quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Os livros de que te falei...


Fui indicado para uma “corrente virtual” pelo primo Marco para citar a quinta frase completa da página 161 do livro que estivesse lendo. Apesar de detestar correntes, participo desta pela segunda vez (já participei de corrente similar há muito tempo, quando os Morcegos ainda eram hospedados pelo Weblogger – hoje inexistente) por dois motivos: primeiro, pela indicação do dileto amigo Marco; segundo, pela simples razão de falar um pouco sobre o que ando lendo no momento...

Meu “processo de leitura”, muitas vezes, é atrapalhado pela falta de tempo: por isso, normalmente me pego lendo mais de um livro simultaneamente, ou ainda dois livros e uma edição especial de Quadrinhos (que, apesar de Arte gráfica, não deixa de ser livro com texto...). Atualmente, termino de reler a genial peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna (1ª ed. pelo selo Pocket Ouro, 2008, Ed. Agir – Copyright © 2005, Ariano Suassuna), de onde extraí a hilária fala do personagem João Grilo, contida também na adaptação para a TV e o Cinema por Guel Arraes (fiel, porém misturada a outras obras populares e outras peças de Suassuna, como O Santo e A Porca), quando do julgamento do “amarelo” diante da Compadecida (no delicioso ato no “circo-limbo”, sugerido pelo diretor Clênio Wanderley e adotado pelo autor em adaptações posteriores), exatamente na posição da frase requerida pela corrente, quando perguntado se estava satisfeito com sua “sentença”:

“Quem deve estar danado é o filho de chocadeira!” (JOÃO GRILO)

De morrer-se de rir lendo ou assistindo a este belo espetáculo, inspirado na Comédia dellArte medieval, nos cordéis nordestinos e em obras populares orais (muitas delas jogadas diretamente na trama, como História do cavalo que defecava dinheiro).

Leio também 80 Anos de Poesia – Mario Quintana (13ª ed. Ed. Globo – Copyright © 2008, Elena Quintana), uma vez que Poesia não se lê de pronto, mas em doses sentidas aos poucos: o Mestre gaúcho continua sublime em sua alma de passarinho observador das ruas e da morte nesta ótima coletânea. Contando-se a quinta frase como “linha” publicada, sairia com essa pérola de citação para a corrente, na página cento e sessenta e um:

“e a própria vida eu a deixei no meio”

Muito de Quintana se encontra nesta perdição (e encontro) de sua vida (ou morte) em algum ponto ermo de sua Poesia – tal frase, apesar de arrancada de algo maior que é o poema “Este Quarto...”, é muito boa de per si... Mas, pensando melhor, ainda que pelo conceito “linha impressa”, deveria eu extrair da contagem o título e a dedicatória do poema nessa página e publicar o quinto verso (em substituição à quinta frase pedida)? Então:

“que me importa este quarto, em que desperto”

Belíssimo verso... Fico com meus botões, entretanto, que mais interessante seria considerar a “quinta frase da página 161” não como a quinta linha ou o quinto verso deste belo poema, mas, sim, a quinta frase dita entre versos, que resultaria no seguinte terceto:

“Pois só o céu é que está perto, sim,
Tão perto e tão amigo que parece
Um grande olhar azul pousado em mim.”

Como havia dito, participo desta corrente pelo seu caráter instigante, especialmente quando se encontram boas frases como as supracitadas, dentro ou fora do contexto maior das suas obras... Não posso olvidar, entretanto, que, alguns dias antes de dormir, depois das leituras obrigatórias e depois das de deleite, às vezes sobra tempo para um gostoso Quadrinho, especialmente de minha coleção recém-adquirida, com coletâneas de estórias clássicas de diferentes épocas: Coleção DC 70 Anos – 4 de 6, As Maiores Histórias do Flash (Artistas diversos, 1ª Ed. Panini Group Brasil, © 2008, DC Comics), onde o “Velocista Escarlate” combate o crime em Central City (certo, eu prefiro o Barry Allen dentre as várias versões...)!

Não sei bem por que, mas a minha favorita dessa coleção foi a do Lanterna Verde (a do Batman será o próximo número a sair)... Porém, este encadernado com o Flash é bem superior a muitas estorinhas feitas por aí desde que praticamente destruíram o personagem na década de 80 com aquela Crise nas Infinitas Terras! Enfim, vamos à referida citação da corrente:

“Mas antes que ele consiga terminar sua frase...” (NARRADOR)

Sente-se aquela velha emoção dos seriados de rádio ou das matinês de décadas idas quando algo heróico está prestes a acontecer, não? Afinal, muito do que se tem quanto ao entusiasmo com esses personagens em ‘colant’ vem dessa Era de Ouro... Tudo bem, devaneei, nasci no final da década de 70 e não conta meu saudosismo com uma época só sonhada! Mas acho que, na empolgação, errei de novo na contagem: somei a quinta frase entre os quadrinhos amarelos do Narrador e os balões dos personagens principais da trama! Contando só com os balões, a citação é um pouco diferente – mas a alegria juvenil de tempos idos não muda muito...

“Somente um... tornado... poderia criar... a força bruta... suficiente... pra causar tantos danos!” (O TARTARUGA)

Quem? Quem? Claro, o Flash! E com essa óbvia constatação do vilão Tartaruga nessa estória de 1978 encerro esta divertida corrente, não sem antes arrastar para o barco três pessoas que podem aderir à brincadeira: a sobrinha Advi, por adorar este tipo de coisa virtual e por adorar ler; a mainha Clarinha, pela sempre bela citação de praxe de seus incríveis ‘posts’ poéticos; e o primo distanciado Makoto, pelas sempre bem-vindas observações professorais! E, lembrem-se: apesar de não saber por que cargas d’água do cabalístico da “5ª” frase da página “161” do livro que estiverem lendo, isto tem que ser seguido à risca! O mesmo se aplique ao comentário, onde o querido blogueiro de plantão, além de dar suas impressões sobre este ‘post’, pode ingressar no ‘comment’ com sua citação também!
 

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