quarta-feira, 31 de julho de 2019

MINHA DISCOTECA - Parte III

COLEÇÃO PARTICULAR DE CDs:
TRILHAS SONORAS DE CINEMA

12. Vídeos: Temas Inesquecíveis (Guia Prático Nova Cultural)
13. Os Maiores Sucessos Musicais do Cinema (Isto é/Times)*; 
14. Bernard Herrmann no Cinema;
15. The Essential Miklós Rózsa BEN-HUR (2 CDs).


*Com algumas faixas prejudicadas por fungos.

Normalmente só enumerando alguns dos meus discos nas últimas duas postagens até chegar a um de maior destaque, sobre o qual teço maiores comentários, nesta terceira parte da minha discoteca os Morcegos resolveram fazer diferente e destacar todos os elencados da ocasião, em razão de esses 4 CDs reunirem ótimas coletâneas: as duas primeiras, com faixas instrumentais e canções populares de vários compositores para diferentes obras cinematográficas; e as duas últimas com temas sinfônicos de um mesmo compositor para filmes diversos. E, chegando até o décimo quinto exemplar de minha humilde coleção de discos, ainda na seção "Trilhas Sonoras de Cinema", subgênero que encerrará na "Parte IV" (em agosto)seguiremos posteriormente com os clássicos eruditos de Bach, Vivaldi, Beethoven e Mozart; depois, com o meu extenso rol de MPB; e, por fim, o bom e velho Rock/Blues e Jazz.

Nosso primeiro "lote" de coletâneas traz dois discos brindes de revistas da época (que, curiosamente, não comprei, mas "herdei" de conhecidos): Temas Inesquecíveis (Guias Práticos Nova Cultural - Vídeoreúne, à exceção de poucas composições clássicas feitas diretamente para alguns filmes (como The Entertainner, de Golpe de Mestre, e o tema de Blade Runner), uma deliciosa seleção de canções populares norte-americanas utilizadas em títulos famosos, como Great Balls of FireSea of Love e Goldfinger para seus homônimos cinematográficos (aqui no Brasil, rebatizados de A Fera do RockVítimas de Uma Paixão 007 contra Goldfinger); já Os Maiores Sucessos Musicais do Cinema (IstoÉ/ The Times) segue na esteira de famosas Músicas Clássicas instrumentais originalmente compostos para grandezas como A Estrada da Vida (Fellini, 1954; compositor: Nino Rota) e Lawrence da Arábia (David Lean, 1962; compositor: Maurice Jarre) - este último, usado como BG nos bons tempos do meu Estação Cinema, primeiro programa de rádio local justamente sobre grandes trilhas sonoras.

Em Bernard Herrmann no Cinema, o também falecido maestro e compositor de grandes trilhas, Elmer Bernstein (Sete Homens e Um DestinoCaça-Fantasmas) conduz a preciosista Royal Philarmonic Orchestra sobre pérolas do compositor favorito de Alfred Hitchcock e mostra um sempre genial Hermann em clássicos do Suspense, como nos incríveis temas de Um corpo que caiPsicose e Taxi Driver - sem esquecer, também com grande levada de suspense, a trilha de Cidadão Kane, uma das obras-primas supremas da Sétima Arte, escrita, produzida e dirigida por Orson Welles (Oscar de Melhor Roteiro Original em 1942) e um dos meus filmes favoritos. Por fim, em The Essential Miklós Rózsa BEN-HUR, apesar da presença, em seus dois discos, do essencial para se conhecer o trabalho do húngaro Rózsa da velha "escola épica" na nababesca Hollywood dos anos 40 aos 60, como as faixas dos épicos El Cid, Rei dos Reis e Quo Vadis, predominam, como o próprio título anuncia, as belíssimas composições de Ben-Hur (William Wyler, 1959), legítima aula de Cinema de Aventura estrelado pelo falecido Charlton Heston e ganhador de merecidos 11 Oscars.

