quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Super-personagens sem Fim...

E seguindo a trilha das "Artes em geral" citada no subtítulo deste blogue, nada mais gostoso do que falar de Quadrinhos, por muitos considerada a "Nona Arte" - embora, por tantos outros, ainda seja nominada apenas de "sub-arte"... E nada ainda mais prazeroso do que voltar a este universo um tanto quanto esquecido por mim nos últimos tempos: depois de um longo inverno sem nada comprar, praticamente surtei nas últimas semanas com a aquisição de tantos títulos novos, seja por causa de vários lançamentos interessantes, seja porque, por conta de tais lançamentos, criou-se uma "sede" por mais e mais revistas e congêneres ofertados pelas viciosas bancas espalhadas pela minha provinciana (e atrasada em qualquer Arte) Cidade! Então tome uma compra por cima da outra de edições que ora passo a comentar...
DC Comics segue em mais uma renovação caça-níqueis do seu panteão, zerando pela enésima vez sua cronologia depois de mais uma "Crise" de-não-sei-o-quê! E se eu já me havia sentido lesado quando do lançamento dos tais Novos 52, tendo comprado a "número 1" de Superman, Batman, Flash e Lanterna Verde simplesmente para constatar que todos agora aparentam ser bem jovens (tendência advinda com as séries televisivas bobinhas Smallville e Arrow) e que continuam as desnecessárias e inoportunas "atualizações" moderninhas de praxe, agora fiquei mais ainda ao ver que a editora resolveu, depois de vários números lançados de cada personagem, fazer o "número 0" (?!), apresentando o que eu esperava quando comprara, lá atrás, a edição 1 do 'reboot' dos meus heróis favoritos: os primeiros dias de cada um como combatente do crime, inclusive mostrando como alguns deles conseguiram seus poderes! "Número Zero"... Haja paciência!

Pelo menos essas edições de Superman e Batman salvaram a Pátria, com direito a pôster da capa (que enquadrei, com a bela arte do novo visual do Super-Homem em seus primeiros dias em Metrópolis): apreciei as belas historietas, oriundas de diferentes revistinhas estadunidenses (como Batman e Shadows of The Bat), que, apesar de independentes entre si, e algumas mesmo com aquele eterno "continua..." ao final, funcionam como bons arcos de recomeço para os dois medalhões da casa, os "Melhores do Mundo" - que, não por acaso, estarão juntos em Superman X Batman, em 2015. 

Comprei ainda os clássicos Asilo Arkham (numa edição especial em Inglês, com "extras", por causa da promoção do 'site'), com Batman invadindo o famoso reduto de loucos vilões, bem como a sua própria mente ensandecida, Superman: O Que Aconteceu ao Homem de Aço, coletânea de algumas memoráveis histórias de Alan Moore nos anos 80 - mas que, como ainda não tive o tempo para o prazer de lê-las com calma, só terão suas avaliações e análises publicadas numa outra ocasião. Isso sem mencionar as decepções com Shazam Número Zero (antigo Capitão Marvel, agora com um Billy Batson 'bad boy' e um mago com cara de aborígene australiano) e Homem de Ferro III Prelúdio (tão desnecessário como os dois últimos filmes), que me fizeram empacotá-las de volta para, em seguida, devolver ao jornaleiro, alegando um terrível engano... Assim, por ora, passo a falar da aniversariante do ano e da 'graphic novel' de seus amiguinhos atualmente nas bancas, evolução de uma famosa série de Quadrinhos nacionais que marcou a infância de muitos dos meus queridos blogueiros de plantão: Mônica e sua turma.

Mônica 50 anos

Vislumbram-se o sucesso e a longevidade de um personagem de acordo com o potencial de empatia que este consegue obter de seu público logo de início - e, partindo-se de uma gorducha, dentuça e invocada que, de coadjuvante quase sem falas, transformou-se na principal protagonista de uma rica história de 50 anos, não havia como duvidar do que aquela menininha seria capaz... Mônica, neste ano de 2013 (considerando-se março como "marco zero" da sua aparição), celebrou seu jubileu de ouro à frente de uma legítima mina de empreendedorismo de seu criador - e pai na vida real, Maurício de Sousa, em cuja filha inspirou-se para criar a famosa garotinha de vestidinho curto vermelho e que vivia arrastando um coelhinho de pelúcia pelo chão: até hoje, são milhões de revistinhas, desenhos animados, brinquedos e muitos outros produtos licenciados no Brasil e em inúmeros outros países.

