

"Imagine todos vivendo uma vida de paz"... Em épocas mais sensíveis como costumam ser os reflexivos, ainda que comerciais, tempos de fim de ano, proclamemos palavras de esperança, renovemos os sonhos e relembremos gênios sonhadores, que tanto já nos fizeram sonhar, em meio a eternos recomeços de novas e importantes fases da vida...
Tudo isso porque, dentre outras coisas, há 10 anos, o tom da Música (da Arte, com letra maiúscula) sofreu um golpe irreversível: Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, em tenros 67 anos, deixava o Brasil órfão de um dos nossos grandes maestros, músicos e pais: da Bossa Nova (ao lado de João Gilberto, Vinícius de Moraes, dentre outros); de letras e melodias inesquecíveis (Wave, Corcovado, Passarim, Águas de Março, Chovendo na Roseira, Luiza...); pai de árvores, de pássaros e de ecologia num tempo que isso ainda nem era moda... Tantos adjetivos num gênio de gênio difícil, que, pelo menos, teve sua obra reconhecida mundialmente, tanto em vida quanto depois dela.
Descobri Tom Jobim por volta dos 15 anos, quando, catando LPs na casa de uma amiga para gravar uma fita K-7 (quantas antiguidades!), descobri Chega de Saudade, obra-prima absoluta de Tom e Vinícius, de 1958, na já clássica gravação de Severino Araújo com sua Orquestra Tabajara. Desde então, as músicas do mestre nunca mais deixariam de fazer parte da minha vida (ao lado de outros gênios como Chico Buarque, Noel Rosa, Pixinguinha...), daquele jeito que transforma pessoas distantes em entes próximos...
Tanto que, no final de 1994, quando da notícia de seu falecimento (que só fiquei sabendo tarde da noite graças às preocupações e correrias daquele dia de inscrição no vestibular), minha noiva Jandira e eu acabamos por ter, com aquela triste notícia, o último empurrãozinho de que precisávamos para começar o nosso namoro: liguei para ela assim que soube pela TV e lamentamos juntos, ao longo de uma comprida, apaixonada e melancólica conversa sobre o homem por trás das canções de que gostávamos tanto...
Infelizmente, uma outra perda já se havia feito sentir muito tempo antes, na mesma data de oito de dezembro, só que em 1980: John Lennon, o grande sonhador irreverente da maior banda de Rock de todos os tempos, o eterno e renegado Beatle, foi assassinado fria e loucamente por um fã ardoroso, que lhe cravejou vários tiros gratuitos e covardes... Lennon, Jobim, Nelson Gonçalves, Frank Sinatra e tantos outros que tanto participaram de nossas vidas com suas músicas, interpretações e genialidades e que nos deixaram a Música mais pobre, frágil e esquecida...
Apesar de tanto gostarmos dos Beatles, creio nunca ter cantado uma das eternas canções de Lennon para Jandira (a não ser, talvez, Jealous Guy)... Já o brasileiro-até-no-nome Jobim embalou o início do nosso relacionamento, com Wave, que cantei inspiradamente para ela naquela distante e romântica praia de Panaquatira... Exatos 10 anos depois, Jandira e eu ainda lembramos com tristeza o Jobim que se foi, ainda nos espantamos com aquela bestialidade contra o grande Lennon, mas comemoramos um noivado (último dia 11) ao som de outro símbolo cíclico, porém muito vivo, de final de ano: Roberto Carlos.
(Dilberto Lima Rosa, Vertebral, 2004)
Infelizmente, uma outra perda já se havia feito sentir muito tempo antes, na mesma data de oito de dezembro, só que em 1980: John Lennon, o grande sonhador irreverente da maior banda de Rock de todos os tempos, o eterno e renegado Beatle, foi assassinado fria e loucamente por um fã ardoroso, que lhe cravejou vários tiros gratuitos e covardes... Lennon, Jobim, Nelson Gonçalves, Frank Sinatra e tantos outros que tanto participaram de nossas vidas com suas músicas, interpretações e genialidades e que nos deixaram a Música mais pobre, frágil e esquecida...
Apesar de tanto gostarmos dos Beatles, creio nunca ter cantado uma das eternas canções de Lennon para Jandira (a não ser, talvez, Jealous Guy)... Já o brasileiro-até-no-nome Jobim embalou o início do nosso relacionamento, com Wave, que cantei inspiradamente para ela naquela distante e romântica praia de Panaquatira... Exatos 10 anos depois, Jandira e eu ainda lembramos com tristeza o Jobim que se foi, ainda nos espantamos com aquela bestialidade contra o grande Lennon, mas comemoramos um noivado (último dia 11) ao som de outro símbolo cíclico, porém muito vivo, de final de ano: Roberto Carlos.
(Dilberto Lima Rosa, Vertebral, 2004)
0 comentários:
Postar um comentário