E o imortal se foi: Josué Montello, maranhense que impregnou estas belas terras em seus livros (que, por serem tantos, arrancaram algumas injustas críticas de "produção em série") e que, apesar de suas posições políticas e de certas repetências conservadoras, deixou a cadeira 29 da ABL com dificuldades para ser ocupada por alguém tão dedicado ao universo literário: afinal, ele foi jornalista, professor, teatrólogo, historiador, além de romancista, cronista, ensaísta e memorialista (muito boas as suas análises machadianas). Com tantas vertentes literárias num só escritor, às vezes fica difícil discutir qual o "melhor Montello"... Só sei que eu, sempre que adentrar sua fundação aqui em São Luís (Casa de Cultura Josué Montello, um belo e grande sobrado, ótimo lugar para se ler e se sentir o Centro Histórico), lembrarei Cais da Sagração e Tambores de São Luís dos meus tempos de colégio...
Para Lígia Calina e Gabriel Melônio, fãs incondicionais de Elis...
É, tem gente que vai mesmo cedo demais... Tenros 36 anos, numa morte ainda cercada de dúvidas, mas que, tudo leva a crer, deveu-se a uma overdose acidental de álcool e cocaína: depressão, suicídio ou "vingança" da Ditadura? A verdade é que nunca se soube ao certo se Elis usava drogas habitualmente, o que seria uma explicação plausível para o costumeiro excesso de comportamentos de extremos ou interpretações mais intensas...
Nunca apreciei muito aquelas gargalhadas fora de hora, às vezes até em canções tristes, tampouco das "interpretações corporais" da cantora, com caras e bocas afetadas por entre algumas desnecessárias eloquências vocais... Ainda assim, gosto das suas provocações em entrevistas, do apuro da sua voz (considerada perfeita, em termos próprios da Física) e da sempre acertada escolha de seu repertório, que introduziu gênios até então desconhecidos, como Belchior, e tornou clássicas várias canções da MPB, de gênios como a dupla João Bosco/ Aldir Blanc, Milton Nascimento, Tom Jobim (cuja parceria rendeu um tempestuoso, porém genial disco, dos melhores de todos os tempos: Elis e Tom, que tenho em CD), dentre tantos outros.
Nunca apreciei muito aquelas gargalhadas fora de hora, às vezes até em canções tristes, tampouco das "interpretações corporais" da cantora, com caras e bocas afetadas por entre algumas desnecessárias eloquências vocais... Ainda assim, gosto das suas provocações em entrevistas, do apuro da sua voz (considerada perfeita, em termos próprios da Física) e da sempre acertada escolha de seu repertório, que introduziu gênios até então desconhecidos, como Belchior, e tornou clássicas várias canções da MPB, de gênios como a dupla João Bosco/ Aldir Blanc, Milton Nascimento, Tom Jobim (cuja parceria rendeu um tempestuoso, porém genial disco, dos melhores de todos os tempos: Elis e Tom, que tenho em CD), dentre tantos outros.
Sim, é realmente admirável como a "Pimentinha" imortalizou algumas de nossas mais belas canções, criando alguns verdadeiros "hinos" de nossa história cultural cunhados por sua voz, como em Como Nossos Pais, de Belchior; Arrastão, de Vinícius e Edu Lobo; Alô, Alô, Marciano, da amiga Rita Lee; Madalena, de Ivan Lins; Maria, Maria, do Bituca; e, como não poderia deixar de ser, Águas de Março, do Tom, e O Bêbado e O Equilibrista, de Blanc e Bosco: interpretações definitivas de uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, ao lado de outras divas, como a "Divina" Elizeth Cardoso, Maria Betânia ou a "Sapoti" Ângela Maria.
Apesar de ter deixado uma pequena "fotocópia" na sua filha Maria Rita (com voz e trejeitos muito similares aos da mãe, especialmente no seu primeiro disco, comparação que deixa a jovem cantora muito mal), Elis foi única, para o bem e para o mal: no fundo, não há como não amar Elis, perfeita em cada sua imperfeição de inúmeras Elises: em suas interpretações de si e do mundo, amo os seus silêncios e alguns disparates eternizados em muitos discos e apresentações...
0 comentários:
Postar um comentário