

Pois a Dose Dupla de hoje vai para outro duplo aniversário ilustre do mês dito “azarado”: Tarzan e Raul Seixas! Mas o que esses dois têm em comum? Não perca o próximo capítulo...


Tarzan, órfão de pai e mãe depois que um naufrágio e um gorila chamado Kerchak levaram o menino ao insólito caminho de ser criado por macacos na África, "reduzido" de Lord Greystoke a "Rei dos Macacos" de tanguinha de leopardo, tornou-se, sem dúvida nenhuma, um dos maiores ícones culturais do século XX, o que acabou por inspirar outro Rei (no caso, do Rock Nacional) quanto ao seu grito de advertência: "Krig-Ha, Bandolo!", que queria dizer "Cuidado, aí vem o inimigo" (conhecido à época nas revistas em quadrinhos do Tarzan, na EBAL), acabou se tornando o título do primeiro disco solo de Raul Seixas, trabalho excelente, que revelou clássicos como Mosca na Sopa, Metamorfose Ambulante, As Minas do Rei Salomão, Al Capone e Ouro de Tolo – aquela louca viagem de discussão político-social-filosófica com o final mais esdrúxulo da MPB: "Porque longe das cercas/Embandeiradas/Que separam quintais/No cume calmo/Do meu olho que vê/Assenta a sombra sonora/De um disco voador...".
E é mesmo em ritmo de matinê que segue este ‘post’, uma vez que tanto Tarzan como Raul sempre foram personagens multimidiáticos e se deram muito bem com os ‘spotlights’: Tarzan, depois da Literatura (surgiu como romance em 1912 e continuou assim por mais 23 livros), foi para o Cinema em 1919 (com nova versão para a telona prevista para 2011) e, para os Quadrinhos (tiras de jornal), em agosto de 1929, há 80 anos, afora outras mídias (rádio e TV), e Raul, que nos deixou há exatos 20 anos, foi um dos precursores do videoclipe no País (com suas incursões no global Fantástico), sempre com canções cheias de metalinguagens e de atuações memoráveis – não por acaso, no clássico Metamorfose Ambulante desse mesmo disco, Raul se autoafirmava "Eu sou um ator": e o era, na mais completa definição de personagem legendário do Rock!
Se estivesse vivo, Raul com certeza, seria maior que um Tarzan e até mesmo que Paulo Coelho, seu amigo e parceiro ocultista, que soube melhor aproveitar a vida e hoje é um fenômeno 'best-seller' no mundo todo (embora sua Literatura... Deixa pra lá!): performático e genial sempre, creio que o maior roqueiro brasileiro seria o rei da selva globalizada destes tempos virtuais... Mas a miséria, o ocaso e o fígado destruído levaram Raulzito antes do Novo Aeón, no Trem das Sete, cedo demais... Foi-se o diabólico anjo e 'cowboy' fora-da-lei: personagem do humor ímpar e figura impagável que, decididamente, não está no gibi!
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