Sutis diferenças... |
Fácil, fácil: bastava rabiscar um terno, um chapéu e uns óculos por sobre uma foto do Super-Homem e voilá! Cena de Superman II: Richard Donner's Cut |
Quando Superman - O Filme foi lançado, em 1978, talvez um dos seus maiores desafios nem tenha sido fazer crer que um homem pudesse voar com seus efeitos visuais (vencedores do Oscar, alguns convincentes até hoje), mas, sim, carrear para a tela, com verossimilhança, a difícil tarefa de convencer que, somente com um par de óculos, ninguém conseguiria descobrir que Clark Kent e Super-Homem fossem a mesma pessoa! No entanto, por incrível que pareça, o diretor Richard Donner e sua equipe supercriativa conseguiram: além do talento inigualável do saudoso Christopher Reeve, que pesava na cadência tímida para o repórter (ombros arqueados) e estufava o peito altivo como o super-herói (sem vergonha alguma de andar de sunga vermelha por cima da calça), havia um recurso estilístico sutil, porém capaz de fazer a diferença - para Clark, camada extra de pó na face, reforçando a palidez, e o cabelo bem engomadinho na cabeça (quando não de chapéu) e dividido para a esquerda; para Kal-El, tez bem corada e cabelo com topete e dividido para o lado oposto (sem esquecer o cachinho)!
Kar-El vê seu sangue escorrer pela primeira vez.. "- Você fez isso por mim? - Não, fiz por nós dois..." |
Realmente difícil no caso do Super, uma vez que, para esconder sua identidade secreta - e proteger as pessoas que ama, manter sua privacidade preservada numa "vida normal" etc. -, ele não usava máscara como a maioria dos heróis mais famosos. No entanto, com o passar do tempo, toda essa estrutura privada do Azulão foi ficando defasada, especialmente com o que se sucedeu após o casamento de Clark Kent com Lois Lane e todos os seus desdobramentos, tanto nas HQs (com a intimidade, ficou comum ver a famosa repórter voando agarradinha com o Super) quanto no Cinema, nos recentes Homem de Aço e Batman vs. Superman, filmes em que a Lois de Amy Adams, para chamar seu super-herói ainda sem nome (vivido agora por Henry Cavil), saía gritando "Clark" pelas pacatas ruazinhas de Smallville na frente de todo mundo! Sem contar que, tempos depois, ela passaria a viver maritalmente com o sujeito em Metropolis - e que supervilão não se aproveitaria de tão ricas informações?! Bons e puros tempos os de Superman II (foto), em que, para poder "consumar humanamente" o seu amor pela senhorita Lane, o Super teve que se expor aos raios vermelhos do Sol de Krypton e perder seus poderes, seguindo unicamente como o "fraco" Kent...
Máscara pequenina e precursora. |
As máscaras, na realidade, jamais foram um salvo-conduto para tornar alguém irreconhecível: vide as do Robin e do Lanterna Verde, para citar dois exemplos daquele formatinho clássico, amarrado por trás da cabeça (e, hoje, praticamente "colada" no rosto) e em que só a linha dos olhos é coberta, de um dos primeiros mascarados da História, o Lone Ranger, Cavaleiro Solitário (1933): como defender, nos Quadrinhos, que ninguém descobria que ali se encontravam Dick Grayson, o primeiro Menino Prodígio, e Hal Jordan, o primeiro Lanterna do Setor 2814?! Tudo bem que, nas revistinhas, eles deixavam os olhos cobertos por uma espécie de lente branca - e, nos filmes, havia o recurso de pintar em volta dos olhos do ator, tornando a pele uma continuação da máscara... Daí a forçar que ninguém mais próximo, como uma namorada ou um amigo, fosse reconhecer o sujeito ali fantasiado...
Mas se ter uma vida dupla traria sérios problemas para Hal Jordan (que enlouqueceria e se tornaria até um vilão!), o mesmo não se pode afirmar sobre outro colega seu de Lanterna: o bem resolvido John Stewart, que, com suas marras rebeldes, escancarou numa boa sua identidade, nos anos 80, ignorando adereços protetores! Isso, no entanto, era exceção: predominavam os clássicos heróis que se escondiam muito bem. Descontando, é claro, os excessos de alguns que nasceram naquela época, e que, de tão bizarros e sem vida social porquanto sempre escondidos, jamais precisariam de máscaras - mesmo assim as usavam! Ou alguém aí convive com alguma tartaruga humanoide de um metro e oitenta e vive na dúvida se ela poderia ser uma Tartaruga Ninja na sua "identidade secreta"?!
Cowabunga: Raphael fica mesmo irreconhecível com essa máscara... |
Wolverine em dois momentos: com e sem máscara! No Cinema, Hugh Jackman jamais usou o adereço. |
Tudo bem que gentes como Bruce Wayne, Oliver Queen ou Barry Allen (todos da DC) precisam manter suas ocupações sociais, seus trabalhos e seus interesses amorosos protegidos de exposições dessa natureza no mesmo estilo antigo, mas a maioria do pessoal da Marvel há tempos se atualizou, particularmente depois da fase Ultimate, e assumiu publicamente suas identidades: assim, o Capitão América é chamado abertamente de Steve Rogers em qualquer missão e na frente de qualquer soldado, especialmente depois das rebeldias de Guerra Civil (e, no Cinema, praticamente vivendo na S.H.I.E.L.D., no máximo precisaria usar aquele formato de máscara-capacete, em combate); o Homem de Ferro há muito já se revelou à Imprensa como sendo Tony Stark; o Rei de Wakanda, há muitas gerações, é sabido e notório ser também o Pantera Negra (que deve usar máscara só por estilo ou como "proteção tecnológica contra balas); e nenhum dos X-Men, grupo do qual o velho Carcaju já fez parte tantas vezes, apresenta maiores necessidades de subterfúgios no rosto, dado que são chamados pelos próprios nomes e tantas vezes já lutaram de cara limpa.
A Capitã em ação! |
Momento Coxinha: o Aranha se revela pra ficar do lado dos heróis legalizados (e assalariados) pelo Governo |
"Cena deletada" de Batman vs Superman? Claro que não - somente uma hilária paródia sobre o furado universo das identidades secretas bolada pelo comediante Jimmy Kimmel,
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