Costumo dizer que, com algumas exceções (como o tolinho Carros!), as animações da Pixar costumam ter “camadas”: assim, mesmo diferente da poesia ou da profundidade de filmes como A Viagem de Chihiro, Persepolis ou As Bicicletas de Belleville, pequenas obras-primas como Toy Story, Procurando Nemo, Os Incríveis e Ratatouille, além de tecnicamente perfeitos, são pérolas cinematográficas da nova animação norte-americana! Infelizmente, algo dessa fórmula de sucesso parece não ter se repetido no mais novo trabalho do estúdio da luminária: UP – Altas Aventuras, apesar de bonito e interessante, não segue a inteligente linha de seu antecessor, Wall-E...
Se os primeiros 30 minutos são tão emocionantes quanto no filme do robozinho apaixonado, com um amplo espectro sobre a vida, o amor, a velhice e a perda, Up passa ainda por mais duas "fases" distintas, que acabam segmentando o filme: o "desenvolvimento" da trama (o vôo da casa por meio de balões, juntamente a um garotinho escoteiro, rumo a uma América do Sul tão cheia de mistérios quanto se imaginava no início do século passado, era dos grandes exploradores), onde a animação vai demonstrando uma contínua perda de fôlego à medida que vão se apresentando as "surpresas" (aves raras, os sensacionais "cachorros falantes" e um vilão previsível), e a consequente "correria" de praxe, que acaba tomando conta de boa parte do terço final da animação, reduzindo-a ao nível de filmes "engraçadinhos" como A Era do Gelo, com "aventurinhas" estapafúrdias que transformam, por exemplo, o Sr. Fredricksen (genialmente dublado na cópia em Português pelo Mestre Chico Anysio), um velho quase octogenário, num verdadeiro atleta!
Com os cuidados do mesmo diretor do ótimo Monstros S.A. Pete Docter, e dividido entre o estilo "animação para adultos" daquele estúdio e o "’blockbuster’ para crianças", Up acaba sendo um bom filme... Só que um pouquinho "para baixo" da linha de excelência das demais animações da Pixar!
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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3 comentários:
Oi Dilberto.
Muito boa a turma da Comédia em Pé. Em tempos bicudos, rir é o melhor remédio, como recomendava a a revista Seleções.
Um abraço.
Nesse Brasil louco e imoral, nada melhor que se derreter de tanto rir dentro de um teatro... Bom final de semana!!!
Dois assuntos fascinantes num só post, filmes ótimos e humor da melhor qualidade!
Amei, é fonte de inspiração sempre!
Vim te deixar um beijo e dizer que volto logo! ;)
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