quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz...

Está tudo conectado...

Sabe quando a Warner Bros., depois do fiasco final na unificação de seus grandes medalhões no Cinema com Liga da Justiça, apressou-se em dizer que o seu mais novo recordista de bilheteria, o quase "filme-de-arte" Coringa, seria totalmente independente e não teria qualquer ligação com o restante do Universo Cinematográfico da DC (incluindo neste rol a próxima produção do Homem-Morcego, The Batman, com o ex-"vampiro purpurinado" Robert Pattinson)? Pois é... Parece que, diante do inusitado sucesso dessa inteligente, violenta, polêmica e bastante adulta versão cheia de camadas do velho Palhaço do Crime, já há rumores de que o diretor Todd Philipps estaria reunindo-se com produtores e elenco, incluindo o senhor "jamais-faço-continuações" Joaquin Phoenix, para uma sequência - que contaria também com outros famosos vilões de Gotham, como o Pinguim e o Charada! Ponto para a loucura, desde a inteligência do roteiro, passando pela perturbante atuação de Joaquin até a eclética trilha sonora - cujas peças instrumentais foram brilhantemente compostas pela violoncelista islandesa Hildur Guðnadóttir!


Nada como um milhão após o outro... Digo, vilão...

E sabe aquela famosa expressão do showbiz circense/teatral inglesa, Send in the clowns, "Que entrem os palhaços" (ou, ainda mais precisamente, "Tragam os palhaços") - sobre aqueles delicados momentos em que, acontecendo algo inesperadamente errado durante uma apresentação, recorria-se ao ardil da alegria contagiante dos palhaços para a distração do público, a fim de salvar tudo de uma grande confusão? Então, ainda sobre a inteligente trama de Coringa, nada mais metalinguístico do que se usar uma canção com esse título a fim de pôr o vilão como um "herói às avessas" de que o mundo e Gotham (ou, ainda, a perturbada mente do sádico criminoso) precisavam naquele momento! E assim foi feito: para emoldurar as tragédias pessoais de Arthur Fleck (Phoenix), inserido no próprio caos de uma megalópole cheia de necessidades por uma "salvação" - nas mãos de um insano palhaço! -, magistral a utilização de Send in the clowns (no filme, a inesquecível versão de Frank Sinatra), originalmente escrita por Stephen Sondheim para o musical A Little Night Music, onde a personagem Desirée, refletindo sobre seus desencontros e tragédias pessoais, pede que "entrem os palhaços" a fim de distrair o "público" e tentar "salvá-la" do fiasco no "palco" da sua vida...




Música que fala de teatro num musical - e conta o filme dentro do filme...

E sabe quais são os novos vilões previstos para infernizar a vida do Defensor de Gotham em The Batman (previsto para 2020)? Errou quem pensou no Coringa (os Morcegos são mesmo manipuladores...): pela quarta vez no Cinema, deveremos ter a Mulher Gato dando as caras e as garras nas telas, ao lado de outros inimigos famosos - agora, aparentemente, homenageando a Selina Kyle negra do arco Batman Ano Um, com a noticiada escalação da atriz Zoë Kravitz para o papel do alter-ego da ladra anti-heroína de caráter dúbio e complexo caso de amor (e ódio) do Morcegão. Tomara que saia coisa boa e marcante - afinal, quem não se lembra da inesquecível Catwoman vivida por Michelle Pfeiffer em Batman - O Retorno, de 1992? Pois é... Ali se tinha o exemplo perfeito de releitura para uma personagem das HQs (Selina, ao contrário da maioria dos seus conterâneos "colegas", jamais foi insana nos Quadrinhos) graças às (então) boas loucuras de Tim Burton... E, o que era melhor: tudo narrado por uma "onipresente" trilha sonora pop-dark de Danny Elfman, ex-Oingo Boingo e coautor da bela e instigante Face to Face, com o grupo inglês Siouxies and The Bansheesm que, brilhantemente, enredava-se por alguns arranjos da trilha do próprio filme e, na letra, conseguia falar de um amor mal resolvido entre auto-análises freudianas e, ao mesmo tempo, contar o tórrido e difícil caso entre Bruce/Batman e Selina/Mulher-Gato! 



Mais metalinguístico, impossível!

E é, para dizer o mínimo, ainda mais irônico que, sobre um universo de loucura que é o submundo de Gotham, em meio a convulsões e crises sociais, até existem ladrões pés-de-chinelo se acotovelando com chefões de máfia a cometer crimes contra as "gentes de bem", mas quem realmente rouba a cena são os lunáticos criminosos geralmente aprisionados no Asilo Arkham por um sujeito que, vestido de morcego e incitando medo nos malfeitores, consegue aparentemente ser ainda mais perturbado do que o próprio mal que combate, suando seu collant e vivendo no limite noite após noite... Porém, como diria o Coringa na obra-prima da Nona Arte A Piada Mortal, ao cantarolar uma "antiga canção" (ao menos na cabeça dele...), "Como é bom estar louco!": sabe aquela velha discussão sobre se, na verdade, foi o surgimento do Batman que "gerou" essa leva de bandidos malucos que ele, ao fim e ao cabo, tem que combater? Pois é... Parece que só imergindo na insanidade para se poder sobreviver a ela! E nada como uma saborosa loucura de amor para se proteger em meio ao caos da rotina diária de qualquer herói ou vilão - que os devaneios de romance de Arthur Fleck, em Coringa, não nos deixam mentir! Ou, melhor ainda, com direito a trilha sonora íntima e pessoal a narrar, coincidentemente, a cada canção ou música instrumental que brotar na tela, os sentimentos mais à flor da pele de Bruce Wayne e Selina Kyle...

Loucura, não? Não... Afinal, está tudo conectado...

 

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