Como se ama a mulher amiga
Se se perde pela vida
Se desvanece o amor
Como querer amar o vento
Se ele em desespero
Não se pode agarrar
(E dá voltas e voltas e voltas
Como um relógio quebrado
Num tempo perdido)
Como num choro abafado
De dores sentidas das mais adiadas
Como se fosse vento a amar
De não mais se aguentar
De se quedar pelos lamentos
De se armar e desamar
(Como se dizer adeus
Depois de se enraizar)
Se se esmaga e se sufoca
Sem um sorriso a se mostrar
Se se esmaga e se sufoca
Sem um sorriso a se mostrar
Que se acaba sem amor nem amiga
Se é ventura perdida
De antes de se sonhar
Assim se fica mesmo sem voz
Sem se saber de nós
A rezar sobre as feridas
De se carpir até a filha perdida
Que nem se sabe se nascerá
E tudo vira uma eterna partida
De causas perdidas, gritos
E despedidas no vácuo
Do amor, da amizade – da vida
Que jamais acordará
Do sono perdido na madrugada
Virada, abusivo alvorecer
(Cheio das promessas mais bonitas)
Que se estende pela manhã infinita
Que teima em permanecer
(Dilberto L. Rosa)
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