Inalcançável
Tu, que agora me vês sorrindo, não sabes o menino
por trás de tudo que passou...
Talvez agora, finalmente,
meu sorriso seja real
- não sente
os fardos
da foto que amarelou...
Que isso também te sirva de lição:
provação sempre foi banal
no astral de teu universo delicado.
Quantos foram os pecados cometidos
pelos sentidos tateados
para se chegar até aqui?
E essa ansiedade, essa angústia que não cessa
na messa de meus últimos fios desesperados
pode ocultar minha vontade
de ser feliz...
Pois na reinvenção
das verdades de meu nariz
eu digo em alto e bom som:
quero o peito pleno em qualquer idade
e criar posteridade com algo bom
pra muito depois que eu me for!
E tu, como operária,
hás de organizar minha obra perdulária
noite e dia,
a catar minha poesia
bagunçada pelo chão...?
Não, creio que não
- é sentimento demais!
Parece que só existo nalguma paixão
em que resisto ao tempo por trás
da etérea cristalização
da bela mulher
que jamais deveria envelhecer!
Sigo assim, diante do que nos resta
e do que me espera na próxima contradança...
Só nos fingimos crianças
e eu, engasgado,
permaneço
nas mãos com o bilhetinho amassado
aqui, do outro lado, na rua de trás, onde tua vista não alcança...
por trás de tudo que passou...
Talvez agora, finalmente,
meu sorriso seja real
- não sente
os fardos
da foto que amarelou...
Que isso também te sirva de lição:
provação sempre foi banal
no astral de teu universo delicado.
Quantos foram os pecados cometidos
pelos sentidos tateados
para se chegar até aqui?
E essa ansiedade, essa angústia que não cessa
na messa de meus últimos fios desesperados
pode ocultar minha vontade
de ser feliz...
Pois na reinvenção
das verdades de meu nariz
eu digo em alto e bom som:
quero o peito pleno em qualquer idade
e criar posteridade com algo bom
pra muito depois que eu me for!
E tu, como operária,
hás de organizar minha obra perdulária
noite e dia,
a catar minha poesia
bagunçada pelo chão...?
Não, creio que não
- é sentimento demais!
Parece que só existo nalguma paixão
em que resisto ao tempo por trás
da etérea cristalização
da bela mulher
que jamais deveria envelhecer!
Sigo assim, diante do que nos resta
e do que me espera na próxima contradança...
Só nos fingimos crianças
e eu, engasgado,
permaneço
nas mãos com o bilhetinho amassado
aqui, do outro lado, na rua de trás, onde tua vista não alcança...
(Dilberto L. Rosa, 24 de novembro de 2019)
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