Boa noite, pessoal! E agora, com todo respeito às
incautas presentes... “Chuuuuupa! Chupa que a cana é doce...”, no bom dizer do sábio Silvio Luiz!
Que noite emocionante esta de hoje, hein? Reunião
das nossas turmas do terceiro ano, 22 anos depois... Realmente emocionante...
Tanto que estou me sentindo estranhamente como se tivesse, de novo, com 17 anos
– mas não por causa de nenhuma nostalgia em particular, não, mas porque eu
tenho que voltar pra casa antes da meia-noite, que minha mãe está me esperando!
Sim, era isso ou eu sequer poderia estar aqui hoje, uma vez que estou sem babá
e não tinha com quem deixar as três crianças... Fazer o quê, algumas coisas
nunca mudam, não é mesmo?! A não ser a gente, “classe macha” daquela época:
“pelo amor de meus filhinhos”, no que diabos a gente se transformou, hein?!
Tudo careca, barrigudo e pelancudo... Sim, porque tirando Cristiano e Alan, só
quem se conservou de lá pra cá foram as meninas: mesmo algumas já mamães hoje
em dia, incrível como vocês, garotas, continuam lindas e nós, os homens, uns cacos!
Eu já estava para ir embora e fizeram questão de um stand-up, só que não posso, pessoal, eu
realmente tenho que ir... Senão a gente ficaria aqui fazendo aquelas imitações
de nossos mestres inesquecíveis, a noite inteira... Ah, que diabos, mamãe que
espere – impossível não lembrar os mais saudosos: “All right, pessoal?!”... Isso, isso mesmo, Josemar, grande
professor de Biologia... Hein? Se sêmen engravida?! “Bom, isso depende de por
qual lugar vai entrar, all right?
Ram, ram, ram...”, ai, ai, grande Josemar... Pois é, né, ele morreu... Imitar
quem? Valdivino? Não tenho referência agora... Eu me lembro de Leila
“Nabucodonosor”... Ela morreu? Não sei, não sei... Quem não se lembra de Waldiney,
de Matemática?... Como é que é, ele morreu também...?! Não, aí vocês já estão
de avacalhação com meu número, pô, matando todo mundo...! Assim não tem mais
imitação!
Mas, sinceramente, eu tenho que ir, uma pena eu não
poder ficar mais: a comida e a bebida estão ótimas – e, o que é melhor,
gratuitas! Vantagem de ser casado com uma ex-aluna dombosquina: não se paga a
entrada do acompanhante! Muito bacana também ter dançado um pouquinho ao som
dos velhos hits dos anos 90...
Confesso ter sentido falta de clássicos como “Chinelada na barata da vizinha”,
mas a festa, sem brincadeira, está ótima! Eu sei, eu sei: primeiro reencontro
de que participo e tenho que sair tão cedo, né? De fato, eu nem viria, como
sempre, mas não pude recusar ao convite de dois amados, Luciano e Cristiano:
puxa vida, “Luizão” me ligou convidando pra cá, rapaz – Luciano Luizão, a
lenda! Nem sabia que esse cara ainda existia, tão difícil que ele é, a gente só
se encontrando uma vez por ano pelos shoppings
quando da vinda dele a passeio com a família, porque ele é pior do que eu, que
não tenho Whatsapp: ele não tem nem Facebook! Foi ele quem criou aquela
história de me chamar de “Wolverine”, logo eu, o mais pacífico... Acho que por
causa daquele desenho animado dos X-Men
que fazia sucesso na época da TV Colosso...
Fui longe, eu sei, mas por Luciano vale a pena: adoro esse cara, de verdade!
Mas, não há como negar, há um motivo maior para eu
estar aqui esta noite e ele se chama Cristiano Barroso, uma salva de palmas
para o nosso anfitrião desta noite, pessoal! Isso mesmo, esse cara,
Cristiano... Um irmão pra mim, né, Cristiano?! Ele me convidou inbox, mesmo nem sendo meu contato no Face... Poxa, nunca me esqueço de quando
nos reencontramos após anos do fim do Segundo Grau, hoje Ensino Médio: foi num shopping, lembra disso, rapaz?! Eu vi
uma confusão danada, o pula-pula sendo isolado por seguranças, para que só a
filha daquele magnata pudesse brincar, e eu perguntei “De quem se trata, quem é
o ban-ban-ban: Tony Stark? Bruce Wayne? Nada, era o ricaço do Cristiano!
Brincadeira, brincadeira... Ele estava lá, sim, no pula-pula, esperando a filha
sair e eu levando a minha, ao lado de Jandira, quando o avistei e cheguei todo
efusivo “Cristiaaaano, rapaz, há quanto tempo!”, com a mão espalmada no ar para
um grande aperto no melhor estilo parceirão, e ele: “Ah, oi. E aí?”... Mas
hein?! Fiquei meio sem graça, mas, dada a irmandade, mantive-me no mesmo ritmo:
“E aí, cara?! Casado? Só tens essa? Olha só, eu me casei com Jandira, que
barato, né, colega nossa de turma...!”, e ele, o que é pior, também se manteve
na mesma: “Ah, sim: acho que eu me lembro dela.”... Tu te lembras disso,
Cristiano?! Meu irmão... De qualquer forma, aviso logo: eu não vou pagar o
estacionamento – tu és o dono do lugar, caramba!
Brincadeira, pessoal, não quero ser indelicado com o
dono da festa, deste hotel maravilhoso e de metade do patrimônio de São Luís,
brincadeira, mesmo: ele é meio desligadão assim, mesmo, mas é a tal coisa:
todos fomos muito próximos, uns mais, outros menos, mas aquela época ficará
eternamente em nossos corações, com todas as brincadeiras e sonhos de nossa
última época de inocência... Amei encontrar gente como "Geraldão 94", Fabiano
Mamede – os dois magnatas que bancarão a impressão do livro “Reminiscências
dombosquinas”, vocês sabiam? –, “Gato-Foca” Eduardo, Silma, Gisele, Aurelice,
Rosiane... Os amigos da outra turma, Sérgio e Eduardo... Parem tudo, meninas e
meninos, que Andrei chegou, senhoras e senhores: aí não há apresentação que
resista, teremos que interromper para esta entrada triunfante! Olha Stênio ali
chegando também, rapaz: de Bacabal para a Alemanha e direto para São Luís,
fazendo uma participação especial: agora vocês terão imitações do Professor
Sidney, que Deus o tenha...! Um amor grande, viu, pessoal... Tanto que estou
pensando seriamente em colocar o tal do Whatsapp
no telefone só para entrar no grupo das piadas de duplo sentido da galera do
mal, aí!