É extraordinário como o ser humano costuma se reduzir desde tempos idos... Assim, uma mentira, uma sedução, um medo ou uma covardia qualquer acabam por deixar um homem na sombra do que um dia foi... Mas, como tudo renasce a cada dia, com novas vidas advindas das velhas, acaba-se por se ter algo novo e profícuo de uma redução: qualquer um pode renovar-se de uma perda, renascendo desse desvio como um novo alguém...
O mesmo pode se dar com nossa Língua: reduções, tão comuns em nossos processos de derivações de palavras, acabam por fazer crescer um vocábulo "menor"... Tome-se o caso de "extraordinário": o prefixo "extra", de origem latina, significando "posição exterior", "fora de", juntou-se como fervorosa argamassa a inúmeras Línguas no planeta e sempre formou palavras no sentido de algo a mais, fosse na literalidade de um "extravasar", fosse nas sempre misteriosas linhas de um mundo "extraconjugal", para se ficar só com dois exemplos - isto porque, melhor do que todos, sempre se encontrou aquele que estava por cima do comum e ordinário, o "extraordinário": este, como que acima do bem e do mal, pariu desde os roucos clamores dos jovens vendedores de jornais nas calçadas dos primeiros anos do século passado, ao evidenciar as últimas e mais sensacionais manchetes, até o definitivo, solto e solitário uso nas horas a mais trabalhadas por um pobre trabalhador, ávido por um dinheirinho a mais ao final do mês...
Isso mesmo: sem hífen e sem junção outra qualquer, "extra" virou palavra solta, cheia de significados e jamais outra vez reduzida! Porque extraordinário é algo incrível, porém grande demais para caber nas corridas bocas adjetivas, que tudo querem e tudo podem! Por isso flexionamos as horas extras e os extras de um bom DVD (eu, por exemplo, não compro um filme sem eles, especialmente se num disco em separado, exclusivo de bastidores extraordinários!) - afinal, a falta de flexão de composições e derivações pesadas e passadas travam a língua sassariqueira das portas das Colombos dos dias atuais!
E é por isso que, diante de tantos ganhos recentes, muito maiores e mais bonitos do que poderia merecer minha vã Filosofia, com tantas aulas de doces aprendizados por sobre a aspereza de um mundo difícil e sem esperanças (especialmente diante de campanhas fadadas a nada "extra"...), posso dizer que muito pouco de super-humano importa mais - porque os deuses estão mortos e assim falaria Zarathrusta, caso se pudesse anunciar nos caracteres extras de uma moderna e virtual rede social: nada mais de super-homens; extra mesmo é ser Batman!
22 comentários:
Meu caro Dilberto, fico mais e mais feliz com esta volta. Prefiro os Batmans aos super- homens... E esta imagem está simplesmente magnífica. Um grande beijo procê e pra família toda!
Olá Dilberto
Bom tê-lo de volta !
Post muito poético o seu .
abraços
Depois de tempos ausente deste espaço, posso ver um crescente número de fãs fiéis, os textos se multiplicando (6 anos...) e muita coisa mudando... Mas a tua escrita, que conheço desde tua adolescência, continua o primor de sempre, cada vez se reiventando, como você! As linhas e entrelinhas, que tu bem sabes insinuar o que queres, já fazem parte da tua marca! Voltando para este teu oceano virtual, para nunca mais deixar de comentar! Um beijo e um cheiro da tua esposa (e da tua superfilhinha!)!
Já não era sem tempo, Dilberto.
Adorei o texto.
Extra bom!
:D
Bjcas
Rossana
Dilberto,
Seja bem vindo de volta!
Big Beijos
Opa eu já disse bem vindo de volta né?!?
Adorei o final estilo tchau superhomen oii batman! rsrsrs
Beijos saltiantes
Bom restinho de semana
Voltou Dil!!! E como um super-papi,aposto.Como está ela,a morceguinha? E vc,dando conta de trocar fraldas ou desajeitado? Ah,amigo,que bom tê-lo de volta.Qto ao Hod,tem sim o link dele no meu espaço.Uma bela pessoa,dessas raras.É impressionante como aprendemos a amar as pessoas que nunca vimos,apenas por suas idéias e valores mostrados no que escrevem.Cada um se torna especial para nós e,mais amigo do que mtos que conhecemos ao vivo.Sentimos saudade,ciúme,confiança... Incrível isso!
