segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Esse 'tar' de Avatar...!


"À vera, muié, tô te dizeno: um monte de gato-hômi pulano qui nem macaco pelas árvri numa serva sem fim, com os musquito zanzano na tua cara adispois que se bota uns ócus na venta! Até que a fita era boa..."

Achei exagero ganhar Globo de Ouro de melhor filme e ser forte concorrente a Oscar esse épico azulado e pirotécnico... Mas talvez o público queira mesmo louvar um mundo de fantasia, onde ainda exista a esperança da preservação por dias melhores para a Natureza, lute-se por opções menos belicistas e onde as conexões entre os seres seja mais prática e bela do que a fria ligação entre cabos e computadores!

A primeira metade me fez lembrar muito Hatari, clássico menor do mestre Howard Hawks onde o ponto alto eram as longas cenas de caçadas e safáris pela África virgem do final dos anos 50... Eram outros tempos, quando as pessoas ainda faziam fila para ver leões, elefantes e rinocerontes! Agora há um mundo novo, literalmente: formam-se aglomerações recordistas (Avatar é forte candidato a bater outro recordista do próprio Cameron, o enauseante Titanic) para se verem os mínimos detalhes de uma natureza alienígena fantástica (efeitos perfeitos, frutos de uma fusão entre a ILM de Lucas, a Weta de Peter Jackson e a Stan Winston Studios, numa tecnologia inovadora desenvolvida pelo editor/roteirista/produtor/diretor e faz-tudo James Cameron!) - os alienígenas são um caso à parte: cada ser da raça Na'Vi, legítimos "thundercats" azuis, felinos na cara e endiabrados como lêmures em árvores gigantescas e ilhas realisticamente suspensas no ar, convence com o detalhismo detalhado do ator que o interpreta (elevando a tecnologia de Golum, de O Senhor dos Aneis à máxima potência!)! Até as imagens são de uma fotografia diferente, esbranquiçada, o que chega a levar à confusão no início, se os atores não são, na verdade, efeitos especiais!

À parte alguns exageros de sequências - até mosquitos pululam às nossas frentes! - que nos deixam tontos em certos momentos (especialmente numa exibição em 3D), a estória, mesmo com alguns atropelos (não se entende muito bem como é a tecnologia de controle dos avatares, réplicas genéticas modificadas de alienígenas vividos por humanos através de ligações à Matrix!), clichês e com aqueles finais 'hollywoodianos' longos com um supervilão indestrutível (um militar quase "mutante"!), Avatar é um bom filme, divertido (e nada muito além disso...) e parece andar agradando de crianças do século XXI a idosos que adoravam os safáris de suas adolescências nos cinemas: mensagem pacifista num invólucro de aventura modernoso com gosto antigo de paraísos perdidos e desconhecidos...
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20 comentários:

Francisco Sobreira on 19 de janeiro de 2010 às 11:20 disse...

Caro Dilberto,
Esse tipo de cinema que os americanos gostam de fazer não me atrai nem um pouco; o cinema da tecnologia, em que os efeitos têm mais destaque do que a história, em que o diretor é um mero administrador (ou manipulador) de tudo isso, não é comigo. Que saudade do tempo em que Hollywood, mesmo sem perder de vista a bilheteria, tinha diretores, como Hawks, que você cita. Diretores que faziam filmes que agradavam à crítica e ao público. Mas parece que uma parte da crítica tem gostado desse "tar de Avatar". Bom, também não existem mais aqueles grandes críticos de antigamente. Um abraço.

cineboy on 19 de janeiro de 2010 às 17:46 disse...

Oi Dilberto. Vi Avatar e gostei, em certo momento me emocionei com o grau de detalhes do mundo criado por james cameron. Acho que é o maior filme autoral já feito em hollywood e decerto sua mensagem universal de paz e interação entre o seres e a natureza é tão forte que emanou um pensamento de Rousseau diretamente de sua defesa do homem natural. De resto um belo filme, é melhor ter um ganhador do oscar que prima por uma força antibelicista que a tempos não vejo nos Eua. Valeu!

Игорь on 19 de janeiro de 2010 às 22:12 disse...

Oi Dilberto !!

Gostei muito de tuas palavras a respeito do filme .

Visualmente ficou espetacular .

Pena que o roteiro ficou aquém dos efeitos especiais .

Ele vai bem nos primeiros 30 -40 minutos, depois ele perde o vigor .

Hatari ...Boa dica , algo a ser (re)visto .

abraços

Thiago Leite on 20 de janeiro de 2010 às 10:34 disse...

Gostei bastante do filme, embora a trama fosse bem previsível para quem assistiu a Dança com Lobos e O Último Samurai. A história é boa, mas muito simples.

O grande mérito foi criar um mundo realista, verossímil e ao mesmo tempo mágico e romântico. Os Na'vi são apaixonantes.

Gosto de filmes antigos feitos "na raça", mas não desmereço nada a criação visual com efeitos especiais. Cinema é fantasia, nada ali é real, mesmo que não haja nenhum efeito especial. Se, no entanto, o artista consegue criar um mundo verossímil, usando ou não esses efeitos, está fazendo um bom cinema.

Marcelo on 20 de janeiro de 2010 às 18:00 disse...

