Até cheguei a pensar nalguma consideração mais amarga por sobre algum verso amarelado de novo, mas, diante dos lindamente acesos olhos de jabuticaba de Isadora, do azougue de pernas fortes e ligeiras de Dilberto Filho e do sempre alegre companheirismo faceiro de Isabela, desisti pelo caminho e pensei que meus novos versos serão repensadamente mais vivos, leves e soltos, para dizer o mínimo, sobre o que vier daqui pra frente... Infelizmente, entretanto, em meio aos primeiros dias do novo ano ao lado da feliz filharada, presenciamos mais um momento inglório da bestialidade humana e inúmeros artistas se foram porque "passaram dos limites" com suas sátiras desenhadas, em Paris, já nos lembrando de que velhos problemas seguem mais vivos do que nunca... Então me lembrei, no ato, de um antigo poema meu em que, homenageando um dos grandes do século passado, meu querido Franz Kafka, e, particularmente, sua icônica obra A Metamorfose, refletia sobre os anseios e as acomodações da vida em meio às desumanidades bem mais asquerosas do que a surpresa diante de um inseto gigante... E assim é esta primeira postagem de 2015: os Morcegos seguem meio felizes, meio incomodados e melancólicos, nesta postagem meio poema, meio imagem; meio pra cima, meio taciturna e reflexiva...
Metamorfose de Nós Mesmos
Num eterno espreguiçar
Não mais vejo a mesma vida
(Embora 'inda sinta cheiro de ferida
Em meu vazio cá ficar...)
Comédia de não se rir
Em luz que não se refrata:
Acordei-me uma barata
E me pus a refletir...
(Dilberto L. Rosa, 2004)
1 comentários:
Entra ano e sai ano e nada muda. Nós é que temos que mudar pra ontem!
Beijo!
PS: Adorei teus versos...rs
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