O primeiro é uma nova história sobre um universo estabelecido e bastante familiar de velhas e novas gerações, diferentemente do seu predecessor do ano passado (mas, sucessor, na cronologia geral da saga), O Despertar da Força, meio remake, meio reboot da trilogia original... Já o segundo se encaixa bem na nova leva de recomeços de franquias um tanto quanto esquecidas pelo novo público, porém saudosas para os maiores de 35 anos...
Em resumo: vale tudo em nome da nostalgia!
Em resumo: vale tudo em nome da nostalgia!
Mas, passada a excitação inicial e já com certo distanciamento da "síndrome do relaxamento do final do ano" (aquele no qual um sujeito se entrega tão desesperadamente ao escapismo de um filme na tela grande depois de um ano de cansaços que chega a achar qualquer coisa a melhor obra-prima já realizada), os Morcegos retomam o questionamento que me atormentava desde os primeiros anúncios feitos pela Disney não somente sobre este, como também sobre todas as vindouras histórias paralelas do novo universo expandido Star Wars no Cinema, a serem lançados entre os capítulos oficiais da saga (o próximo será Han Solo, em 2018, depois do Episódio VIII, previsto para o ano que vem): seria Rogue One uma mera proposta caça-níqueis da Casa do Mickey Mouse? Afinal de contas, boa parte dos filmes de super-heróis de lá andam bem saturados em inúmeras superproduções engraçadinhas e excessivas desde que o estúdio comprou a Marvel...
- Sou um androide, mas meu personagem é melhor que o seu... |
Starkiller & Deathstar.: qualquer semelhança... |
De qualquer forma, refilmagens não são novidade alguma em Hollywood – e, apesar de recentes produções insossas terem tentado em vão "atualizar" pequenas obras-primas oitentistas, como dois famosos clássicos de Paul Verhoeven, Robocop e O Vingador do Futuro que não renderam lá grandes coisas (infelizmente, Padilha...), a lista de grandes releituras, de diferentes épocas, como Enigma do Outro Mundo, Invasores de Corpos, A Pequena Loja dos Horrores, 11 Homens e Um Segredo e O Chamado, é maior e mais lucrativa que o número de fracassos, aqueles do tipo sobre o qual qualquer cinéfilo de bom senso se questiona: – Por que refilmar esse clássico?!... Ou, noutras palavras: pra que diabos fazer, de novo, Ben-Hur, por exemplo, se o clássico de 1959, com o grande Charlton Heston, já era uma refilmagem genial (de um original de 1923)?! Pois é... Fizeram! Obviamente que os Morcegos nem quiseram tomar conhecimento deste fiasco (que, infelizmente, contou com o Santoro, que insiste em fazer blockbusters ruins, numa participação como Jesus Cristo)!
Talvez por derrapadas como essa ou, simplesmente, por visar novas continuações para o público mais jovem (habituado a chamar de "antigo" qualquer filme com menos de 10 anos produzido), mas sem esquecer os mais velhos, ávidos pela nostalgia de rever "coisas de sua época" na tela, é que a moda atual sejam os reboots, espécies de "refilmagens-reinícios": novos filmes, com novos elementos e personagens, no entanto com influência direta (ou mesmo trechos idênticos de roteiro e muitas cenas similares "homenageadas") da trama original – como visto nos hoje praticamente esquecidos Superman - O Retorno e Predadores, ou nos recentes e bem-sucedidos Jurassic World e Creed (que quase deu um Oscar a Stallone, por reviver Rocky neste recomeço da velha franquia de boxe, agora com o filho de Apollo)! Entretanto, apesar destas citadas fórmulas de sucesso, reboots também podem ser arriscados – a franquia Exterminador do Futuro que o diga... E, mais recentemente, o "polêmico" Caça-Fantasmas!
A primeira vez continua num hotel... Só que em meio a um show de rock |
Tinha que ter o Geleia... |
Pra começar, o excessivo número de referências à história do primeiro Os Caça-Fantasmas ajuda bastante a prejudicar o andamento, soando cansativo depois da metade do filme – que, logo após algumas situações forçadas (prefeito onisciente; possessões e poderes sobre coreografias coletivas; personagens que somem da trama...), é justamente quando o reboot passa a expor suas maiores falhas até o clímax extremamente ruim... Sim, o que mais estraga essa nova produção é o desenrolar e a longa sequência final: sem graça, over e sem sentido algum (especialmente pelo fraco vilão, que, de repente, iguala-se em poderes ao original Gozer só para justificar a aparição de um fantasminha gigante similar ao já icônico Stay Puft – que também aparece!), tudo é extremamente cansativo em ação e efeitos... Como se toda produção atual, ainda que uma comédia de fantasia/ficção, tivesse que virar filme-de-super-herói (ou, no caso, heroína) para crianças, com tudo azul e verde e cheio de coreografia! Assim, com tantos atropelos, as boas intenções do diretor seguem direto, literalmente, para o Inferno, ao ponto de os fãs mais empedernidos (como este humilde escriba) se arrependerem da condescendência inicial e passar ao velho questionamento, de novo: "Se o original era tão bom, pra que diabos refazê-lo?!"...
Infelizmente, fica mesmo a sensação (em casa, acompanhando por download via torrent) de que não precisávamos de um novo começo para os hilários investigadores do paranormal, sensação incômoda bastante parecida a ter visto toda a nova primeira trilogia "tal como George Lucas imaginara", mas preferir, disparado, os Episódios IV, V e VI, a "Santíssima Trindade" das trilogias de grandes sagas, desejando ter ficado só na imaginação sobre como Anakin se tornara Darth Vader... Bom, isso até hoje, quando, mesmo sabendo bastante da trama e, o que é pior, como ela acaba, ainda foi tão adorável morder a língua ao ver, na telona, que Rogue One era tão bom (e, rever Vader, melhor ainda) – decididamente, remakes, reboots e afins não são pra todo mundo! Tem que ter a manha... Ou a Força!
À sua escolha: quem vocês vão chamar? |
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