segunda-feira, 15 de abril de 2019

MINHA DISCOTECA - Parte II
(Cinema, Música, Coleções)

COLEÇÃO PARTICULAR DE CDs
TRILHAS SONORAS DE CINEMA

05. HOLLYWOOD - The Greatest Hits (2 CDs) (*)
06. DORIS DAY - A day at the movies
07. Classic Disney Vol. I - 60 Years of Musical Magic
08. Cinema Serenade - Perlman & Williams
09. THE MATRIX REVOLUTIONS - Music from the motion picture
10. FORREST GUMP The Soundtrack - Special Collection Edition (2 CDs)
11. Music from The Motion Picture PULP FICTION
Resultado de imagem para pulp fiction album cover

Dando continuidade à minha estimada discoteca: após o elencamento de mais 6 discos, chegamos ao décimo primeiro título da minha coleção, ainda no "gênero" Trilha Sonora, e o destacamos por ser tão boa quanto o filme - afinal, um Cinema impactante e inteligente deve ter uma trilha sonora igualmente cheia de personalidade... And 'personality goes a long way', já diria uma das mais clássicas citações do longa, com trechos dos diálogos originais que podem ser ouvidos entre algumas das faixas do disco, um dos selos do diretor em todos os lançamentos de trilhas sonoras de seus trabalhos. E lá se vão 25 anos de uma das mais marcantes trilhas antológicas (reunião de composições musicais de diferentes compositores e épocas) da Sétima Arte: Pulp Fiction, escrito, dirigido e coproduzido por Quentin Tarantino, cuja trilha foi escolhida a dedo pelo próprio cineasta (outra de suas marcas registradas: “Uma das coisas que eu faço, antes de começar a escrever um filme, quando estou pensando em começar a escrever um filme, é ir até minha coleção de discos e botar pra tocar canções. Tentando encontrar, basicamente, a personalidade, o espírito do filme”, como diz Tarantino numa das faixas-bônus do CD), conferindo a essa obra-prima da estética da violência e dos pequenos caos humanos um tom ainda mais autoral!

Nem é necessário falar sobre algumas faixas "maiores que a vida" presentes no filme (e no disco), muitas vezes como forma de amenizar a "porrada" de algumas das situações do longa - como são os casos dos clássicos absolutos Jungle Boogie (sucesso funk das boates nos anos 70, da banda Kool and The Gang), Let's stay together (balada romântica soul do mestre Al Green, que, de tão famosa, já teve até uma sofrível versão em Português nos anos 80, Vício Fatal, na voz de Rosana), Lonesome Town (imortalizada por um ainda jovem Rick Nelson, nos anos 50) e Girl, you will be a woman soon (clássico sessentista de Neil Diamond, aqui na releitura da alternativa Urge Overkill, a narrar a emblemática e tragicômica cena da overdose da Sra. Vince Vega, vivida por Uma Thurman). Prefiro exaltar as canções que mais definiram sua cara atemporal, numa deliciosa embalagem cult para "celebrar" os personagens marginais dos romances policiais tipo B desde o título, pulp fiction, denominação genérica em Inglês para "ficção barata", justamente as tramas daqueles livrinhos baratos, símbolos nostálgico-culturais de meados do século passado - daí os divertidos "amassados" e os "10 cents" do pôster original, também capa do disco. 

E como lidar com essa feição pop entre o dia-a-dia de pessoas cruéis do submundo e atemporais símbolos imagéticos e traduzi-la em linguagem musical? Jogar algo mais pesado na tela, como metal ou punk rock? Justamente o contrário: a dureza de drogas e violência foi criativamente narrada com hinos da surf music dos anos 60 (que, para Tarantino, tem levada de "trilha sonora de antigos Westerns"), dando a essas sequências uma leveza estilizada e definições cool simplesmente inesquecíveis: desde a inesquecível abertura, com o anúncio de assalto pelo casal apaixonado de ladrões azarados (Tim Roth e Amanda Plummer), encerrada com a versão rock da tradicional música do folclore grego, Misirlou (na imortal releitura instrumental de Dick Dalepai da surf musicaqui na sua "modernização" dos anos 90, ainda a anos-luz do ridículo Pump It, dos Black Eyed-Peas, tempos depois), passando por Bustin' Surfboards, as deliciosas Bullwinkle Part II e Comanche, até o final com Surf Rider, que se liga ao assalto da cena de abertura do filme - que, por sua vez, continua uma situação do meio da trama e serve, de forma extremamente irônica, de "redenção" aos inesquecíveis matadores vividos por Samuel L. Jackson e John Travolta (ambos indicados ao Oscar por suas atuações)

Quanto ao filme, um clássico absoluto em sua rebeldia eterna; um "policial às avessas", merecido vencedor da Pama de Ouro em Cannes; um conjunto de crônicas fragmentadas de uma grande trama novelesca (violenta e, ao mesmo tempo, engraçada); uma história atemporal, tanto em narrativa quanto em simbolismos (música, direção de arte, figurino etc.), que acabou levando somente o Oscar de Melhor Roteiro Original. Quanto à trilha sonora, sem dúvida alguma, apesar de algumas faixas "menores" que pouco ou nada acrescentam (como as baladas country If love is a red dress e Flowers on the wall), uma coletânea de ótimas canções que, como em poucas vezes na História do Cinema, narraram tão bem cada segmento como se houvesse sido compostas para ele, tornando-se uma só com cada sequência visual - como a inesquecível cena de dança entre Travolta e Uma Thurman, matador empregado e mulher do chefe gangster, respectivamente, que se embalam ao som de You never can tell, clássico de Chuck Berry que emoldura uma das mais lembradas e festejadas danças da Sétima Arte: Vincent Vega e Sra. Mia Wallace, ao som de um perfeito e atemporal twist...




*Discos parcialmente avariados devido a um fungo.
 

+ voam pra cá

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