sábado, 31 de dezembro de 2016

Adeus, Estrelas...


Ontem e hoje: amor para além da vida... E das estrelas...

Eu começava a escrever o que seria a última postagem do ano (a anterior a esta, sobre Rogue One, Caça-Fantasmas, remakes reboots), quando soube que a querida atriz Carrie Fisher sofrera uma ataque cardíaco durante uma viagem de avião. Assustei-me, especialmente quando informaram que seu estado era grave... – Mas ela só tem 60 anos... – pensei – Ela haverá de se recuperar e voltar à ativa logo, logo... E, não negando as raízes, terminei meus pensamentos-preces com um – A Força é poderosa nessa jovem...  Restava uma esperança: afinal, ela era a mais jovem do elenco original de Guerra nas Estrelas, e somente os já idosos à época Peter Cushing (Grand Morf Tarking) e Sir. Alec Guiness (Obi-Wan Kenobi), juntamente a Kenny Baker (R2-D2, que sofreu um infarto em agosto deste ano), já faleceram – todo o restante do elenco, incluindo a voz e o corpo de Darth Vader (o ainda na ativa James Earl Jones e o já aposentado David Prowse, respectivamente), seguem firmes, apesar das idades já avançadas entre as casas dos 70 e 80 anos (a não ser pelo segundo mais jovem, o Mark "Luke Skywalker" Hamill, atualmente com seus 65)!

Infelizmente, para a minha dura surpresa, enquanto ainda escrevia a tal postagem – ficando longa, muitas ideais a concatenar, vou fazendo aos poucos... , leio na internet que a Carrie se fora... Sem brincadeira alguma, senti uma espécie de "distúrbio na Força", algo no peito me doía mais do que a perda de uma grande artista, de uma grande mulher (muito mais que a Princesa Leia, além de atriz, foi também uma grande escritora e ativista): talvez por ter sido tão representativa para toda uma geração nerd em nascimento nos longínquos anos 80, senti como se milhões de corações lamentassem juntos aquela perda... Mas também foi inevitável não pensar na sua igualmente famosa mãe, a grande atriz Debbie Reynolds: – Coitada da Debbie... Se já deve ser um pesadelo para uma mãe enterrar uma filha, o que dizer de alguém com mais de 80 anos... Porque o Cinema é mesmo assim: faz com que nos lembremos dos sentimentos de alguém como se fosse bem próximo, embora esse alguém jamais nos tenha visto do lado de cá da tela... 

E então, quando já pronto para publicar a superpostagem final do ano – 9 parágrafos; mesmo tão longa, acho que ficou bacana... , no dia seguinte, uma surpresa ainda mais dura e doída: Debbie falecera! E eu, igualmente fã das duas – da mãe, desde a primeira vez que vi Cantando na Chuva; da filha, desde que vi Guerra nas Estrelas (no tempo que ainda em se chamava assim, em 1988), fiquei duplamente chocado, especialmente depois de ter pensado sobre isso um dia antes – parece que Debbie, realmente, não aguentou ficar longe da filha amada e um AVC a levou (ou, de acordo com Todd Fisher, praticamente "uniu-se com a Força", simplesmente fechando os olhos e "desaparecendo" magicamente como a Estrela que sempre foi)... Não havia como não me lembrar de outra despedida dupla igualmente triste e cinematográfica, no caso, Federico Fellini e Giulietta Masina: ele, o cineasta de outro mundo, foi-se; ela, maior atriz e companheira da longa estrada, inconsolável, acompanhou-o alguns meses depois... Doeu, de verdade, ontem, assim como hoje: sigam em paz, Debbie e Carrie, o Cinema ficou muito mais triste sem suas alegrias...

