Em seus versos derradeiros e magistrais, o atual Ministro da Cultura inferia "Quem sabe/ O Super-homem venha nos restituir a glória/ Mudando como um Deus o curso da história/ Por causa da mulher", em referência direta à colossal seqüência final do filme, onde, revoltado por não ter conseguido impedir o segundo míssil lançado por Lex Luthor (imortalizado na interpretação sarcástica de Gene Hackman), que se chocaria contra a Califórnia, e por não ter assim salvo sua amada Lois (a esquecida Margot Kidder) da morte, e, mesmo contrariando todas as advertências de seu pai, Jor-El (Marlon Brando, o imortal), de que jamais poderia "interferir na história da humanidade", o super-herói (vivido com perfeição por Christopher Reeve) faz o planeta voltar no tempo, voando em velocidade impressionante no sentido contrário ao da rotação da Terra, salvando Lois e a Califórnia da destruição - num dos maiores furos da história do Cinema de entretenimento (afinal, voltando o tempo, tudo voltaria a acontecer)!
Assim, naqueles bons tempos que não voltam mais, tivemos o "nascimento" de duas pérolas artísticas diferentes, mas casadas numa espécie de "adaptação para a música": na canção, a ode à mulher e à eterna dependência delas por parte de nós, homens, culminando com um desdobramento abissal; no filme, uma fantástica aventura de qualidades épicas e românticas, ainda que fielmente baseadas numa "arte menor" ou "sub-arte", que são os Quadrinhos... O que termina por nos deixar na garganta um doloroso nó de nostalgia: poucas vezes depois o Cinema e a Música conseguiram aliar magia e qualidade num só produto, ou, melhor dizendo, em dois produtos tão diferentes...
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