sábado, 28 de fevereiro de 2009

Eles estão querendo voltar...




"Sim, papai...!"

Não sei se porque ando com os pensamentos fugidios, já bem longe e escapando, ou se a Política (ou a politicagem) já não me é mais compreensível, que não entendi o fato de, recentemente, aqui em São Luís do Maranhão, terem dispostos uns 3 ‘outdoors’, “sem autoria”, contendo o seguinte: “Senador José Sarney, Presidente do Congresso Nacional”, em letras menores, como num cabeçalho da grande placa, e, em letras gigantescas, “Orgulho para quem gosta do Maranhão!” (nalguns, há mesmo a imagem do bigodudo subindo a rampa do Senado, ladeando a Guarda da Alvorada)... Orgulho de quê, se este senhor foi o maior responsável pelo estado de abandono por que meu Estado sofre até hoje graças a seus mandos e desmandos em mais de 40 anos no poder (entre familiares e testas de ferro) – até o recente rompimento com um de seus asseclas, José Reinaldo Tavares, que fez seu sucessor, Jackson Lago, quebrando o retorno da famigerada Roseana Sarney nas últimas eleições para governador... Orgulho de quê, se nem meu Estado este senhor representa no Senado (tendo escapulido, como é sabido e notório, para o Amapá)? Tudo bem que o Dr. Jackson já reina há certo tempo pela Prefeitura da Capital e vem desenvolvendo um Governo metido em delicadas situações – tanto que tramita, em fase final, processo de cassação de seu mandato no TSE: e Roseana quer voltar! –, mas era preciso o rompimento, com a devida alternância do poder! O Senhor Jarbas bradou, o Presidente aceitou, mas o povo maranhense, acostumado que já é às acomodações do “Ladrão por Ladrão...”, fica em cima do muro... CHEGA! Alguém, por favor, avise este senhor bigodudo (a quem muito apropriadamente a revista inglesa The Economist chamou de “senhor feudal”) que, em que pese sua vaidade de ser “imortal” para as suas negas na Academia (incursão às custas, meramente, de sua força política quando Presidente, na minha modesta opinião literária), Política é algo público, e intermitente, e não mero joguete de perpetuação dos seus no Poder!

E eu, querendo ir...

Especialmente se esse povo voltar...

Não, não me vou embora para Pasárgada – pelo menos ainda não... Porém mais uma temporada chega ao fim e dou-me as contas como encerradas e bem cumpridas de um bom ano repleto dos assuntos mais diversos e prazerosos por aqui – sem mencionar as pessoas maravilhosas que cruzaram e se instalaram pelos caminhos destes Morcegos... Some um pouco do cansaço, das ’trocentas coisas a resolver e um pouco do mistério que qualquer escritor, por menor que seja, carrega consigo, e tome um tempo de estio para que as forças das asas voltem a se aliar às da Poesia...

Seja tacitamente, seja num pedacinho de guardanapo pintado à mão, digo que volto, e cheio de novidades para pintar até a tinta escorrer, mas não marco data... Afinal, aniversários existem para ser comemorados e não combinam com o amargo gosto do afastamento... Por entre mundos distantes ainda a visitar, meu até logo e meu muito obrigado pelo amor e pelo carinho das visitas breves, sempre a deixar a pergunta: "Quando vai ser a próxima?"...



"Já vou embora, mas sei que vou voltar... Amor, não chora, se eu volto é pra ficar..."


E, diretamente da Terra da "Canção do Exílio" (Em cismar, sozinho à noite, mais prazeres encontro eu CÁ!), autoexilo-me destas paragens virtuais, sabendo que "Vou voltar, sei que ainda vou voltar para o meu lugar... E é pra ficar: sei que o amor existe, não sou mais triste e a nova vida já vai chegar" ("Não vai ser em vão que fiz tantos planos... Como fiz enganos de me encontrar..."), como diriam os Poetas Maiores MPBistas! E, falando em autoexílio, voluntário ou forçado, este 'post' é carinhosamente dedicado a todos aqueles que amam esta Terra das Palmeiras e sempre lutarão por ela e por seus bosques, flores e amores, como diria o Bardo Gonçalves Dias em suas orações poéticas eternas:

"Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

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1 comentários:

Anônimo disse...

Grrrr, não consegui comentar normalmente, hoje tá demais... Mas eu vim assim mesmo primo.
Fico triste pela tua partida, ainda que nos deixe a esperança do retorno. Fico triste também pelo nosso famigerado mundo politiqueiro tupiniquim, tem coisas que nunca mudam, infelizmente.
E caminhamos sempre, porque parar seria desistir e a teiomosia é a nossa marca. Risos...
Abraço!

 

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