E assim, ainda chateado com o "Jornalismo" que se fez em torno de tudo isso – como uns pontuais metidos a engraçadinhos, que, sem graça, sem momento, sem local e sem noção, fizeram "piada" ridícula e de mau gosto envolvendo personagens sagrados para tanta gente (enquanto o verdadeiro Chewbacca, Peter Mayhew, referiu-se a Carrie Fisher de maneira muito mais bonita, digna e poética) –, os Morcegos ganhavam ao invés de apenas uma postagem especial de fim de ano, duas: a sobre Rogue One (coincidentemente, a respeito do universo que Carrie marcou tanto, ao ponto de surgir "remoçada" ao final deste, que foi o "filme do ano"); e esta, de despedida, no finalzinho de um ano de tantas perdas para as Artes em Geral (Umberto Eco, David Bowie, Alan Rickman, Ettore Scola, Prince, George Michael, Rubén Aguirre, Anton Yelchin, Bud Spencer, Abbas Kiarostami, Garry Marshall, Gene Wilder, Kenny "R2-D2" Baker, lá fora; Cauby Peixoto, Elke Maravilha, Héctor Babenco, Guilherme Karan, Shaolin, Humberto Magnani, Domingos Montagner, Orival "Fofão" Pessini e Ferreira Gullar por aqui), nossa singela homenagem, em particular, a essas duas estrelas unidas, que voltaram quase juntas para o firmamento...


Carrie, Debbie e Kenny Baker, o ator anão que "interpretava" o robozinho R2-D2, alcançram as estrelas no triste 2016 para as Artes em Geral...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Novo... De Novo?!

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O primeiro é uma nova história sobre um universo estabelecido e bastante familiar de velhas e novas gerações, diferentemente do seu predecessor do ano passado (mas, sucessor, na cronologia geral da saga), O Despertar da Força, meio remake, meio reboot da trilogia original... Já o segundo se encaixa bem na nova leva de recomeços de franquias um tanto quanto esquecidas pelo novo público, porém saudosas para os maiores de 35 anos...
Em resumo: vale tudo em nome da nostalgia!

R2-D2 e C3-PO e muitas outras participações especiais de personagens amados; conexões com todos os outros episódios da saga oficial; várias aparições de Darth Vader, no mais alto grau de sua maldade; o clássico tema de John Williams no igualmente clássico fechamento da história... Com todos esses ingredientes saudosistas bem embalados num bom filme de aventura, nada mais restava à plateia em que eu me encontrava que bater palmas ao final (teriam sido puxadas por mim?!): Rogue One - Uma História Star Wars, sem dúvida, é uma grande experiência para ser vivida no cinema por qualquer fã do universo de Guerra nas Estrelas, iniciado no já longínquo 1977 em que nasci... Na verdade, apesar de ser um spin-off (história com personagens derivados de um filme ou uma série), bem poderia ser considerado um belo e independente filme de ação-ficção por qualquer não-iniciado em SW  se bem que "não-iniciado" seja coisa quase impossível neste mercado do entretenimento atual, dominado por filmes, seriados, animações, games, brinquedos e um sem-número de outros produtos há muito tempo, sobre todos esses personagens de uma galáxia muito, muito distante...

Mas, passada a excitação inicial e já com certo distanciamento da "síndrome do relaxamento do final do ano" (aquele no qual um sujeito se entrega tão desesperadamente ao escapismo de um filme na tela grande depois de um ano de cansaços que chega a achar qualquer coisa a melhor obra-prima já realizada), os Morcegos retomam o questionamento que me atormentava desde os primeiros anúncios feitos pela Disney não somente sobre este, como também sobre todas as vindouras histórias paralelas do novo universo expandido Star Wars no Cinema, a serem lançados entre os capítulos oficiais da saga (o próximo será Han Solo, em 2018, depois do Episódio VIII, previsto para o ano que vem): seria Rogue One uma mera proposta caça-níqueis da Casa do Mickey Mouse? Afinal de contas, boa parte dos filmes de super-heróis de lá andam bem saturados em inúmeras superproduções engraçadinhas e excessivas desde que o estúdio comprou a Marvel...

