Ainda que ele, ao final, decretasse que todos se esquecessem do que havia escrito, FHC foi um bom sociólogo e acabou como um presidente-ponte entre os Governos de Direita anteriores e a Centro-Esquerda do goleador Lula, o maior de todos, este, sim, um estadista, orador nato e doutor honoris causae pelo mundo (apesar de jamais ter-se formado no universo acadêmico por aqui)... Depois, ainda que por entre emboladas para o bem e para o mal, houve gentes: veio o pusilânime catedrático de Direito Constitucional e das orações longas e cheias de dedos, Temer, a "solução mais fácil" (o "acordo nacional"... "Com o STF, com tudo"...), que, cansado de ser "decorativo", puxou de forma biltre o tapete da Presidenta honesta Dilma - que, mesmo com falhas, avançara no cenário das políticas público-sociais e da mulher, coisas eclipsadas pelo vampiro jurista ("Tempos estranhos...")... Mas agora... Agora temos o quê?! Absolutamente nada - eis o fim do pior carnaval, com o acéfalo carnavalesco virtual: o pervertido enrustido, criador do "Kit Gay", da "mamadeira de piroca" e de dezenas de outras absurdas fake news difamatórias pelo WhatsApp, ganhou o Planalto no gogó, tal qual um ardiloso puxador de samba, e finge que governa com seus embustes de cortinas de fumaça (ou seria maisena?!) e suas nigrinhagens tuiteiras, agora deliberadamente espalha putaria pra esconder suas falcatruas, sem a menor noção do cargo que ocupa com a filharada igualmente imbecilizada, brigando com o carnaval porque nunca soube brincar... Impeachment e chuveirinho dourado nesse cara de pau!
Só recorrendo às inteligentes reações de boas gentes progressistas, pensantes e ainda atuantes (enquanto as Forças Armadas quiserem...) de Gregório Duvivier e Flávio Dino (este, em especial, além de premiar policiais que tiram armas das ruas, mostra o que é governar realmente ao trazer o carnaval como algo bem maior do que simples "putaria", com a bela iniciativa maranhense de um bloco com acesso para cadeirantes)! Valha-me, Deus: tudo perdeu o sentido... Só recorrendo ao colo da Poesia para abraçar o que ficou do carnaval nessa dolorosa quaresma que se inicia...
Contingente e Necessário
Porque o amor é contingente e é necessário
Sempre amei o colo de uma mulher
A me consolar.
O cheiro, as roupas, o jeito de mãe sábia
Que sabe de minhas necessidades mais caras...
Assim te vejo agora
A falar palavras tão macias com tua voz precisa
E necessária
A me acariciar o homem já quase sem paixão
Ou fé...
Assim te perco
Pouco antes de partir
De volta no tempo
Para o mesmo de anos antes
Deste carnaval
- Já está tarde, precisamos ir...
Não permita, Deus, que eu morra
Sem a encontrar
Pra me dizer ainda de tudo o que eu preciso ouvir
Com sua voz necessária
Com sua contingência de mulher
(De preferência, depois que ela me contar suas estórias
E me puser para dormir...)
(Dilberto L. Rosa)
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