domingo, 22 de abril de 2012

Deliciosas Recordações sem Idade...



Noutro dia, lendo o ótimo blogue Filmes Antigos Club - Artigos, acabei por ver-me numa deliciosa viagem no tempo, ao relembrar a minha infância grudada numa TV de ótimos seriados, como aquele que o Paulo Nery por lá abordava com paixão saudosista: Batman, de 1965, foi, sem dúvida, um marco icônico na cultura mundial ao popularizar um personagem de Quadrinhos ao nível do escracho multicolorido e cômico, síntese da cara 'pop' dos anos 60, com seus "pow", "soc", "crash" e seus vilões caricatos. Automaticamente, dezenas de outros ótimos programas vieram à mente, como o ótimo Jeannie é um gênio - que, tal como no "bat-seriado", apresentava delícias ainda bem mais memoráveis com suas protagonistas inesquecíveis...

Mais ou menos com uns 5 anos de idade, eu me descobri um apaixonado pelas mulheres. Assim se passaram várias paixões pelas meninas do bairro, da escola (sendo a mais "duradoura" pela menina mais linda da sala, que me explorava com os deveres de Matemática, e que persistiu dos 7 aos 12 anos), até a plenitude de hoje, com minhas 3 mulheres (mãe, esposa e filha)... Assim, mesmo na infância, as beldades femininas sempre despertaram alguma coisa, ainda que inocente, deste eterno apaixonado - e adorados antigos seriados apresentavam algo a mais que suas adoráveis histórias divertidas...

Curvas, belas pernas, rostos bonitos... Assim se poderiam definir três garotas maravilhosas que já então começavam a permear meus mais pueris sonhos masculinos - e nomes como Julie Newmar, Yvonne Craig e Barbara Eden, que então atendiam somente como Mulher-Gato (minha vilã favorita), Batgirl e Jeannie, respectivamente, eram minhas musas distantes... Todas lindas e perfeitas, bastava aparecerem na telinha do antigo televisor National (pré-Panasonic) para mexer um bocadinho com aquele menininho desde cedo muito observador...

Afinal, alguém poderia explicar-me como um afetado Batman (Adam West, impagável) conseguia se concentrar no histrionismo dos combates com os vilões "diurnos" de Gotham estando entre a lindamente cínica e cinturinha-de-vespa Mulher Gato e a jovem curvilínea Batgirl? Ou como o Major Nelson (Larry Hagman, o eterno J. R. de Dallas - no Brasil, voz do ator Flávio Galvão em algumas temporadas) podia resistir àquelas pernas torneadas da loiríssima Jeannie e só se casar com a linda e submissa "gênio-fêmea" (e que fêmea...) na quinta e última temporada do seriado? Realmente difícil - tal como a mentalidade comicamente puritana da TV nos EUA na década de 60 (a Liga pela Decência Norte-Americana chegou a mandar modificar o figurino de Jeannie para cobrir o umbigo de Barbara!)... Mas nada que sequer eclipsasse estes mitos icônicos da beleza feminina e do universo 'pop' da história da televisão, para sempre na memória de quem curtia aqueles programas maravilhosos - e aquelas mulheres esculturais...

Claro que tais elucubrações não passavam todas pela cabeça de um moleque como eu, nos anos 80, em frente à televisão (tudo bem, só algumas...), vindo a estruturar-se mesmo com o passar do tempo e das idades (na infância, o SBT e a Bandeirantes exibiam estes clássicos; na adolescência e juventude dos anos 90, a Rede TV trouxe o delicioso saudosismo à tona novamente)... Mas o que mais chama a atenção, além da beleza escultural dessas pioneiras do desejo masculino televisivo, é que, já pelos meus fascinados 8 anos, o mínimo que então já me separava da época original daqueles seriados eram mais de 20 anos - e aquelas moçoilas, entre as casas dos 20 e 30 anos nos áureos anos 60, já não seriam mais as mesmas maravilhas nos meus puros anos 80... E o que dizer dos 'revivals' de outras emissoras, que voltaram a exibir tais atrações pelas saladas sem identidade cultural dos anos 90? Mais uma década nas costas daquelas beldades - e eu seguia ainda mais fascinado (já maiorzinho...) pelas três, que jamais envelheciam...

