domingo, 27 de dezembro de 2009
"Levado com o vento...":
Um Outro Crepúsculo...
Este finalzinho de 2009 ainda reservou uma última e deliciosamente nostálgica lembrança: ...E o vento levou completou 70 anos no último dia 15... Mas o que fez desse filme um clássico tão amado e lembrado por tantas gerações? Pela razão de ser então o maior orçamento cinematográfico (mais de 4 milhões de dólares) e milimetricamente preparado pelo produtor mão-de-ferro David O'Selznick (com uma campanha de publicidade iniciada três anos anes da estreia do longa)? A inesqucível música de Max Steiner (satirizada no encontro entre Dona Florinda e Professor Girafales no seriado mexicano Chaves)? Ou foi por causa da expectativa da adaptação do maior 'best-seller' da década de 30, livro homônimo de Margareth Mitchell sobre um tema caro para os norte-americanos: a Guerra da Secessão? Ou seria pela apelo romântico dos heróis Scarlett O'Hara e Rhett Butler, mocinhos atípicos, que viam seus personagens crescerem ao longo de quase 4 horas de projeção? Tudo isso somado ao fato de o filme ser realmente bom, com seus cenários grandiloquentes, sua fotografia inesquecível e todas as suas inovações tecnológicas?
A verdade é que só grandes filmes se tornam clássicos e mesmo a longa projeção (que, curiosamente, não cansa), os problemas com a megaprodução, que se refletem especialmente na metade final do filme, com alguns atropelos de narrativa (...E o vento levou foi concluído por Victor Fleming, mas dois outros diretores passaram pelo projeto: Cukor e Wood) e com o canastrão Clark Gable (antes desse genial personagem, seu melhor papel havia sido no excelente Aconteceu naquela noite, de Frank Capra) e com a normalmente teatral Vivien Leigh (seu melhor papel no Cinema seria no também teatral, porém excelente, Um Bonde Chamado Desejo, ao lado de Brando), a produção mereceu seus 10 Oscars e, sem dúvida, mesmo longe de ser o maior filme já feito, é um divisor de águas e uma página à parte da História do Cinema mundial!
Dois tristes capítulos à parte: Clark Gable morreu aos 59 anos, vítima de um ataque cardíaco e triste pela trágica morte de sua bela esposa Carole Lombard... Já a linda Vivien Leigh, endeusada pelo papel de Scarlett e pela aparentemente perfeita vida pessoal (casada com um dos maiores atores teatrais-cinematográficos, Sir Lawrence Olivier), acabou seus dias menos parecida com a heroína sulista de ...E o vento levou e muito mais próxima da louca Blanche DuBois, de Um Bonde Chamado Desejo (ou uma Rua Chamada Pecado, como foi lançado originalmente no Brasil em 52): maníaco-depressiva pelo excesso de paixão em tudo que fazia e por ser uma 'workahoolic', Vivien acabou abandonada por Olivier e, após dolorosas variações nervosas de desequilíbrio emocional e severos tratamentos de choque, morreu tuberculosa e envelhecida com apenas 53 anos... Tragédias dignas de qualquer folhetim adorado por décadas...
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3 comentários:
Olá Dilberto !!
Caramba que post inspirado .
Não sabia que Gable e Vivien tiveram um fim tão trágico .
Agora deu vontade revisitar este filme .
Abração
Depois de tanto terror com o fim grátis do haloscan o que ainda ão aconteceu, vamos lá, vou deixar aqui também.
Dilberto, obrigada pela resenha. Você não imagina o quanto eu amo esses filmes, tenho todos em DVD, apesar de não gostar muito de um bonde chamado desejo e de saber da vida da Vivien (Viv, sou íntima) ganhei uma biografia dela agora de natal. Partiram cedo os dois, so restando Olivia-Melanie, chegando quase aos 100 já. Grande clássico, que aliás bem lembrado antes o ano de 39 foi marcante pro cinema clássico da old Hollywood. Amei seu post.
Feliz 2010, com muitas coisas deleitosas de se ler aqui.
Uma ótima sugestão para quem não é afeito(a) às festas.
E quem não viu "E o Vento Levou", não é? E da inexorabilidade dos destinos nem mesmo os deuses estão a salvo, nem Gable, nem Leigh.
Um ótimo 2010 para você e sua família!
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