Traga-me
Acho que sei e que posso mais do que eu deveria
Por sobre a minha ímpia fé, pífia água pia
Que cai do céu de tantas marias que deseja me tragar...
Por sob o largo de meus doze andares de altura
Vejo o tempo parar para que eu te procure
E te ache certa na minha anatomia de nuvens
Penso que tropeço em milagres, distraído e sem vontade,
Falo em línguas, creio em ti, que nunca sais do meu lado,
E no céu que, um dia, ainda há de me tragar...
Sei que o pé-direito de minha plenitude é baixo
E que me oprimem vozes veladas de paredes intercaladas
Mas a sede de tua fé me é sempre cara demais
Às vezes acho que a noite irá tragar-me
Às vezes tenho certeza... Mas antes o trago
Que uma vida sem verde por sobre a fronte!
Dilberto L. Rosa
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