Eu inverno o teu verão
Tu, enchente em meu sertão
E assim nossas estações
Se complementam
De um jeito estranho:
De um jeito estranho:
Permeiam, vazam,
Aram e arrasam,
Devastam e alimentam
Até não se poder mais...
Nisso, tu choras e tu juras;
Eu grito, explodo e desabafo;
E, didaticamente, seguimos
A buscar lógica nas
intempéries
De tamanho desgarrado
(Erosões de peito aberto
Tantos os nossos ais...):
De tamanho desgarrado
(Erosões de peito aberto
Tantos os nossos ais...):
Que o nosso mundo está
virado
E o teu mais frio degredo
Queima a minha alma
No maior ardor das estatísticas
Que se pôde registrar.
Ai, esse nosso tempo louco...
Essa nossa avalanche de adeus,
Esse clima horrível
Que não cabe na escala:
Suspensão intercalada
Esse clima horrível
Que não cabe na escala:
Suspensão intercalada
De nossas bocas
E nossos corpos cansados,
Só poros a exigir
Nossa próxima chuva torrencial,
Nossa próxima chuva torrencial,
Nosso mais breve
pôr-do-sol...
(Dilberto L. Rosa, 2009)
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