Olá, meus queridos blogueiros de plantão: voltando a publicar textos inéditos neste dileto espaço virtual, tirei a tarde de sábado para preparar esta super-homenagem à Sétima Arte: ao longo desta semana, vocês terão a SEMANA ESPECIAL - Cinema, começando hoje com uma crítica sobre o filme Batman Begins, recentemente lançado em vídeo, juntamente com um breve esboço sobre as adaptações de heróis dos Quadrinhos para o Cinema que vêm por aí...
O menino que vê seus pais serem assassinados em sua frente e que, depois de crescido, treina para combater o mesmo crime que o afetou, na caótica Gotham City onde cresceu, transformando-se num grande detetive... Essa estória todos já conhecem dos quadrinhos do Batman, que, desde 1939, já passou por inúmeras transformações e adaptações, tendo a mais recente, Batman Begins ("Batman começa", infelizmente sem tradução em Português), chegado às locadoras desde o último dia 6. Entretanto, apesar de todos aqueles elementos de que falei há pouco estarem presentes no filme, alguma coisa parece ter faltado nesta superprodução...
Com 2 horas e 20 minutos completos de filme (quase tão longo quanto o melhor fime baseado nos Quadrinhos, Superman - O Filme, de 78), Batman Begins é minucioso em cada detalhe que, de acordo com o diretor e co-roteirista Christopher Nolan (o mesmo do surpreendente Amnésia), leva um menino de 9 anos, traumatizado com o assassinato dos pais, a tornar-se o maior detetive do mundo - "de acordo com" Nolan, sim, uma vez que o diretor, com a intenção de desenvolver um filme autoral, "recriou" muito do universo do herói na transposição para as telas, o que acabou gerando uma certa dose de polêmica entre os ardorosos fãs do Morcego (entre os quais me incluo) e os fãs de um bom filme-pipoca baseado em gibis.
Senão, vamos aos tais "detalhes" - primeiro, a história foi "recontada": Bruce Wayne (vivido por um muito bom Christian Bale, em excelente caracterização) "desce aos infernos" literalmente, vindo, inclusive, a cometer crimes (!); daí, conhece o misterioso Ra's Al Ghul (vilão pouco conhecido do grande público), que tenciona destruir grandes metrópoles, como Gotham, com suas mediocridades; eis que Bruce acorda de sua letargia e finalmente percebe o que precisa ser para realmente fazer justiça! Para tanto, usa toda a sua fortuna, auxiliado por seu mordomo Alfred (Michael Caine, definitivo), na construção de um "símbolo" para defender sua cidade de pessoas como o mafioso Carmine Falcone, o louco Espantalho, além de confrontar-se mais uma vez com o árabe Ra... Até aí, tudo se parece com uma grande estória em quadrinhos, não? Só que é aí que a coisa muda de figura: Nolan construiu um filme extremamente realista, o que pode desagradar muitos fãs destas adaptações, vindo a cometer certos desvarios, como a acentuada redução de cenas espetaculares e a quase anulação do destaque dos vilões! A ênfase vai mesmo para Bruce, o ser humano, muito mais que para o próprio Batman (que só aparece depois de uma hora de projeção!).
O que muita gente esquece, porém, é que o diretor foi amplamente auxiliado por um roteirista e fã dos quadrinhos do Homem-Morcego, Charles Goyer, que introduziu bastante fidelidade ao filme ao adaptar trechos das séries de revistas Batman Ano Um e O Cavaleiro das Trevas, ambas do gênio Frank Miller, que, por sua vez, reformulou o herói na década de 80, tornando-o mais humano nos quadrinhos... Tudo isso, acrescido ao detalhismo de Nolan, faz de Batman Begins uma experiência imprescindível, verdadeiramente um ótimo filme, ainda que tenha praticamente banido a meninada da frente da telona, situação que pode ser corrigida em vídeo - embora, na minha opinião, seja missão quase impossível: longe da magia impregnada no primeiro filme de Tim Burton, talvez seja melhor esperar pelo retorno de outro herói da DC Comics, que começará a voar novamente nos cinemas a partir de junho do ano que vem...
Ou ainda aguardar um pouquinho mais e descobrir se novos filmes renderão o mesmo encanto de outros famosos heróis das revistinhas...
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