sábado, 28 de março de 2015

Devagar e Sempre...

Ainda que não esteja eu
Em lugar algum
Grito meu nome

Para saber onde estou...

(Dilberto L. Rosa, 2004)

Foi-se o tempo em que os Morcegos tiravam férias... Era aquela coisa fina: num dado momento, por esgotamento do tempo para novas atualizações ou mesmo por mero cansaço diante do que dizer (ou do que havia sido dito, pelos outros, nalguns comentários mais toscos...), os queridos quirópteros escrevinhadores deste humilde espaço virtual batiam asas e voavam para longe, por no mínimo um mês (chegaram a quase seis meses, certa feita!). Mas, hoje, não: não dá nem tempo de dizer adeus! E, assim, chego à marca de um mês sem atualizações desde as impressões sobre Birdman e o Oscar sem nenhum aviso prévio de férias coletivas (minhas e dos diletos morcegos)... Sigo, portanto: na dureza do tempo exíguo e massacrante entre a correria de fora de casa e a deliciosa agitação com a efusiva meninada que se formou no doce-lar, tento até pensar nalguma Poesia, mas só me vêm o imediatismo do cumprimento da próxima tarefa e os velhos versos de uma época que me passou, porém sem jamais ter passado de mim - continuamos emparelhados, cabeça a cabeça, porque parar é amargo privilégio de quem morre e, como diriam os Grandes Poetas (o dos olhos de ardósia dentro do gauche por trás dos óculos), Como já disse era um anjo safado/ O chato dum querubim/ Que decretou que eu estava predestinado/ A ser todo ruim/ Já de saída a minha estrada entortou/ Mas vou até o fim... Bom, guardadas as devidas proporções, vez que a estrada nem sempre foi torta e, pelas curvas das "estradas de santos", afloraram no horizonte, sim, belíssimos arco-íris duplos! E, sem terem muito do que se queixarem, os Morcegos seguem, mesmo que ainda enviesados em seus voos e faltando aqui e ali na hora da chamada (e da postagem!), porque sempre haverá uma porta perfeita, logo ali, em frente e à vista, para que eles sigam adiante e para frente...


Cheio de expectativas tortas
Sigo torto,
Enviesado
Pelos cantos
E antes que me dê conta
Estás à frente
Em frente
Daquele jeito
Perfeita
Exatamente à meia-luz
No meio do caminho
Nenhum passo a mais
Sigo atrás
Sozinho...

(Dilberto L. Rosa, 2006)

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4 comentários:

Viviana Ruiz on 29 de março de 2015 às 13:50 disse...

"Num passo a mais, sigo atrás, sozinho"
Perfeito.
beijos

Alysson on 1 de abril de 2015 às 01:57 disse...

Amigo de torturas (derivação de 'torto') eu sou. Lá e cá, com a minha falta de envergadura e meus silêncios poéticos. Venha sempre que puder e tiver o que falar... Forte Abraço!

Valquíria Falcão on 4 de abril de 2015 às 14:33 disse...

Olá, sei bem o que é tirar "férias" por um longo tempo, no meu caso foi por tempo de mais é por isso que estou passando para convida-lo a dar uma passadinha no http://valfalcao.blogspot.com.br/ pois finalmente retornei as atividades, e ficarei honrada em ter seus valiosos comentários por lá novamente.

Beijos, e FELIZ PÁSCOA

Anônimo disse...

Com essa poema toda falta será perdoada.
Gostei de achar esse espaço. Há tempos não encontro algo tão consistente. Voltarei!

Abs e beijos
Alice

 

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