Com o sucesso do genial seriado cômico-aventuresco Batman, Julie Newmar, a primeira a encarnar a personagem felina das HQs, acabou deixando a série e se tornando famosa também por alguns clássicos do Cinema, como Sete Noivas para Sete irmãos e O Ouro de Mackenna; a modelo e bailarina Yvonne Craig, também do "bat-seriado", atuou menos, participando de um filme com Elvis Presley (Loiras, Ruivas e Morenas) e sendo a famosa "Escrava de Órion", uma "bailarina verde" da série Star Trek original (mais uma personagem 'cult'); já Barbara Eden estrelou o adorável clássico As Sete Faces do Dr. Lao e participou de Estrela de Fogo, dentre outros. E hoje... Bem, já até encontrei muitas fotos e notícias sobre como estas deusas de outrora estão atualmente, mas prefiro passar por cima dos quase 80 anos (e do triste quadro de esclerose lateral amiotrófica, desde 2008) de Julie Newmar, nem prestar atenção às rugas de uma (ainda bela) Yvonne nos seus 74 anos e ignorar os quilos de botox e de repuxamentos plásticos numa Barbara que se recusa a envelhecer...

Acabei me lembrando da diva Greta Garbo, que preferiu abandonar os holofotes enquanto nova e bela, no auge da glória cinematográfica mundial, como que para eternizar-se jovem no inconsciente coletivo - o que, acho, ela conseguiu, afinal não tenho tenho registro na memória de nenhuma Garbo velhinha... Hoje, homem feito de mais de 30 anos - noutro dia tomei um susto ao me "lembrar" de que farei 35 no próximo 13 de maio (três dias antes do aniversário de Yvonne)... Como o tempo voa! -, reconheço muito mais atributos nestas e em outras tantas beldades de outrora que marcaram minha "evolução masculina", coisa que, por mais observador precoce e "danadinho" que eu fosse, não conseguiria "avaliar" na época. Mas, muito mais que voluptuosas formas femininas, estas três mulheres representaram um pedaço muito maior do que o do simples "mau caminho" de rapazinhos incautos - elas foram, são e sempre serão a essência das personagens erótico-inocentes, musas em vestes fetichistas, eternizadamente jovens e lindas em papéis divertidos, cujas maiores curvas são mesmo as relativas ao tempo que jamais as envelhecerá nos sonhos maravilhados congelados no tempo de um menino-homem sem idade - a qualquer hora em que qualquer daquelas cenas se repetir na TV outra vez...


Essa cena a TV não mostrou: o dia em que Bruce Wayne finalmente pegou Barbara Gordon... Adam West e Yvonne Craig em deliciosa picardia fotográfica...
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13 comentários:

ANTONIO NAHUD on 22 de abril de 2012 às 14:40 disse...

Um seriado pop super divertido.

O Falcão Maltês

Claudinha ੴ on 22 de abril de 2012 às 18:35 disse...

Olá Dil!

Estas são minhas doces lembranças também, só que eu preferia os heróis, até um dia ver que eu tinha uma grande queda para o lado negro da força. Sempre amei o Mancha Negra, o Darth Vader e homens de preto em geral, rsrss. Batman já foi meu preferido dos desenhos, até conhecer Thor e Homem de Ferro. Dos seriados, preferia Samanta Stevens, sempre quis ter aqueles poderes... Sobre a idade, infelizmente o tempo não perdoa... Mas vejo as fotos de suas deusas e elas ainda continuaram belas, mesmo com a idade avançada!
Um beijo pra você e para as suas super garotas da atualidade!

Alan Raspante on 22 de abril de 2012 às 18:47 disse...

Julie Newmar era realmente bonita, mas acredita que nunca a vi em cena? Vou tentar ver a série dela, hehehe

Sousa disse...

Bela crônica, Dilberto! O tempo é implacável mesmo, mas nossas musas são mesmo eternas (também fui precoce com a Barbara Jeannie é um gênio, rs)!

Suzane Weck on 22 de abril de 2012 às 21:51 disse...

Ola,realmente um "Senhor Texto".Eu tenho a impressão que tão bem escreves como respiras,isto é notável.Ainda não conformada com seu voo......Meu grande abraço

Unknown on 22 de abril de 2012 às 23:29 disse...

hahaha.. Otima e deliciosa postagem. Me trás boas lembranças tb.

Grande Abraço!

Gilberto Carlos on 23 de abril de 2012 às 09:20 disse...

Essas séries clássicas são realmente maravilhosas. Vi telefilmes sobre Batman e O besouro verde. E como não lembrar de A Feiticeira, Jeannie é um gênio, Jornada nas estrelas... antes tão presentes nos canais abertos, mas hoje só exibidos nos canais da TV por assinatura como TCM ou Telecine Cult. Uma pena, pois assim fica mais difícil nas novas gerações conhecerem essas pérolas.

