Sabe quando a Warner Bros., depois do fiasco final na unificação de seus grandes medalhões dos Quadrinhos no Cinema com Liga da Justiça, apressou-se em dizer que o seu mais novo recordista de bilheteria, o quase "filme-de-arte" Coringa, seria totalmente independente e não teria qualquer ligação com o restante do Universo Cinematográfico da DC? Pois é... Parece que, diante do inusitado sucesso dessa inteligente, violenta, polêmica e bastante adulta versão cheia de camadas do velho Palhaço do Crime, já há rumores de que o diretor Todd Philipps estaria reunindo-se com produtores e elenco, incluindo o senhor "jamais-faço-continuações" Joaquin Phoenix, para uma sequência, que contaria também com outros famosos vilões de Gotham! Ponto para a loucura: da inteligência do roteiro, passando pela perturbante atuação de Joaquin até a bela trilha sonora, composta pela violoncelista islandesa Hildur Guðnadóttir, um ótimo filme, que conseguiu unir famosos personagens da DC ao realismo de clássicos de Scorcese, como Taxi Driver e O Rei da Comédia!
Nada como um milhão após o outro... Digo, vilão!
E sabe aquela famosa expressão do showbiz circense/teatral inglesa, Send in the clowns, "Que entrem os palhaços" ou "Tragam os palhaços"? Ela trata daqueles delicados momentos em que, acontecendo algo inesperadamente errado durante uma apresentação, recorria-se ao ardil da alegria contagiante dos palhaços para a distração do público, a fim de salvar o espetáculo. Então, ainda sobre a inteligente trama de Coringa, nada mais metalinguístico do que usar a célebre canção Send in the clowns, com a inesquecível versão de Frank Sinatra: escrita por Stephen Sondheim para o musical A Little Night Music, originalmente era cantada pela personagem Desirée, que, refletindo sobre seus desencontros e tragédias pessoais, pede que "entrem os palhaços" a fim de distrair o "público" e tentar salvá-la do fiasco no "palco" da sua vida. Nada mais adequado usar essa música, pois, num filme em que o vilão se constrói como um "herói às avessas" (ao menos na sua perturbada mente), de que Gotham precisava naquele momento! E assim foi feito, para emoldurar as tragédias pessoais de Arthur Fleck (Phoenix), inserido no próprio caos de uma megalópole cheia de necessidades por uma "salvação" – mesmo que seja nas mãos de um insano palhaço!
Loucura, não? Não... Afinal, está tudo conectado...
E sabe aquela famosa expressão do showbiz circense/teatral inglesa, Send in the clowns, "Que entrem os palhaços" ou "Tragam os palhaços"? Ela trata daqueles delicados momentos em que, acontecendo algo inesperadamente errado durante uma apresentação, recorria-se ao ardil da alegria contagiante dos palhaços para a distração do público, a fim de salvar o espetáculo. Então, ainda sobre a inteligente trama de Coringa, nada mais metalinguístico do que usar a célebre canção Send in the clowns, com a inesquecível versão de Frank Sinatra: escrita por Stephen Sondheim para o musical A Little Night Music, originalmente era cantada pela personagem Desirée, que, refletindo sobre seus desencontros e tragédias pessoais, pede que "entrem os palhaços" a fim de distrair o "público" e tentar salvá-la do fiasco no "palco" da sua vida. Nada mais adequado usar essa música, pois, num filme em que o vilão se constrói como um "herói às avessas" (ao menos na sua perturbada mente), de que Gotham precisava naquele momento! E assim foi feito, para emoldurar as tragédias pessoais de Arthur Fleck (Phoenix), inserido no próprio caos de uma megalópole cheia de necessidades por uma "salvação" – mesmo que seja nas mãos de um insano palhaço!
Música que fala de teatro num musical – e conta o filme dentro do filme...
E sabe quais são os novos vilões previstos para infernizar a vida do Defensor de Gotham em The Batman, mais nova versão cinematográfica do Homem-Morcego – a ser vivido pelo ex-vampiro Robert Pattinson – prevista para 2020? Errou quem pensou no Coringa (os Morcegos são mesmo manipuladores...): pela quarta vez no Cinema, deveremos ter a Mulher Gato dando as caras e as garras nas telas, ao lado de outros inimigos famosos. Só que agora, aparentemente, a nova versão deverá ser baseada na Selina Kyle negra e mais parceira do herói do arco Batman Ano Um, dada a noticiada escalação da atriz Zoë Kravitz para o papel da ladra anti-heroína de caráter dúbio e complexo caso de amor (e ódio) do Morcegão. Tomara que saia coisa boa e marcante – afinal, quem não se lembra da inesquecível Catwoman vivida por Michelle Pfeiffer em Batman - O Retorno, de 1992? Pois é... Ali se tinha o exemplo perfeito de releitura para uma personagem das HQs: Selina, ao contrário da maioria dos seus conterrâneos colegas de Gotham, jamais foi insana nos Quadrinhos, mas as (então) boas loucuras de Tim Burton a reinventaram assim. E, o que era melhor: tudo narrado por uma "onipresente" trilha sonora pop-dark de Danny Elfman, ex-Oingo Boingo e coautor da bela e instigante Face to Face, com o grupo inglês Siouxies and The Banshees que, brilhantemente, enredava-se por alguns arranjos da trilha do filme e, na letra, conseguia sintetizar um amor mal resolvido entre autoanálises freudianas e, ao mesmo tempo, contar o tórrido e difícil caso entre Bruce/Batman e Selina/Mulher-Gato!
Mais metalinguístico, impossível!
E é, para dizer o mínimo, ainda mais irônico que, sobre um universo de loucura que é o submundo de Gotham, em meio a convulsões e crises sociais, até existem ladrões pés-de-chinelo se acotovelando com chefões de máfia a cometer crimes, mas quem realmente rouba a cena são os lunáticos criminosos geralmente aprisionados no Asilo Arkham por um sujeito que, vestido de morcego e incitando medo nos malfeitores, consegue aparentemente ser ainda mais perturbado do que o próprio mal que combate, suando seu collant e vivendo no limite noite após noite... Porém, como diria o Coringa na obra-prima da Nona Arte A Piada Mortal, ao cantarolar uma "antiga canção", "Como é bom estar louco!": sabe aquela velha discussão sobre se, na verdade, foi o surgimento do Batman que "gerou" essa leva de bandidos malucos que ele, ao fim e ao cabo, tem que combater? Pois é... Parece que só imergindo na insanidade para se poder sobreviver a ela! E nada como uma saborosa loucura de amor para se proteger em meio ao caos da rotina diária de qualquer herói ou vilão – que os devaneios de romance de Arthur Fleck, em Coringa, não nos deixam mentir! Ou, melhor ainda, a trilha sonora íntima e pessoal a narrar os sentimentos mais à flor da pele de Bruce Wayne e Selina Kyle – ontem, hoje e sempre...
Loucura, não? Não... Afinal, está tudo conectado...
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