Pode ter certeza que foi mto bom te ver de volta.Qto ao filme "Beleza Americana",adorei.Não o achei pretencioso pq não tenta ser enigmático,é tudo bem descarado.O tal pai moralista,durão,machão,militar militarista,que afundava o filho,não passava de um hipócrita que condenava nos outros o que ele era.Projeção pura.Enfim,morcegão,eu assisti aquele filme 2 vezes.É o tipo de crítica que cabe mto bem naquela sociedade que vive de aparência com suas máscaras moralistas.Aff...tô chata pra caramba!
bjsss mto grandes na super-morceguinha.Bem vindo de volta,amigo!
Olá, Dilberto, que bom que o tempo da hibernação findou, e cá estás mais uma vez com proposições e reflexões interessantes. E penso que podemos ir mais além, se é bom sermos Batman, melhor ainda é sermos quem somos, nós com nossas (i)limitações e humanidades.
Abraço, que seja boa a volta!
;)
oba, que bom que estás de volta!!!
Estupendo! "Extraordinário", é o teu texto, Dilberto. Ele nos evoca imagens mil, sugere outras tantas, e nos deixa encantados. Meu abraço.
Dilberto,
de volta pra dizer que respondi aos emails, não entendo o que se passa. Não estarão em sua caixa de spams?
* Cara estou no pc do meu filho, ligado a caixas de som potentes, você não tem noção do que é o som do seu blog aqui, parece que estou no cinema!
Um beijo>
Batman 100pre me pareceu muito mais interessante que Superhomem!
bom te saber de volta!!!
beijos voadores!
Caro primo Dilberto,
Parabéns pelo retorno. A Internet não é a mesma sem o Morcegos.
Outra coisa:
Eu agradeço muitíssimo pelo e-Mail que você me enviou com explicações de expressões, mas acontece que eu JÁ TINHA PRATICAMENTE TODAS QUE VOCÊ ME ENVIOU. Incluindo estas duas. Vários amigos me enviam explicações, que vão se juntar às minhas próprias pesquisas.
Já que você faz questão de créditos, pois registro aqui que foi graças ao seu e-Mail eu lembrei que fazia tempo que não postava nada nesta seção mais ou menos fixa do Antigas Ternuras. Pronto. Está feito o registro. Obrigado, primo!
Carpe Diem.
Interessante o texto, Dilberto.
Obrigada por seu gentil comentário.
Beijo.
Um talento extra com as palavras, como vc, Dilberto, tem "obrigação" de reparti-las conosco!! rs
Solte todos os morcegos da criação, faça vôos rasantes nos seus incríveis textos, que ficaremos todos à espreita... rs
Beijos ao super papai!!
Helô
Brincadeirinha... Só te provocando, Marco: claro que, se fosses ter de dar crédito, teus 'posts' ficariam maiores que as listas de créditos finais daquelas superproduções hollywoodianas!
Sim, Claudinha, recebi teu 'email'! Só que foi em cima da cobrança que já havia te enviado...
Abraços extras (e não "éstras", como querem "os paulista"...) para vocês dois!
olá, é uma viagem poder acompanhar seu blog... e agradeço a visita e convite...
as conchas com certeza não tem medo de morcego!!!(rsrs)
Abraço
Pri.
Que bom, Dilberto, você ter retornado. Voltamos ao prazer de ler os seus textos atraentes, a partir da escrita. E tal a amiga Claudinha, sou mais o Batman do que o Superman. Um abraço.
por fica isso mesmo sombras do que se foi e o que não sem pode mais ter
Ei! Passando pra te ler
e matar saudades.
Linda semana!
Bjins entre sonhos e delírios
Ah extra é massa..sou extra...vagante!
abs
Bons espaços sempre faz falta.
Bem vindo.
;)
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