Mesmo um amante do Zé Carioca e de outros tipos da Disney (como Peninha, Biquinho e Pato Donald), de cujas revistinhas extraí minhas primeiras leituras na tenra infância de meus 5 anos, foi mesmo com a Turma da Mônica que obtive meu "aperfeiçoamento" na arte de ler Quadrinhos: até hoje guardo centenas de seus gibis desde os tempos da Abril, passando pela Editora Globo, até algumas edições colecionáveis, mais recentemente, nos tempos da Panini, com as peripécias de Cebolinha (originalmente, o protagonista da turma, após as primeiras tiras com o Bidu e seu dono, o Franjinha), Cascão (meu favorito), Magali, Anjinho, Jeremias, Xaveco, Zé Luís (originalmente, irmão da Mônica), Titi e a baixinha mais famosa do País... Tudo bem, hoje em dia, com o tanto infindável de personagens que o Maurício jogou em historinhas há muito tempo insossas e sem metade da criatividade de outrora, nem daria para elencar todos aqui (só os inspirados em seus inúmeros filhos de tantos casamentos, juntamente a jogadores da moda, somam algumas dezenas...)! Mas não há como falar de Quadrinhos e licenciamentos para várias mídias sem falar no universo criado pelo cartunista tupiniquim com o maior faro para negócios de todos os tempos...

E este senhor de 77 anos, que nem pensa em parar, agora deu para expandir ainda mais este universo dos seus personagens: para além do sucesso feito com a versão 'teen' da sua turma mais famosa em forma de mangá (recentemente, Cebolinha e Mônica se casaram!), a Maurício de Sousa Produções lançou o selo Graphic MSP, com artistas convidados para uma linha paralela de 'graphic novels' (ou, em bom Português, "romances gráficos"), espécies de livros, onde uma história em Quadrinhos, bem maior do que o convencional e fechada com começo, meio e fim é desenvolvida, normalmente com temáticas mais adultas. Assim foi lançada, no final do ano passado, a primeira deste selo, Astronauta - Magnetar (roteiro e arte de Danilo Beyruth; cores por Cris Peter), que, na época, deixei de comprar por sempre ter sido conservador e não gostar lá de muitas mudanças e "atualizações" nos meus personagens favoritos: História de ficção científica com o Astronauta? Não é o Astronauta divertido que eu conheço das HQs, mas só uma história de FC usando o personagem... Acontece que a história foi um fenômeno de vendas e de boas críticas, abrindo o "precedente" para - e praticamente me obrigando a comprar - o segundo número dessa linha bem sucedida...

Laços, de autoria da dupla de irmãos Vitor e Lu Cafaggi, autores mineiros por trás das tiras de Valente, no Globo, e que já haviam participado do empreendimento MSP 50, com sua visão poeticamente peculiar sobre Chico Bento e Rosinha, agora atacam com um traço mais "realista" (mais parecidos com garotinhos de verdade) e uma historinha cheia de referências aos anos 80 e seus clássicos de "aventura com crescimento pessoal", como Conta Comigo, bem como a inúmeros outros personagens dos Quadrinhos do Maurício (sem esquecer o próprio autor, homenageado numa bela passagem da trama)  e jogam a turminha (capitaneada pelo Cebolinha, tal como nas origens da década de 60) numa busca pelo cachorro Floquinho.

Laços 01
Comprei a versão em capa cartonada e gostei do resultado e, apesar de ter-me deliciado com o livro dos dois jovens artistas, especialmente com as pinceladas saudosistas do começo/fim em forma de álbum de fotografias antigas e com as divertidas citações diretas e indiretas a clássicos tipos e histórias (não só da turma, como também da galerinha do Bolinha e do Peter Pan), não vi toda esta obra-prima que alardearam por aí: a história, embora bem amarrada, é extremamente previsível e até o belo traço, por vezes, chega a cansar, seja pela insistência no "mimoso", sem maiores aberturas, seja por alguns detalhes muito "estilizados"  (um incômodo as pernas de Mônica e Magali em certas passagens, parecendo aleijadas cambotas, por exemplo). Mas devo reconhecer que este "universo paralelo" dos personagens do Maurício veio mesmo pra ficar e é obrigatório para qualquer fã que, assim como eu, mesmo com o(s) pé(s) atrás diante de cansativos 'reboots' e reinterpretações de clássicos que adoramos há tanto tempo, sempre podemos vestir nossa capa de fantasia, parar o tempo com gostosas reminiscências inventadas para nossos amados amigos renovados das páginas dos gibis antigos e gritas, com entusiasmo, "Guerreiros"...!

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1 comentários:

O Árabe on 12 de agosto de 2013 às 14:28 disse...

Belo post, amigo! Principalmente para quem, como nós, é viciado em HQ! Meu abraço, boa semana.

 

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