domingo, 5 de janeiro de 2020

Passando só pra desejar um poema autoindulgente...

Resultado de imagem para quase"
Equilíbrio para os novos dias: que se irrompa o novo no ano, mas nunca se rompa a corda...

Foi um ano imbatível em postagens: por entre poemas, crônicas, ensaios, críticas e até o início de um romance literário (6 capítulos), os 53 posts de 2019 (um número para não esquecer!) só não conseguiram superar os 79 de um 2006 aparentemente desocupado (tenho esses borrões sobre o meu tempo...)! Por outro lado, os Morcegos e eu fomos batidos em tantos ringues inclementes... A Vida é mesmo esse grito que não chega antes de aprendermos com as dores e os prazeres de uma tarde perdida no tempo - e, assim, cada ano passa como as batidas de asas de meus amigos quirópteros, num farfalhar festivo e melancólico que nos cobra coragem a cada segundo, minuto, hora, dia, semana, mês e ano ao lado de uma Poesia nem sempre indulgente...
Autoindulgente

Quando vieste pra mim
Falando desse teu lugar no mundo
Por que tanto buscas
Pensei que nele eu fosse me encontrar
Nalguma esquina,
Mas não...
Queres é falar de coração só
Que não se encaixa na vida
De ninguém:
Tu não te achas
E a culpa é de quem estiver
Perto - o mais perto que
De ti se encontrar...

Isso não é certo:
Aperta e machuca
No calo mais seco
E longevo desta caminhada
Em que te sigo calado...

Porque, ao teu lado,
Sou de infernos e maravilhas
- Que maçada: achas,
De verdade, que não tenho medo
Se, mais cedo, quase
Não saio naquela rua
De assalto à luz do dia,
E, por muito pouco não escapulo
Do último ano
Simplesmente pra não encarar
Cada aflição de meu entorno
Que me cobra solução?
Então, do que te defendes
Se de ti faço parte,
Contigo converso
Em diversos apartes sem fim
Em qualquer dessa ilha
De ti mesmo
Em que decidires
Parar a porcaria do teu carro?

Escarro e cuspo o volante:
não vou adiante até desceres,
Consertares o para-choque e
Todos os outros amassados
Que teu verso mais tolo procrastinou!

Que não dá nem pra cozinhar
Se estando assim:
Até na mais simples receita
Te perdes no sal
E deixas amargar no limão
O frango do yakissoba que
Era pra ser o prato principal...
Assim tu não te dobras
Nem aprendes, origami,
Duro e colado a esse
Papel-cartão!
Prefiro chorar ao final
De uma animação japonesa
Em triste, porém colorido
Movimento animado
A aplaudir o filme da moda
Que, parado,
Nada tem a me dizer...

Agora me diz
Tu (se fores capaz):
O que será de nós
Sem teus arranhões
Logo depois de meus ais?

Não, tu - tu birras
Como teu filho mais sensível!
Não és mais criança...
E minha tolerância indulgente
Não coaduna com arrogância
De gente perdida
Que diz amar demais: aumenta,
Me abre esse vinho
E me oferece a contradança
Desse ritmo de que não
Nos esquecemos jamais
- Que não deixo,
Não te deixo muito menos
Largo a mão...
Tanta letra linda e solta
Pelos céus sociais
Só podem estar a dizer
De novos dias
Cheios de cores e dores astrais
Por entre mil ações por arremeter.

E, por mais que às vezes esconda
O sorriso de menino de nossa boca,
Sempre te acho a lavra e a verve
De cada amor que se perdeu
- Este papel em branco é teu...

Então... Escreve!

(Dilberto L. Rosa, janeiro de 2020)
 

+ voam pra cá

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!

Quem linkou

Twingly Blog Search http://osmorcegos.blogspot.com/ Search results for “http://osmorcegos.blogspot.com/”
eXTReMe Tracker
Clicky Web Analytics

VISITE TAMBÉM:

Os Diários do Papai

Em forma de pequenas crônicas, as dores e as delícias de ser um pai de um supertrio de crianças poderosas...

luzdeluma st Code is Copyright © 2009 FreshBrown is Designed by Simran