do improviso de Cacá Diegues ao lado dos gênios Chico, Nara e Bethânia... Mas viva, acima de todos, Bar Esperança - O último que fecha: tudo de que precisamos agora! E viva o Reginaldo, que faria bem mais qualidade no Cinema que na TV: Toda donzela tem um pai que é uma fera, Assalto ao Trem Pagador, Lúcio Flávio - O passageiro da agonia, Pra Frente, Brasil...




Viva Maicon, Elano e Doni?! Viva! Viva! Viva! Quem diria, meu Deus... E uma piaba nos 'hermanos'?! Melhor, só o Vasco goleando o Flamengo! Pela terceira vez consecutiva, a Seleção derrotou a Argentina numa decisão e faturou o oitavo título da Copa América, numa vitória de 3 a 0 praticamente sem Robinho, levantador dos mortos dos primeiros jogos e artilheiro merecido! Valeu para levantar a bola do anão Dunga e diminuir o ego de algumas estrelas! Uma prova de que a camisa usada por gente que, mesmo longe de um grande Futebol, pode render frutos cheios de vontade e de raça verde-amarela!

domingo, 8 de julho de 2007

"Voa, Canarinho, Voa..."


"...Mostra pra Espanha o que eu já sei"... Sabia... Nunca mais houve uma Seleção como aquela (Mestre Telê no comando de Zico, Falcão, Cerezzo, Sócrates, Júnior, Leandro, Éder... e Serginho Chulapa?!), por muitos considerada a melhor de todos os tempos (para mim, seguem imbatíveis as de 58 e de 70 na frente), mas nunca admitida como tal, graças à "Tragédia de Sarriá", famoso estádio espanhol onde perdemos (bastava empatar...) para os três primeiros gols de Paolo Rossi na Copa 82 (no qual acabou artilheiro) de uma Itália eficientíssima... Acusada tantas vezes de "Seleção Perdedora" (especialmente pela derrota "consecutiva" em 86, com um time similar) ou mesmo de "desequilibrada" (pelo próprio Galinho de Quintino!), aquele 'dream team' sempre merecerá destaque nestes Morcegos pernas-de-pau, porém fãs incondicionais do eterno futebol arte, mesmo 25 anos depois... Àquela época era eu muito menino e, no alto de meus cinco anos completos (só viria a me entender-por-gente no Futebol com o inesquecível bi-carioca de 87/88 e o brasileirão de 89 do Vasco), lembro-me apenas de uma falta estóica em Júnio no jogo contra a Escócia e da comoção nacional que se deu após o fatídico jogo contra a Itália... A mesma que voltou a provar, no ano passado, que a competência em conjunto pode superar o tal "talento-arte individual" brasileiro e ser campeã mundial...


Fumetti, Comics, Quadrinhos...



O que os italianos Milo Manara (com seu genialmente belo erotismo, presente em pérolas como Gullivera) e a dupla Sclavi/Corrado (com suas inteligentes mesclas de horror e comédia no competente trabalho em P & B de Dylan Dog), os ingleses Allan Moore e Brian Bolland (in casu, com a até hoje de vanguarda graphic novel Batman: A Piada Mortal) e o multi-mídia norte-americano Frank Miller (roteirista e desenhista de clássicos como Sin City) teriam em comum? A genial influência que exercem em inúmeros artistas ao longo de décadas de quadrinhos e artes em geral... E como este é o subtítulo deste humilde 'blog', nada mais justo que a eles prestar minhas homenagens através de um projeto que faço atualmente, na adaptação para os quadrinhos de um conto homônimo: não posso esconder a empolgação criativa deste trabalho que, espero, possa gerar bons frutos. Por enquanto, só uma mostra da brincadeira pra lá de séria: uma página por semana... Quadrinhos 'Made in Brazil'!

terça-feira, 3 de julho de 2007

"...And The Winner Is..."


O primão Marco e a irmã Luma (parente de verdade) indicaram este humilde espaço virtual para dois prêmios ("As 7 Maravilhas da Blogosfera" e "Blog Cultura", indicações as quais agradeço, de coração)... Os Morcegos se reuniram segundo as regras e deliberaram sobre as indicações de 5 grandes 'blogs' culturais (além, é claro do Antigas Ternuras e do Luz de Luma, 'hors concours' – a eles este "post extraordinário", com um "tema" pra cada um abaixo): Caprichos e Relaxos, O Senhor dos Anéis, Aleateorias, Brincando com Palavras e Morcego no Ar....

"Kubrick sem Final Kubrickiano"!

"Há mais de um caminho para perder-se a vida para um assassino"


Considero Zodíaco, último trabalho de David Fincher ainda em cartaz em muitos cinemas, uma pequena obra-prima! Trata-se mesmo de "um Kubrick sem final Kubrickiano", referência direta ao maior de todos, que dirigiu a maioria de seus trabalhos em fantásticas fotografias, visualizando-os como operetas em três atos e finalizando-os com 'grand finales' – o que justamente "falta" a este belíssimo Suspense, porém sem nenhum demérito! Especialmente por não se tratar de um filme de final mirabolante, mas de um meticuloso exercício de contar uma estória real (a do "assassino do zodíaco, que aterrorizou San Francisco por várias décadas), através de excelentes interpretações (com destaque para Mark Ruffalo), de uma interessante narrativa que não perde o fôlego e de um olhar clínico que, se choca num primeiro momento com o explícito dos crimes, permanece os outros 2/3 apenas acompanhando de forma madura (e não menos interessante) as conseqüências de tais rastros na vida de pessoas comuns, arrasados por um fantasma... Filme de gente grande para gente grande – e há muito mais para se revelar que simplesmente fáceis soluções para mistérios reais! Acho que o Marco guarda antigas ternuras da nebulosa década de 70...

Os Tambores de São Luís!

(Adaptado do texto de Bruna Castelo Branco – Ministério da Cultura)


O tambor de crioula, uma das mais antigas manifestações da cultura popular do Maranhão, foi reconhecido no último dia 19, com direito à presença do Ministro da Cultura Gilberto Gil em São Luís, como bem imaterial do Brasil, ao integrar oficialmente o Livro das Formas de Expressão – o que equivale ao tombamento e reconhecimento da manifestação como patrimônio imaterial do Brasil.

O tambor de crioula é a 11ª primeira expressão da cultura brasileira a ser considerada bem imaterial do país e a primeira maranhense a receber o título. O processo de transformação da manifestação como bem imaterial do país durou dois anos.

Após o anúncio, mais de 50 grupos de tambor de crioula que se apresentavam próximo a Casa das Minas, local da reunião, seguiram em procissão até o Museu do Tambor de Crioula, localizado na Fábrica das Artes. O cortejo em homenagem a São Benedito, padroeiro do tambor de crioula, misturou orações e o batuque dos tambores.

No Museu do Tambor de Crioula, foi lançado o selo e um carimbo comemorativo dos Correios trazendo aspectos da dança em destaque, como o movimento da pungada. Também foram inauguradas duas exposições de fotografia e o lançamento do livro e DVD Tambores da Ilha, peças que fizeram parte do inventário de reconhecimento do tambor de crioula como bem imaterial.

– Estou certo de que a Luma adoraria este tambor, juntamente com a magia da Cultura maranhense...
 

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