EXCELSIOR!
Uma justa homenagem feita ao "Cara" - vídeo original em Inglês, editado pela Marvel.
Neste mês, faz 4 anos que o mexicano dramaturgo, comediante-humorista e grande homem de Televisão Roberto Gómez Bolaños, o eterno Chaves/ Chapolin (além de vários outros personagens menos populares por aqui) se foi, aos 85 anos, após tempos afastado dos holofotes e com muitos problemas de saúde. E hoje, também neste mês de novembro, vai-se outra lenda do universo do Entretenimento: o judeu norte-americano editor, publicitário, produtor e "The Man" Stanley Martin Leiber, o honorável Stan Lee, que faleceu um pouquinho mais velho, mas ainda em plena atividade (não só cuidava da produção executiva de inúmeros projetos envolvendo seus personagens como também fazia suas famosas "pontinhas" especiais em cada adaptação cinematográfica de suas criações), deixando um enorme legado de empreendedorismo à frente da "Casa das Ideias", tendo ajudado a transformar a Marvel numa lucrativa empresa multimidiática, bem como inúmeros de seus personagens originais e criativos para uma legião de fãs, como Homem-Aranha (e seu genial séquito de supervilões, como o Duende Verde); Demolidor; X-Men (e todo o conceito de mutantes); Hulk; Homem de Ferro; Galactus e a Filosofia Zen do Surfista Prateado; Magneto; a S.H.I.E.L.D. e Pantera Negra - embora outros, nem tanto assim (como Doutor Estranho, chupado de Mandrake; Homem-Formiga, imitado de Eléktron; Thor, "adaptação pop" de lendas nórdicas; Mercúrio, plágio de Flash; Vingadores, "inspirado" diretamente no sucesso da Liga da Justiça; e Gavião Arqueiro, fotocópia de Arqueiro Verde) e as homéricas tretas com muitos dos seus colaboradores (além de Kirby, também com Steve Ditko, cocriador do Aranha e do Doutor Destino), com quem se negava a dar os devidos créditos autorais... Afinal, o grande problema com Bolaños, Lee e todos os grandes criadores: o ego! E eles jamais estiveram sozinhos...
Certeiro: até quando não se tratava de criação sua (como o Homem-Aranha, cocriado com o desenhista Steve Ditko), ele acertava em cheio com sua criatividade - foi ele quem, numa história escrita para o Capitão América (criado pelo amigo/desafeto Jack Kirby, juntamente a Joe Simon), bolou a sacada de o famoso escudo poder ser arremessado.
"Is This Just Fantasy?"
Não achei parecido, não... E a interpretação, pra mim, também deixou a desejar, em muitos pontos se assemelhando a uma simples preocupação em imitar o ídolo do Queen, mas sem jamais alcançar a alma visceral do grande e saudoso Freddie...
Mais uma Sessão da Tarde levinha e chapa-branca do que uma cinebiografia digna de nota, o filme Bohemian Rhapsody tem levado muito mais espectadores aos cinemas pelo legado do Queen na História da Música, graças ao gênio criativo do sempre efervescente Freddie Mercury (personagem real para quem o filme direciona mais holofotes e "justificativas comportamentais" bem sentimentalistas) e aos excelentes músicos Bryan May, Roger Taylor e John Deacon, do que por maiores qualidades artísticas do mais novo filme de Bryan Singer (o mesmo dos filmes dos X-Men e que, assim como Freddie, é gay e, com recentes problemas com uma acusação de assédio, foi demitido da produção, mas mantido nos créditos): bastante superficial e de soluções fáceis ou esquemáticas, o filme deixa a desejar em detalhes da realidade, fundindo ou falseando épocas e inventando situações para bem servir ao que se espera de um evento mainstream, que pouco tem a ver com os fatos ou a verve visceral de Fred e sua trupe (até seu intérprete, o mesmo Rami Malek, da série Mr. Robot, admitiu que gostaria de ver mais do universo pessoal do leading vocal), uma das melhores e mais completas bandas de Rock que já existiram, tendo passeado com desenvoltura por inúmeras vertentes pop e mesmo de outras searas musicais - como seu estilo opera-rock (bem como balada, hard rock etc.) da canção-título do filme.
E, falando sobre a canção Bohemian Rhapsody, até nisso decepcionou o filme, que poderia não somente dar mais destaque às complexas dificuldades e exigências de Mercury durante todo o processo de difíceis e caras gravações dessa obra-prima (o que, na tela, foi reduzida a uma sequência de cenas engraçadinhas) como também alinhavar melhor a trama das trajetórias do Queen e do próprio Freddie a essa louca composição. De qualquer forma, eu acabei me emocionando... E nem foi com os momentos construídos para de mim arrancarem emoção, como as estéreis sequências em que Mercury se descobre portador da AIDS ou do momento "abraço de reconciliação com o pai severo", mas, sim, com a própria canção-título, que marcou profundamente a minha juventude e, quando tocada no maior achado do filme, a reconstituição do show do LiveAid na sua íntegra (pouco mais de 20 minutos de apresentação original) feita nos instantes finais da projeção, ainda que somente um trecho seu (no total, Bohemian tem mais de 6 minutos), foi como ser tocado por algo totalmente novo como um primeiro encontro - ainda que tudo completamente de conhecimento deste humilde escriba que vos fala... É como disse antes: Queen e Mercury, química perfeita de paixão, entrega e talento, serão sempre eternos! E qualquer coisa que falar ao coração, com sua capacidade melódica em torno dos mais diversos estilos, aumenta que isso aí tem a cara dessa banda inglesa! E, posso assegurar, levará ao cinema e arrancará lágrima até de quem não for nem um pouco tomado pelo filme... O filme pode ser fraco, mas, com essa banda e esse clássico atemporal, até o mais empedernido dos críticos viaja por mil mundos (pelo preço que for...), tal como se estivesse descobrindo tudo pela primeira vez na juventude... |
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