domingo, 2 de abril de 2006

Abril de Recordações...

Abril: mês de aniversário nos Morcegos! Isso mesmo, meus queridos blogueiros de plantão, parece que foi ontem, mas já há quase dois anos completos (26/04/04) invado esta terra de ninguém, onde conheci algumas pessoas realmente encantadoras e inteligentes e as chamei de "parentes" graças à amizade virtual; recebi visitas de outras tantas que, hora ou outra, dão as caras e trocam ótimas experiências em comentários sempre bem-vindos; e, também graças a este dileto espaço, ganhei e perdi, escrevi muito, inspirei-me a reorganizar minha obra e a voltar aos projetos dos meus livros... Tantas as emoções, que as dividirei com todos vocês ao longo deste mês, repleto de novidades que, aos poucos, serão reveladas! Até lá, não deixem de conferir no espaço ao lado o novo Comentário do Mês (não teve jeito: deu Sérgio Ronnie na cabeça de novo, com sua acidez política!), desfrutem da nova música (a obra-prima de Ernesto Nazareth, Odeon, arranjado e executado pelo mestre Altamiro Carrilho, na flauta) e a seção Retrospectiva, que, todo domingo, recordará um post que, por uma razão ou outra, marcou a história dos Morcegos. Hoje lembro a morte do Papa João Paulo II, que se foi há exato um ano...

RETROSPECTIVA
ATUALIDADES

Mesmo nunca tendo gostado muito dos Engenheiros do Havaí, na canção O Papa é Pop, Humberto Gessinger, inteligentemente, definiu um conceito de antropofagia cultural ao lembrar a figura de Vossa Santidade: "O Papa é pop/ O Papa é pop /O pop não poupa ninguém/ O papa levou um tiro a queima roupa/ O pop não poupa ninguém...". Porém, mais do que um ícone midiático com seus beijos no chão, um homem simples de origens humildes (e não italianas) e de sua mentalidade conciliadora (capaz de visitar quase o mundo inteiro em peregrinações pela paz, apesar da visita ao Pinochet...), Karol Josef Wojtyla, ou João Paulo II, foi, sem dúvida, um dos homens mais importantes do século XX  (sem contar os anos vividos no século XXI) – apesar de alguns pesares...

Atuante nas lutas contra as desigualdades e as intolerâncias, não só sociais como também políticas e religiosas, o Papa, falecido no último sábado, dia 2, conseguiu ser realmente grande, tamanha a dimensão e o respeito de sua figura, mesmo diante de não católicos. Porém, conservador ao extremo (Opus Dei?!) em muitos aspectos sociais e centralizador, colecionou críticas ao longo do seu papado. De qualquer forma, na minha doce ignorância da adolescência, eu quase cheguei perto dessa figura histórica: a rígida coordenadora da minha 8ª série, uma ex-freira rigorosa e cheia de julgamentos contra incautos alunos (de que eu mesmo fui vítima!) por causa de nada, também coordenou um grupo de alunos da minha escola para participar de alguns pontos da organização quando da passagem de João Paulo II e me recrutou para a missão – o que, obviamente, declinei de pronto em minha santa rebeldia!

Nunca fui dado a religiosidades! Mas confesso que, mesmo não sendo católico (meu religare, apesar dos tradicionais Batismo e Primeira Comunhão, não tem "filiação religiosa-partidária"), emocionei-me quando, ao chegar à casa de minha noiva, esta me anunciara que "o Papinha morreu"... Acho que assim muitos o sentiam, carinhosamente, especialmente diante de sua saúde frágil e de seu corpo idoso e debilitado das últimas aparições... Mas a minha emoção possuía um viés mais pessoal e remontava ao meu avô, morto no ano passado com quase a mesma idade que o Papa e igualmente depois de penosas e seguidas internações em hospitais  os dois, fisicamente, até guardavam traços físicos bem parecidos: o padre polonês lembrava mesmo o meu avô, de apelido Alemão quando jovem...

Infelizmente, meu avô não pôde despedir-se de mim; o Papa, pelo menos, pôde comunicar-se, ainda que em silêncio de agonia, por uma última vez com seu amado povo de irmãos, católicos ou não, tal como se deu no último dia 27 de março, na Praça São Pedro: sem poder articular uma palavra sequer, João Paulo, depois de completar sua missão até o fim de seus dias, despediu-se com um aceno, em meio às fortes dores, seguido do lento fechar das cortinas do terraço da Basílica de São Pedro... Então, a bênção, João de Deus!

(Dilberto Lima Rosa, www.dilbertolrosa.weblogger.weblogger.com.br - 'post' do dia 02/04/2005, revisitado)
 

+ voam pra cá

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!

Quem linkou

Twingly Blog Search http://osmorcegos.blogspot.com/ Search results for “http://osmorcegos.blogspot.com/”
eXTReMe Tracker
Clicky Web Analytics

VISITE TAMBÉM:

Os Diários do Papai

Em forma de pequenas crônicas, as dores e as delícias de ser um pai de um supertrio de crianças poderosas...

luzdeluma st Code is Copyright © 2009 FreshBrown is Designed by Simran