E é com essa memorável trilha de Ben-Hur (tema de abertura logo abaixo) - que, certa noite, ouvi no caminho pra casa, já tarde da noite, apressando-me os passos loucamente a fim de não perder muito dos seus mais de 180 minutos numa de suas antigas exibições em horário nobre na TV aberta -, clássico eterno que completa 60 anos neste 2019, que os Morcegos encerram esta postagem sobre mais um pedaço dessas coleções amontoadas, ora sendo limpas e reorganizadas, que, especialmente no caso da discoteca (assim como da minha esquecida filmoteca), aos poucos, revelam-se como sendo um pouco da minha própria identidade...


sexta-feira, 26 de julho de 2019

Paredes

Emparedado

Eu fico a me perguntar
Se esses aqueles olhos grandes e transparentes
Por trás de minhas paredes
Algum dia poderiam 
De mim esconder algo
Em meio ao caos...

De repente, abro meu peito
E a imensa espessura
Dessa espera sem resposta
Vai amurando
me empurrando
Parede afora...
É quando percebo
O mato crescendo em volta
E a lua de sangue
Posta no alto
Por sobre a agonia
Enraizada.

Já havia somente uma ponta negra
Eclipsando
Quando ela, também parede,
Que nos divide
E separa longe,
Parecia também chorar
E querer luz
- Só então eu vejo as noites
Trocando os dias,
Tudo igual
Em meio ao caos...

Até a santa hora
De aqueles olhos grandes
Porem tudo pra fora,
Irromperem por entre os tijolos,
Iluminarem cá dentro esta sala
E nos moverem para longe daqui...

(Dilberto L. Rosa)
Novas Paredes

Até o crepúsculo de uma zona morta qualquer,
Que se ergam novas paredes
Para as novas penas
Pelos novos crimes
Que se repetirão
Por entre meus dedos calejados de histórias banais...
Sem redenção mesmo nem da doce voz
Da musa que me serviu da forma mais completa
Prenhe e plena de regozijo pelo que sou
Por baixo dos entulhos sujos
De um estado perpétuo suspenso no ar...
Sigo assim em meu castigo perene,
Seco e contínuo
Até a doce morte de seu retorno,
Em que talvez me apresente seu novo poeta
Ao fim da fila de autógrafos
Do livro com estes versos
Que jamais lançarei
De minha clausura eterna
Com que já me acostumei...

(Dilberto L. Rosa)

quarta-feira, 10 de julho de 2019

João

Como ele começou e como o conheci: se eu só ouviria Chega de Saudade já em minha juventude, foi na adolescência que tomei contato com João por meio da obra-prima João Gilberto interpreta Tom Jobim, LP de um vizinho que acabou passando para a minha coleção e hoje, infelizmente, "mora só no pensamento"...

Um dos primeiros CDs que ganhei...
Eu o conheci pela "ordem correta": como já havia me encantado com o canto operístico de Orlando Silva, Jamelão e Nelson Gonçalves por sobre rasgados sambas de dor-de-cotovelo, estranhei (mas um estranhamento bom e maravilhado) quando ouvi a fala baixa e introspectiva da lenda João Gilberto (e suas excentricidades) em delicados e felizes sambas envolventes... Certo, nem todos eram felizes - algumas daquelas canções ainda traziam um "jeito Dolores Duran" por trás de tudo, mas, mesmo na melancolia de algumas músicas mais sofridas (Triste; Insensatez; Amor em Paz), havia uma elegância distinta, um espírito novo a tudo envolvendo...

Este, sim:
um mito de verdade!
Aquele sujeito nada desafinado entoava o novo estilo à perfeição, casado àquelas batidas ao violão que me faziam viajar para um Brasil perfeito - era 1959 e Chega de Saudade anunciava um novo tempo progressista de Kubitscheck às margens de um Rio que se deixava Capital e se começava paraíso para um Romantismo concreto, unindo o morro aos apartamentos da Classe Média, de portas abertas para o Mundo. Sei que já havia algo antes em Johnny Alf e Dick Farney, porém, decididamente, foi João, de braços dados a Tom e Vinícius, que inaugurou o ritmo por causa do seu violão limpo e da sua voz marcantemente diferente de tudo já sentido até então.

