Há um dia especial para toda coisa, ainda que nem mesmo tomemos conhecimento da quinta parte destes dias... Anteontem, por exemplo, parece ter sido o Dia do Futebol - com meu Vasco perdendo daquela forma apática para os urubus, não tenho o que comemorar... E na próxima terça será o Dia do Escritor... Ontem, não sei quando ou quem começou, foi o
Dia do Amigo... Eu que sempre me dirijo a você, leitor deste humilde espaço virtual, como "meu querido blogueiro de plantão", já considero um novo amigo, ainda que distante, ainda que pouco visite meus diletos Morcegos - afinal, este universo constitui-se mesmo numa grande exposição, ainda que não goste de diários da rede, acabamos sabendo muito uns dos outros... Por isso, a todos os novos amigos virtuais, assíduos ou ocasionais, especialmente aos de longa data, pelas idas e vindas, aos próximos e aos que andam distantes e afastados pelas mais diversas razões (um amigo sempre é um amigo), aquele abraço!
E, falando em poesia, hoje lembro o Poetinha
Vinícius de Moraes: aproveitando o Dia do amigo, trago hoje "O Soneto do Amigo", um belo poema de um homem sempre cercado de amigos até que se foi, em julho de 1980, sem nem bem se despedir da maioria deles...
Soneto do amigo Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
(Vinícius de Moraes, 1946)
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