Caro amigo Dilberto...eu num assití esse tar de avatar...não me atrai ir ao cinema pagar cara e assistir esse tipo de filme....mas gosto da retomada da fantasia que vc narra...toda fantasia atual será meio exagerada porque alguem achou que o cinema deveria ser muito próximo ao real, porque alguem achou que a novela deveria ser muito proximo do real...e tudo ficou ralo...opaco sem fantasia, sem asas, sem imaginação...então fale a fantasia do filme de seres azuis!

abs

Morena on 20 de janeiro de 2010 às 22:36 disse...

AHHH e eu n vi aindaaaaaaaaa
jesus quero ver logooo mas n dá tempo o sacoooo

Beijos saltitantes
Bom restinho de semana

Unknown on 20 de janeiro de 2010 às 22:57 disse...

Não sabia que era épico...
Não gosto deste gênero, prefiro filmes que contem uma boa história, bem feitos, com bons atores e simples, sem efeitos especiais.
Todos estão falando deste filme, incrível!
Beijos

Anônimo disse...

Só vou assistir este filme quando minhas pimpolhas voltarem da Bahia. e considero justo o Globo de Ouro, assim como torço para que o Oscar vá para tal "fita": o salto de qualidade cinematográfica, merece todos os pr~emios, não é mesmo?!

(v)orcego on 21 de janeiro de 2010 às 11:16 disse...

Assisti e tbm achei exagero, mais como a mídia conta na decisão, não iriam deixar um filme de altíssimo investimento como esse passar em branco.
Outro que vale a pena é Sempre ao seu lado, mostra um cachorro q sendo tratado com amor, retribui com lealdade msm após a morte de seu dono.
Fica fácil entender depois de ver esse filme pq mtos trocam as amizades com pessoas por seus animais.
Abraço, (v)

José Viana Filho on 21 de janeiro de 2010 às 18:26 disse...

MAs vc ainda perdeu tempo vendo esse diretor? vc 'e brasileiro mesmo, não desiste nunca, mas seu relato foi bacana e posso ate comprar um pirata rsrsrsrsr!!

Abs meu irmão !!

Moacy Cirne on 22 de janeiro de 2010 às 07:17 disse...

Meu caro,
neste caso estou com Oswald de Andrade: "Não vi e não gostei".
Prefiro rever um bom clássico. De Hawks, por exemplo, citado por você. Um só minuto de "Rio Bravo" decerto valerá mais do que todo o "Avatar".

Um abraço.

Ruby on 22 de janeiro de 2010 às 22:12 disse...

Olá Dilberto, eu não vi o filme e confesso que não senti vontade, até fui ao cinema, mas na hora desisti. Não me chamou a atenção, talvez pela cor predominante, e pelo excesso de fantasia, sei lá, nem posso dizer se merece ou não essa premiação toda que ja leva e com certeza levará mais ainda. Mas o diretor é um colecinador de recordes, se bate Titanic, o que dizer então dos expectadores. beijos e aguardo um outro filme pra ver.

Miguel S. G. Chammas on 23 de janeiro de 2010 às 19:25 disse...

Dilberto, sem comentar o teu texto que ainda não li, gostaria de pedir um favor.
Tem como você me explicar como devo fazer para retirar o haloscan do meu blog?
Agradeço teu auxilio.

Ricardo Campos disse...

Oi Dil,

Gostei da sua crítica. Direta e equilibrada. Considero Avatar uma das maiores obras comerciais do cinema hollywoodiano já produzido ultimamente. Um marco revolucionário do cinema digital. Não sou um cinespectador que detrime certas obras em comparação a outras. Acho que nesses tempos modernos há ainda espaços para pequenas películas que primam pelo roteiro, diálogos e interpretações e grandes produções épicas de altíssimo orçamento (como Avatar). O que devemos notar em ambas produções é a forma de contar uma boa estória. Avatar tem seus problemas. Não é obra de arte ou obra prima, mas é um grande filme, bem feito. Poderia ser fracasso grandiloquente (Como Waterworld, que quase afundou a carreira de Kevin Costner), mas a mão segura do seu realizador (Cameron, o herdeiro de Spielberg e Lucas do velho e bom cinema pipoca dos anos 80) fez com que Avatar não se tornasse apenas "efeito visual". A conjunção criação-efeitos-estória-3D-interpretação tornou "a terra de Pandora" um filme-conceito (tal como Toy Story, Matrix e Senhor dos Aneis), que pode mudar o cinema pipoca daqui pra frente, nas próximas décadas deste novo século.

Luma Rosa on 24 de janeiro de 2010 às 23:31 disse...

Para nós que estamos acostumados com os jogos em 3D, foi simplesmente entediante, a partir da primeira hora, não via a hora de acabar o filme.

Boa semana! Beijus,

quezia disse...

Dil, como prometido pela segunda vez,rsrsr...estou comentando.
Sobre o filme, em si, gostei dos efeitos especiais, achei uma nova estrutura, realmente muito bem feita, bem aperfeiçoada, contudo, acredito que faltou uma conexão entre os dois mundos apresentados, tiveram diversos momentos em que me perguntava: Como ele chegou ali?,etc...Na verdade esperava mais, afinal James Cameron teve aproximadamente 14 anos para aperfeiçoar o mundo Na'vi, além de um orçamento quase ilimitado...Me emocionei mais com Titanic, afinal Jack e Rose e sua história são bem mais palatáveis.

Anônimo disse...
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