- Sou um androide, mas meu personagem é melhor que o seu...
Não, eu estava redondamente enganado: desde as preciosas respostas finalmente dadas a furos gigantescos da saga original  como a pergunta que, pelo menos pra mim, nunca quis calar: "por que a Estrela da Morte tinha um falha tão gigantesca que torna possível sua própria destruição?"  até as interessantes expansões nas exposições de personagens tão caros aos fãs  como o próprio Vader, que aparece, pela primeira vez, no seu castelo do vulcânico planeta Mustafar (sim, o mesmo do supervalorizado duelo final de Episódio III - A Vingança dos Siths) –, Rogue One é muito bem montado e o roteiro, ótimo, com uma estória bem amarrada entre antigos personagens (como a senadora rebelde Mon Mothma) e novos, porém muito críveis heróis  em especial, um pacifista cego "guardião da Força" e seu parceiro atirador, bem como o excelente e sarcástico K2-SO, mantendo o humor e a tradição dos inesquecíveis robôs SW, todos em meio à suicida missão de obter, para a Aliança Rebelde, os planos da mais poderosa arma do Império (então recém-construída e em fase de testes)  mote que inicia a trama de A Única Esperança 

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Starkiller Deathstar.: qualquer semelhança...
Apesar de não emplacar a heroína (Felicity Jones) tal como conseguiram, no ano passado, com a inesquecível Rey (Daisy Ridley), e de algumas sequências "feitas-para-fãs" um tanto quando exageradas ou desnecessárias (como a sanguinária sequência final), o novo filme consegue ser mais criativo, tanto em viradas na trama quanto no ótimo design de novas naves e criaturas, que o recente Star Wars - Episódio VII - O Despertar da Força – curiosamente, também a nossa última postagem do ano passado! Claro que nenhum fã que se preze vai desmerecer o Episódio VII, mas de se lembrar o pesado número de críticas à época do seu lançamento por causa do excesso de "semelhanças" com o primeiro Guerra nas Estrelas  naves idênticas (agora, em preto!) e quase idêntico leit-motiv (jovem habitante de deserto embarca em aventura espacial por causa de androide; rebelião contra falha em "planeta-arma-de-destruição"; holograma de um deformado ditador comanda vilão mascarado vestido de preto etc.)... E tudo porque, em vez da nova sequência esperada, tudo mais pareceu uma mistura de remake, ou refilmagem, dos Episódios IV e V com um reboot, a reiniciar novas histórias a partir de tramas similares às originais! 

De qualquer forma, refilmagens não são novidade alguma em Hollywood  e, apesar de recentes produções insossas terem tentado em vão "atualizar" pequenas obras-primas oitentistas, como dois famosos clássicos de Paul Verhoeven, Robocop e O Vingador do Futuro que não renderam lá grandes coisas (infelizmente, Padilha...), a lista de grandes releituras, de diferentes épocas, como Enigma do Outro Mundo, Invasores de Corpos, A Pequena Loja dos Horrores, 11 Homens e Um Segredo e O Chamado, é maior e mais lucrativa que o número de fracassos, aqueles do tipo sobre o qual qualquer cinéfilo de bom senso se questiona: Por que refilmar esse clássico?!... Ou, noutras palavras: pra que diabos fazer, de novo, Ben-Hur, por exemplo, se o clássico de 1959, com o grande Charlton Heston, já era uma refilmagem genial (de um original de 1923)?! Pois é... Fizeram! Obviamente que os Morcegos nem quiseram tomar conhecimento deste fiasco (que, infelizmente, contou com o Santoro, que insiste em fazer blockbusters ruins, numa participação como Jesus Cristo)!

