Leio quadrinhos antes de dormir
Na luta destemida de tentar fugir
Dos vilões absurdos e incontestáveis
Das horas irresolutas e intermináveis
Do dia que ainda nem começou...
(Dilberto Lima Rosa, 2006)
Quadrinho é arte? Eu considero que seja, sim (a "Nona Arte", como querem alguns). Talvez até uma "subarte", derivada diretamente da Pintura (ou ainda do desenho, derivado desta) ou da Fotografia, mas algo artístico, sem sombra de dúvida! E nem me venha com aquelas tolas premissas de não ser arte em virtude da "vendagem" ou do "tipo de mercado, voltado para crianças", fáceis de derrubar: só considerar que um livro ou um filme também são postos no mercado e vendidos, bem como o número grande de "quadrinhos adultos" ou ainda o grande número de adultos consumidores de Quadrinhos "infantis" ou "infanto-juvenis" - e o maior ou menor grau de qualidade artística envolvida dentro do entretenimento variará conforme o gosto... Ou o dinheiro envolvido!
Will Eisner, gênio falecido há pouco mais de um ano, em produção ativa até quase o fim da vida, foi um bom exemplo disso: presenteou-nos com um herói mascarado, The Spirit, e escreveu (sim, Quadrinhos também podem apresentar fortes doses literárias além das imagens!) e desenhou inúmeras obras-primas, como "No Coração da Tempestade"! E, quanto ao humor de certas tiras, o que dizer de mestres como o argentino Quino, o brasileiro Angeli e o norte-americano Charles Schultz (ou, melhor apresentando, Mafalda, Os Escrotinhos e Snoopy, só para citar alguns exemplos), que desbravaram o comportamento de gerações e ainda hoje são referências para inúmeros estudos? Com certeza, longe de "bobagem para crianças"...
Tudo isso para chegar ao Dia do Quadrinho Nacional (30/01), data que passei a conhecer ontem, graças a um 'email' que recebi: primeiramente, entendi ser uma data nacional para as HQs; só depois é que percebi a vinculação à prata da casa, um dia estabelecido em razão de que, em 30 de janeiro de 1869, tenha sido publicada a primeira História em Quadrinhos em seqüência e com um personagem fixo, no Brasil – As Aventuras de Nhô Quim e Zé Caipora (nove capítulos, pelo traço de Ângelo Agostini).
Então um viva aos quadrinhistas nacionais, esses bravos que lutam com criatividade num mercado altamente competitivo com material de fora: comecei com a turma da Mônica, do Maurício, aos 5 anos; depois conheci a galera da Chiclete com Banana, aos 13; fiquei fã, na juventude, da Graúna do gênio Henfil e dos Piratas do Tietê, do mestre Laerte (bem antes de sua atual e provocadora fase 'crossdresser'); e até hoje curto cartunistas geniais como os Carusos! Embora, no momento, não esteja lendo nenhum brazuca (acabei de ler Deu 'tilt' no Progresso Científico, com o genial moleque Calvin e seu tigre Haroldo, do Bill Waterson, a fraquinha Clic, de Milo Manara, e Palestina Uma Nação Ocupada, de Joe Sacco; agora lendo American Splendor - Bob e Harv Dois Anti-Heróis Americanos, de Harvey Pekar e Robert Crumb), vida longa (e próspera) à HQ nacional – eu mesmo um quadrinhista amador, desenhista "aposentado", já tendo mostrado aqui, em 2007, uma mini-série de 5 episódios, 'O-Soto Gari' Madureira.
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