Para Moraes Moreira, que se foi alegre e cantou brasilidades boas de ouvir - aqui, à João Gilberto, ele canta e toca a gostosa bossa do amor simples, bonito e quase pueril, música que ele mesmo compôs sobre o que havia escrito seu parceiro Luiz Galvão (todos muito novos e baianos)...
Para acompanhar esses poemas, para ouvir lendo esses versos - sem chorar...
Trilogia do Amor Genuíno
Como é que a gente diz
Sem carregar na tinta
Quando a gente ama
Que a gente pinta
Cada lágrima feliz
Sem o exagero da saudade,
Sem o drama da agonia?
Como é que a gente ama
Sem passar o dia
Sem pensar poesia
Ou sem dizer te amo
Sem que o desengano
Quase nos pegue
Por um triz?
Como é que se traduz tanto sentimento
Se metáfora é nosso momento
E tanto se me diz...
Só me resta ser o mais sincero:
Sim, pra sempre te quero
Coração a se rasgar
- Acabou o chorar!
Pois que minha rima mais pobre
E adolescente
Acaba o verso mais vivo e quente
Que posso te dar...
E querer viver de qualquer outro jeito
Nem é assim direito
- É pior que morrer!
Só me resta amar...
Me Cria
Ela me mostra as fotos mais lindas
Com ela e seus ângulos, flores e poses
Mais bonitos e pueris
Ela me traça perfis
E dita trechos escritos de pura poesia
Coisa da gente mais rica e madura
Ela me atura...
E me brinca
Em cheio me acerta
A todo instante
Que me descreve,
Me desenha e me conserta
E ela ainda tem a coragem de dizer
Que não se sabe
Minha poetisa ou arquiteta
Genuíno
Sabe aquele último beijo,
O sabor que fica pela boca,
O abraço que ainda falta...
Acho que vou sentir eternamente essa necessidade derradeira
em relação a ti.
Instantes que se bastam
Em dias que não se completam
Nesse mundo derradeiro
(Que não se define, só se sente)
- O muito é o que a gente vai criando
No pouco a pouco
Em torno da gente...
(Dilberto L. Rosa, 2018)
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