Talvez por derrapadas como essa ou, simplesmente, por visar novas continuações para o público mais jovem (habituado a chamar de "antigo" qualquer filme com menos de 10 anos produzido), mas sem esquecer os mais velhos, ávidos pela nostalgia de rever "coisas de sua época" na tela, é que a moda atual sejam os reboots, espécies de "refilmagens-reinícios": novos filmes, com novos elementos e personagens, no entanto com influência direta (ou mesmo trechos idênticos de roteiro e muitas cenas similares "homenageadas") da trama original  como visto nos hoje praticamente esquecidos Superman - O Retorno e Predadores, ou nos recentes e bem-sucedidos Jurassic World Creed (que quase deu um Oscar a Stallone, por reviver Rocky neste recomeço da velha franquia de boxe, agora com o filho de Apollo)! Entretanto, apesar destas citadas fórmulas de sucesso, reboots também podem ser arriscados  a franquia Exterminador do Futuro que o diga... E, mais recentemente, o "polêmico" Caça-Fantasmas!
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A primeira vez continua num hotel...
Só que em meio a um show de rock
Sim, polêmico por inúmeras razões além da óbvia ideia de refilmar algo considerado irretocável pelas memórias de 9 entre 10 aficionados nerds com infância nos anos 80: elenco feminino no lugar do masculino; diretor e atriz principal famosos por comédias-besteirol ou de gosto duvidoso (vide a "clássica" cena do piriri no banheiro de Missão: Madrinhas de Casamento, de Paul Feig e com Melissa MacCarthy no elenco)  enfim, querer mexer, simplesmente, numa das melhores comédias de ficção de todos os tempos e com tantos subprodutos icônicos (animações, brinquedos...)! Mas, por mais incrível que possa parecer, o filme não é de todo ruim  e falo isso como um expert do original de 1984 (que vi, pela primeira vez, em 89): o elenco principal é bom e engraçado e atualiza bem o ritmo do humor de interação entre os caça-fantasmas, sem ninguém querer substituir os antigos protagonistas em meras versões femininas de Egon (Harold Ramis, a quem o filme foi dedicado, homenageado por meio de um busto, numa faculdade), Ray (Dan Ayckroyd, corroteirista com Ramis do original e produtor executivo do novo filme, participando, rapidamente, como um taxista), Peter (Bill Murray, que aparece agora como um cientista caçador de farsas) e Winston (Ernie Hudson, que fecha a nova produção como o tio da sua "substituta", a ótima comediante negra Leslie Jones, do Saturday Night Live); o roteiro não fica adstrito a somente misturar as tramas de Ghostbusters (84: origem do grupo; perigo gigante que ameaça NY; interferência do prefeito) e Ghostbusters II (89: gosma e portais subterrâneos), como também costura tudo com certa criatividade numa nova trama... Mas, então, o que deu errado?
Tinha que ter o Geleia...

Pra começar, o excessivo número de referências à história do primeiro Os Caça-Fantasmas ajuda bastante a prejudicar o andamento, soando cansativo depois da metade do filme  que, logo após algumas situações forçadas (prefeito onisciente; possessões e poderes sobre coreografias coletivas; personagens que somem da trama...), é justamente quando o reboot passa a expor suas maiores falhas até o clímax extremamente ruim... Sim, o que mais estraga essa nova produção é o desenrolar e a longa sequência final: sem graça, over e sem sentido algum (especialmente pelo fraco vilão, que, de repente, iguala-se em poderes ao original Gozer só para justificar a aparição de um fantasminha gigante similar ao já icônico Stay Puft  que também aparece!), tudo é extremamente cansativo em ação e efeitos... Como se toda produção atual, ainda que uma comédia de fantasia/ficção, tivesse que virar filme-de-super-herói (ou, no caso, heroína) para crianças, com tudo azul e verde e cheio de coreografia! Assim, com tantos atropelos, as boas intenções do diretor seguem direto, literalmente, para o Inferno, ao ponto de os fãs mais empedernidos (como este humilde escriba) se arrependerem da condescendência inicial e passar ao velho questionamento, de novo: "Se o original era tão bom, pra que diabos refazê-lo?!"... 

Infelizmente, fica mesmo a sensação (em casa, acompanhando por download via torrent) de que não precisávamos de um novo começo para os hilários investigadores do paranormal, sensação incômoda bastante parecida a ter visto toda a nova primeira trilogia "tal como George Lucas imaginara", mas preferir, disparado, os Episódios IV, V e VI, a "Santíssima Trindade" das trilogias de grandes sagas, desejando ter ficado só na imaginação sobre como Anakin se tornara Darth Vader... Bom, isso até hoje, quando, mesmo sabendo bastante da trama e, o que é pior, como ela acaba, ainda foi tão adorável morder a língua ao ver, na telona, que Rogue One era tão bom (e, rever Vader, melhor ainda)  decididamente, remakes, reboots e afins não são pra todo mundo! Tem que ter a manha... Ou a Força!

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À sua escolha: quem vocês vão chamar?
 

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