Adorada
Teadoro, Jandira,
E a cada dia te reinvento
Em minha poesia
Na jornada reino acima
Seguimos de braços dados
A pisar nos restos torcidos de nós mesmos
De nossas tantas peles trocadas
Que já vivemos tanto
E tanto
E, no entanto, ainda há tanto
Para dizer
Adorada simplesmente
De alma transparente, essência pura
E eu querendo definição
Da essência do amor,
Logo o amor, que tanto se dissipa
Para, em seguida,
Ser reunido e recontado
Num beijo nosso
De céu de boca estrelado
De poema rasgado
De poeta empobrecido
Adorada como santa
No altar, eu te louvo
Como um trovador fora de moda
Em versos infantis
Meu sangue no flagelo da prensa
De minhas páginas vis
Minha voz rouca de repetir
Meus terços de nossas metades
No todo de ti,
Adorada,
Sigamos a rir
De nossas mentes pontuais:
Mesmo atrasado, vou e construo minha eterna morada
Logo abaixo dos teus umbrais...
(Dilberto Lima Rosa, Um breve desabafo em antítese..., 2006)
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