Eis aí uma bela reunião de família...
Hoje, infelizmente, com sua partida no último dia 06 desse País mentiroso de pais e filhos, João sofreu, e muito (também em família), no final da vida e depois dela - por exemplo, com a "homenagem póstuma" recebida do que se diz governante da Nação: "Era conhecido. Nossos sentimentos à família (taoquei)" (enquanto o Mundo ainda o reverencia e, para comparsa calhorda dos seus, morto pouco tempo antes, o "Mito" da ignorância teceu loas como fosse "artista consagrado")! Deve ser porque João era nordestino e vinha de "família inimiga" do clã bolsonarista, os Buarque de Hollanda, casado que foi com Miúcha e, por conseguinte, cunhado de Chico... Por isso mesmo é que Lula, nosso renovado JK, mesmo isolado por golpistas conspirações e "tenebrosas transações", homenageou devidamente o ícone Nacional (cada época tem o líder que merece)!

Imagem relacionada
Wave: o Tom
imortalizado por João
Se João não era o maior - em Terra de Pixinguinha, Noel, Chico e Villa Lobos, a concorrência é grande! - podia-se considerar, assim como Tom e Vinícius, um Deus capaz de milagres, como dividir águas entre antes e depois dele, na sua perfeccionista delicadeza cosmopolita com cara de Jazz e levada de Samba. E, se não necessariamente criou a Bossa Nova, foi seu arrematador, com seus gigantes sussurros no ouvido da amada - e, por tal razão, acabou como um "terceiro membro" que ora se junta à sua Santa Trindade bossanovista (várias vezes homenageado neste humilde espaço virtual)... À sua melancolia latente, ao seu charme reservado e à sua genialidade musical à perfeição, o meu obrigado como fã incondicional, cuja saudade só não será maior porquanto cantada, há exatos 60 anos, com um sonoro e devido "chega"...
Um dos melhores intérpretes encontra dois dos maiores compositores - e Arnaldo Antunes reverencia a interpretação do falecido baiano com bela canção inédita, "João"...

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Post n.º 535

Nem fui só eu que redescobri, em meio às minhas arrumações no Escritório, esta graciosa miniatura:
meu querido filho já o tornou um dos seus brinquedos favoritos...
O sono da razão produz monstros
Francisco de Goya
E assim chegamos à metade do ano de 2019 com um feito inédito na História do blogue: com esta, igualamo-nos ao número de 29 postagens do ano passado, 2018, bem como de 2005, ano em que fizemos a transição do extinto Weblogger para o Blogger, já no final de outubro. Com isso, superamos os parcos anos de 2017 (ano difícil... míseras 12 publicações), 2016 (16) e 2005 (23 posts), - e assim, em se mantendo a média de produtividade atual, facilmente poderemos superar, até dezembro próximo, todos os anos anteriores (com exceção, é claro, do bombástico 2006, com inacreditáveis e insuperáveis 79 postagens)!

Mas para que escrever tanto? Para quem? E por que elucubrar sobre tanto... sem levar nada por isso? Se essas e tantas outras perguntas permanecem sem respostas, os Morcegos e eu seguimos a elaborar a nossa casada tabelinha pelas Artes em Geral meio alheios ao derredor, a fim de exorcizar os demônios internos, bem como os que se apossaram do Sistema e do Poder nacionais (sim, porque, de vez em quando, voltou a ser mais do que necessário tratar de Política antes que nos devorem - Goya, ao lado, que o diga...)!

Lustre do Salão Amarelo
Obviamente que, se sobrar um tempinho e alguma disposição, voltaremos às postagens de fotografias pessoais - como essa ao lado, de quando passei pelo Palácio dos Leões, sede do Governo estadual, e acabei me juntando a um grupo de turistas que faziam um tour guiado pelos seus salões. Bela forma de colecionar itens que extrapolam a memória pela beleza do momento...

Como este post, que, tal como a hilária Seinfeld, até pode parecer ser "sobre o nada", porém, no fundo, trata-se de uma auto-homenagem em agradecimento a este humilde espaço virtual e a tudo o que ele representa - juntamente a todas as coleções deste pobre escriba, por entre novas e velhas aquisições, com tudo espalhado do chão ao teto numa bagunça sem fim em que este se meteu nos últimos 42 anos...
Entre abandonados livros de Direito e alguns exemplares queridos (e sempre revistos),
como A Arte de Escrever, de Schoppenhauer, e Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels,
dois ícones do Capitalismo automobilístico:
adoradas miniaturas de um Corvette vermelho e branco e um Camaro vermelho-vinho.
 

+ voam pra cá

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