A
carta de amor
Que
jamais chegou
Logo
perdeu a cor,
Sem
destinatário...
Há
tempos escrita
À
mão e à caneta,
Cada
linha desdita
De
cama desfeita
Guardou
um amor
Como
um relicário
Há
muito esquecido
No
fundo do armário...
Fez
declarações
E
promessas vãs
Ao
vento e a quem,
Prenhe
de emoções,
Quisesse
encontrar
O
amor e a delícia
De
se embriagar
No
raso, no seco
Despertar
de si
Mesmo...
Chega
a ser pesada
Do
tanto a contar
A
missiva...
Tez
amarelada,
De
um tempo perdido
Quanto,
não se sabe...
Quase
não se cabe
A
carta atrasada
Pra
desabafar,
Furtiva...
Não
se sabe ao certo
Quanto
prometido
Nem
quem a escreveu
Porque, simplesmente,
Apôs-se
ao verso
"Assinado:
teu"...
(Dilberto L. Rosa)
Éramos um, dois,
Nós
Desatemo-nos
E nada sobra
Além do peito negro,
E da mão branca
Espalmada
A rogar
Por algo que não há,
A vagar
Tentar colher
Do que deixou de ser
Coxas, pernas e braços
Sem razão
Que subsistem nus
A sós.
Nós
Que éramos tudo
Antes mesmo de ser
De repente,
Desaparecer
No ar
Se tornou a razão
Do não existir
Ao entardecer
Sorrir
Se esvanece na multidão
Distante
De cada um
Dos nós
Que nos amarravam
Mas nos fazíamos
Um...
(Dilberto L. Rosa)
(Dilberto L. Rosa)
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