Lays Souza disse...

Pois é, o susto. Vais fazer 35 anos. É um guri. Calma.
Pena que não vivi essa época de assistir esses maravilhosos seriados. Assistir hoje, não é a mesma coisa. Mal posso compartilhar minhas opiniões com alguém... Batman assisti um pouquinho. Mas Jeannie... Ah, Jeannie... Quero ser como ela quando crescer!
MAravilhoso post, como sempre! :D

Ruby on 23 de abril de 2012 às 22:31 disse...

E eu que sou totalmente retrô? O que dizer dessas séries que adoçaram minha infância? Adoro todas. Essa do Batman eu adorava as onomatopeias e e os inimigos dele eram bem mais interessantes que esses do cinema. O figurino era bastante criativo, afinal a década de 60 foi uma revolução na moda, os seriados tinham que marcar também essa época linda, cujos seriados deixaram registradas imagens e jeito de ser de um tempo que não vivemos. Qualquer dia, faz um post com essas séries lindas como as citadas aí, A feiticeira, Terra de gigantes, Túnel de tempo entre outras. Eu posso entender sua paixão pela mulher gato, olha a pose da foto 1!!! Hahahahaha!!! Saudosismo, eu apoio essa ideia!

Paulo Telles on 24 de abril de 2012 às 11:24 disse...

Meu amigo, estou vendo agora sua matéria, que por sinal, supera todas a respeito de séries que eu já tenha lido, que também eram muito bons .

Uma, sem dúvida, bela homenagem a estas divas da tv mundial, que quando criança, muito embora não tivesse ainda a “sexualidade despertada”, que só viria com meus 8 ou 9 anos de idade. Para falar a verdade, a criança tem que ser criança antes de tudo e aproveitar o máximo este seu momento, que na minha opinião é o mais curto da vida.

Acho que o período mais rico das séries foi a década de 1960, quando tínhamos além do Batman, Túnel do Tempo, Viagem ao Fundo do Mar, Terra de Gigantes (estes produzidos por Irwin Allen), James West, Jeannie É um Gênio, A Feiticeira, e tantos outros, que se não houvesse a evolução do vídeo doméstico, isto é, passando do falecido VHS para a revolução digital do DVD e Blu-Ray, certamente esta saudade seria massacrante na memória dos queridos fãs. Já pensou se não houvesse nem o Video cassete?

Das musas, minhas prediletas são a Julie Newmar e Lee Meriwether, ambas mulheres GATAS de primeira linha, com seus corpos esculturais, muito embora a última só fez o longa e preferiu ser a Drª Ann em TÚNEL DO TEMPO, com toda sensualidade escondida em seu jaleco de cientista. Há diversas fotos em momentos de descontração entre Adam West e a Yvonne Craig., mas esta, sem dúvida merecia estar num episódio da série, rsrs.

Pode acreditar, nobre Dil, sua matéria esta ricamente simpática e bem humorada, um tributo para estas divas que encantaram não somente as crianças, mas aos marmanjos também (quem sabe, mas a estes, não é???) O tempo voa a uma proporção considerável, e estou propenso a crer que os taurinos tem vastas lembranças a ponto de sentir que tudo ocorreu como se fosse ontem. Por que digo isso? Bem, porque fazemos aniversário perto um do outro. Meu dia é 8 e farei 42.

Grande abraço, meu nobre, e obrigado pela sua menção!

Paulo Néry

Игорь on 24 de abril de 2012 às 21:13 disse...

Belo e nostálgico post!

Assisti muito ... Era um humor diferente do de hoje. Um mundo menos complicado.

abraços !

Jefferson C. Vendrame on 25 de abril de 2012 às 13:38 disse...

Grande Dilberto,Não alcancei essa época desses antigos seriados, mas sei reconhecer a enorme importância que eles tiveram na vida de tantas pessoas, uma época boa e que com certeza não volta mais, mesmo com tantos relançamentos em DVD e tudo mais, o que mais creio que faz falta é os bons tempos da tv que a muitos anos já sucumbira

cineboy on 29 de abril de 2012 às 23:44 disse...

Grandes recordações Dilberto. Deusas eternas de seriados de tv míticos. Cresci os vendo também. ótimas escolhas. E Julie Newmar aiai! Que delícia era!

 

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